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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O limite da fé


Antes de tudo, quero esclarecer uma coisa: considero que devem ser respeitadas todas as posições das pessoas que lutaram pelo projeto político que venceu a eleição presidencial do ano passado, sejam elas contra ou a favor do que vai se tornando um divisor de águas da política nacional, o armistício da presidenta Dilma com a oposição e a mídia.
Devido ao meu ativismo político, muitos, erroneamente, consideram-me um radical – o que nunca fui. Radicalizei com a mídia, chegando a promover atos públicos e ações na Justiça contra ela, só depois de, por anos, ter tentado, vez após outra, dialogar com os que passaram os oito anos do governo Lula tentando sabotá-lo.
Não me verão, portanto, xingando companheiros de luta que não viram nada de mais na aproximação de Dilma com a oposição e a mídia, que culminou com a participação dela na festa de 80 anos da Folha. Até porque, essas pessoas podem estar certas e eu, que como tantos outros companheiros considero um escândalo o que está acontecendo, posso estar errado.
Todavia, não posso me furtar a dizer o que penso. Até porque, se for aceitar patrulhamento é melhor parar com o blog. No momento em que tiver que escrever aquilo em que não acredito terei me tornado igual àqueles que critico, os paus-mandados da imprensa assumidamente golpista.
Já provei, aqui, que posso ser convencido a mudar de opinião se me mostrarem que estou errado. Para isso, no entanto, preciso de argumentos. E os que tenho recebido a favor da presença de Dilma no dito “rega-bofe” do principal braço do PIG na imprensa escrita e da relação dela com o resto dessa imprensa, não me convenceram nem um pouco.
Dizem, por exemplo, que ir à festa da Folha ou ao programa das garotas-propaganda do Cansei Ana Maria Braga e Hebe Camargo seria “estratégia” de Dilma. Mas que estratégia é essa? Seria, dizem, para não fazer desfeita se recusando a prestigiar os convites. Então pergunto: como o governo Dilma irá propor uma “ley de medios” se não quer contrariar o PIG?

Oposição pega na mentira: Itamar e FHC reajustaram Salário Mínimo até por portaria


Por falta de ter o que fazer, a oposição criou uma falsa celeuma em torno da palavra "decreto" na Lei do reajuste do Salário Mínimo recém-aprovada, que fixa reajustes pelo INPC + crescimento do PIB, até 2015.

Entraram até no STF (Supremo Tribunal Federal) contra os trabalhadores teram a garantia do aumento real nos próximos anos.

O que a memória seletiva da oposição "se esquece", é que o ex-presidente Itamar Franco (PP/MG) e seu ministro da fazenda, FHC, com apoio de todo o demo-tucanato, também fixou valores do Salário Mínimo por portaria, sem que o valor de cada reajuste passasse pelo crivo do Congresso Nacional.

Itamar e FHC reajustaram o Salário Mínimo por portaria

vMiriam não corta Minha Casa nem PAC

Miriam não cortou onde não era para cortar

A Ministra Miriam Belchior do Planejamento e Guido Mantega da Fazenda anunciaram onde será aplicado o corte de R$ 50 bi no Orçamento.

Imediatamente, o PiG (*) se apressou em anunciar a catástrofe.

Para o Globo, o PAC vai empacar:.

Para a Folha (**), o Minha Casa Minha Vida vai acabar.

A presidenta Dilma Rousseff anunciou que os cortes não afetariam o PAC nem o Minha Casa.

Não haverá cortes no Minha Casa.

Ao contrário, haverá um acréscimo de R$ 1 bilhão.

Este ansioso blogueiro conversou com a Ministra Miriam Belchior por telefone e ela explicou que a redução se deve ao fato de só na virada de abril para maio o Congresso analisará a Medida Provisória que autoriza a segunda etapa do Minha Casa.

O Ministério do Planejamento não poderia gastar o que o Congresso não autoriza.

Isso aqui não é a Líbia.

Porém, apesar disso, o Planejamento colocou R$ 1 bi a mais sobre o gasto do ano passado, quando foram construídas 700 mil casas.

Não há o risco de a meta de 2 milhões de casas em quatro anos não ser conseguida.

E sobre o empacamento do PAC, uma espécie de desejo secreto do PiG (*) e dos adeptos do quanto pior melhor ?

Zero de cortes.

“Não há um centavo sequer de corte, zero !,” disse a Ministra.

Portanto, ainda não é dessa vez que os urobólogos do PiG (*) conseguirão derrubar a economia.
Ouça abaixo a entrevista na íntegra com a Ministra Miriam Belchior:


Fonte: Conversa Afiada

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Citibank e Opportunity: A BrOi pode afundar em Nova York



Conversa Afiadreproduz suculenta reportagem que recebeu de Stanley Burburinho III.

O amigo navegante já conhece o Burburinho I (reparador de iniquidades) e o II.

Agora surge na vida deste ansioso blog o III.

Com uma característica interessante: ele tenta (tenta, mas não consegue, aqui entre, nós, amigo navegante) imitar o estilo inimitável do ansioso blogueiro.

Ao III:

Dia 03 de Março, a Justiça Americana vai funcionar, longe das pressões do Gilmar Dantas (*), Tony Palocci, Zé Eduardo Cardozo, FHC e outros que consideram o Daniel Dantas “brilhante”.


Brilhantíssimo !


(Para saber mais sobre o Zé, clique aqui para ler “Ministro da Justiça defendeu Dantas até diante dos amigos do Berlusconi”).


Dia 03 de Março – número cabalístico – 03/03 -  às 10 horas da manhã, uma audiência pública na United States Court of Appeals for the Second Circuit vai decidir se o Citibank e o Opportunity poderiam esconder os documentos confidenciais da patranha da BROI e da espionagem da KROLL, patrocinada pelo Daniel Dantas.


(Segundo inequívoca investigação da Polícia Federal e que a Desembargadora Cecília Melo, por incrível, incrível coincidência, considerou que mereceria jazer, injulgada, na Primeira Instância. Mera coincidência com o que pretendiam os advogados de Dantas.)


Nos EUA não tem moleza.


E poucas coincidências.


Até o Michael Jackson já saiu algemado da Corte, assim como a celebridade  Lindsay Lohan.


O Madoff vai morrer na cadeia e era outro “brilhante” !


Lá, quanto mais rico e famoso, mais algemado fica para todo mundo ver que a Lei é para ser cumprida.


Nos EUA tem uma Lei chamada Sarbannes-Oxley.


Essa Lei diz que, se uma corporação americana estiver envolvida com corrupção ou outros crimes fora dos EUA, os seus principais executivos podem ir para prisão por 10 anos.


Imagine, amigo navegante: o Gilmar Dantas dá mais 358 Habeas Corpus para o Daniel Dantas no Brasil, e o Presidente do Citi vê o sol de Manhathan nascer quadrado pelos crimes do Daniel Dantas ?


A América se curva diante do Brasil !


Depois que o Citibank descobriu quem era o Daniel Dantas, o Citibank fez uma ação contra o Opportunity et caterva.


Pedia 300 milhões de dólares de indenização mais “punitive damages” que poderiam chegar a 1 bilhão de dólares.


O juiz Kaplan, de Nova York, julgou todas as vezes contra o Opportunity.


Disse em uma audiência que “isso  (o que o Dantas fazia – Santanley Burburinho III) cheira a roubo”.


O Citibank ia ganhar a ação do Opportunity e ia deixar o Daniel Dantas pobre.


Aí o Daniel Dantas colocou no processo um monte de documentos para tentar demonstrar que o Citibank participou da contratação da Kroll para espionar todo mundo no Brasil.


(O Dantas é assim. Usa a Justiça, entope a Justiça, gasta dinheiro do povo que sustenta a Justiça para intimidar e não ir para a cadeia. Um dia o ansioso blogueiro Paulo Henrique Amorim pode contar como são as relações dele com Dantas, o passador de bola apanhado no ato de passar bola, e a Justiça. Até agora o ansioso ganhou todas.)


O Opportunity chamou para depor o Chuck Prince, que era o CEO (Chief Executive Officer) do Citibank e o Win Bischoff, que era o Chairman of the Board.


E eles foram até a Corte de NY (porque nos EUA não tem jeito! A Justiça não é só para p, p e … p, não é, Dr Toron ?).

Supersalário vai a R$ 93 mil no STJ


Não, caro leitor, a gente pensa que já viu tudo, mas eles sempre conseguem nos surpreender com novos absurdos.
A reportagem “STJ ignora teto e paga supersalário a seus ministros _ Dos 30 ministros que compõem a corte, 16 receberam mais do que a lei permite”, de Filipe Coutinho, publicada na página A4 da Folha de hoje, é de estragar o domingo de qualquer cidadão honesto.
Acredite se quiser: os meretíssimos (perdão, leitores, errei na grafia: o certo é meritíssimo) ministros do Superior Tribunal de Justiça (de Justiça!) encontraram um jeito de pagar para eles mesmos salários superiores ao teto de R$ 26.7000.
Só com esses supersalários, o tribunal gastou R$ 8,9 milhões em 2010. “Um único ministro chegou a receber R$ 93 mil em apenas um mês”, denuncia a matéria da Folha, mas o STF se recusou a revelar o nome do autor da proeza.
A explicação dada pelo presidente do STJ, o valente Ari Pargendler, que não acha imoral pagar um salário de R$ 93 mil, é uma maravilha:
“Esses pagamentos são `extra-teto´e não entram no limite de R$ 26.700 porque estão nas exceções da resolução”. Entenderam?
Pargendler é aquele doutor que se tornou famoso no final do ano passado ao arrancar o crachá e demitir o estagiário Marco Paulo dos Santos, de 24 anos, com quem discutiu na fila do caixa eletrônico no saguão do tribunal.

Distensão política


O desconforto com a presença de Dilma Rousseff na comemoração que a Folha de São Paulo promoveu pelos seus 90 anos de existência foi tão estridente que ganhou menção até na página A3 que o jornal aniversariante publicou neste domingo (27 de fevereiro de 2011), em artigo (para assinantes) de “consultor” da Associação Nacional de Jornais (ANJ) chamado Antonio Athaide. O texto afirma que o Google estaria privilegiando notícias “irrelevantes”.
O artigo em questão não teve o objetivo de tomar partido no debate sobre se a presidenta deveria ou não ter ido àquele evento, mas de reclamar do Google por, entre outras coisas, ter apresentado, no auge da repercussão do assunto e em primeiro lugar nas buscas do tópico “90 anos da Folha”, artigo do repórter da revista Carta Capital Leandro fortes que, sob o sugestivo título “Dilma na cova dos leões”, liderou as muitas reações da blogosfera política.
O artigo do jornalista da Carta Capital constituiu dura crítica à decisão da presidenta por ter ido prestigiar o jornal que muitos analistas políticos consideram que foi o que fez a oposição mais dura de um veículo de comunicação ao governo Lula, entre 2003 e 2010. E Fortes nem criticou a decisão de Dilma pelo oposicionismo da Folha, mas pela atuação do jornal na ditadura militar, atuação que o próprio veículo reconheceu, em sua edição do último dia 19, que foi de apoio inclusive logístico, além de político.
A única coisa que o artigo deixou de fora foi o fato eloqüente de que a edição de dez anos antes de uma comemoração que aquele jornal promove a cada dez anos – e que ocorreu em 2001, por conta de seus 80 anos – não contou com a presença do presidente da República de então, Fernando Henrique Cardoso, ou do governador Geraldo Alckmin, que recém-substituía o ex-governador Mario Covas, que faleceria um mês depois, em março daquele ano.

Escândalo de corrupção no Detran do Alckmin semelhante ao de Yeda Crusius


O Detran de São Paulo é alvo de uma investigação sobre que fim levou R$ 30 milhões arrecadados com o seguro obrigatório de veículos, o DPVAT.

As investigações apontam para contratos superfaturados de terceirização e licitações burladas.

O Detran manteve um convênio com a Associação Brasileira dos Bancos Estaduais e Regionais (ASBACE), entre 2001 e 2007 (Governo Alckmin), onde repassava o dinheiro do DPVAT para entidade, e esta, contratava empresas para fornecer mão de obra ao departamento.

Através desta triangulação, as empresa cobravam R$ 7.739,00 por motorista de diretoria, mas o trabalhador só ganhava R$ 1.500,00. Este é apenas um exemplo de superfaturamento.

O convênio foi suspenso em 2007 pela direção do DETRAN, sob o argumento de uma lei estadual não permitir que o órgão firmasse diretamente o convênio. Mas, curiosamente, a data coincide com a deflagração da Operação Aquarela.

Entidade já foi alvo da Operação Aquarela

Duarante a Operação Aquarela (junho/2007) promotores do Distrito Federal em conjunto com a Receita Federal, apontaram o suposto esquema:
- O BRB (Banco Regional de Brasília), contratava a mesma ASBACE (associação sem fins lucrativos, em seu estatuto) sem licitação, para terceirização dos serviços bancários;
- A ASBACE repassava o serviço à uma empresa privada (ATP);
- O dono da ATP compunha a diretoria da ASBACE;
- Os promotores confirmaram que a Asbace cobrava 30% para intermediar a contratação, logo deduziram que se os serviços fossem contratados diretamente por licitação, haveria uma economia de 30% para os cofres públicos, pelo menos.

Mesmo esquema foi usado pela "Nossa Caixa" no governo Alckmin

O mesmo esquema do BRB, foi usado pela "Nossa Caixa", quando era controlada pelo governo tucano paulista.

O banco sob gestão tucana, contratou a ASBACE sem licitação, usando uma brecha na lei estadual, alegando que a entidade era sem fins lucrativos.

A ASBACE, que não tinha estrutura própria para fazer o serviço, contratava outra empresa escolhida “a dedo”, sem licitação. Assim a lei era burlada.

De 1998 a 2006, R$ 752 milhões saíram dos cofres públicos da "Nossa Caixa" para a ASBACE em onze contratos, a maioria no governo Alckmin.

No governo Yeda a mesma tecnologia tucana de corrupção

O escândalo de corrupção no Detran gaúcho, no governo Yeda Crusius (PSDB/RS), usou a mesma tecnologia tucana de corrupçao: usava uma entidade externa (uma fundação da Universidade de Santa Maria) para desviar o dinheiro público. (Com informações da Ag. Estado)

A Revolução no Sertão

Sertão troca a aridez pela prosperidade



COM EMPREGOS, AGORA É O SERTÃO QUE SEDUZ FORASTEIROS



HOTÉIS LOTADOS, RESTAURANTES CHEIOS, PROCURA POR IMÓVEIS: ESTE É O SERTÃO, HOJE



OBRAS NO SERTÃO GERAM MILHARES DE VAGAS INDIRETAS


Obras fazem o comércio do Sertão prosperar também



Fonte: PE 360 Graus
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Vejamos o que disse o Farol de Alexandria sobre essas obras.

Serra, FHC e a aversão ao Nordeste

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

EUA têm interesse em importar petróleo do Brasil, diz ministro

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira, em Washington, que os Estados Unidos têm interesse em importar petróleo do Brasil no futuro.

“Foi mencionado, a título especulativo, que o Brasil pode se converter em um importante exportador de petróleo para os Estados Unidos no futuro, a partir de suas reservas do pré-sal”, disse Patriota, ao relatar reuniões que manteve com autoridades americanas durante sua visita de dois dias ao país.

O interesse americano no potencial energético brasileiro deverá ser um dos temas da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, nos dias 19 e 20 de março.

Segundo fontes do Itamaraty, os americanos estão interessados em examinar oportunidades de investimento no setor de petróleo no Brasil, para garantir no futuro um suprimento adequado de combustíveis fósseis e reduzir sua dependência de fornecedores em regiões às vezes instáveis, como o Oriente Médio.

Em meio à atual crise política em diversos países árabes e muçulmanos produtores de petróleo, como a Líbia, os preços do barril atingiram nesta quinta-feira seu nível mais alto dos últimos dois anos.

Nos Estados Unidos, o barril do tipo leve chegou a ser negociado a US$ 103,41. Em Londres, o barril do tipo Brent alcançou US$ 119,79.

Visita

Folha, em caso semelhante à "Escola Base", é condenada por mentiras e manipulações em reportagem sensacionalista


O jornal Folha de São Paulo estampa na capa uma enigmática chamada "Folha publica decisão em cumprimento a ordem judicial", página C6 (espertamente fechada para assinantes na versão on-line).

Em nome da informação honesta, a chamada certa deveria ser: "Folha é condenada por danos morais ao fazer reporcagem falsa e sensacionalista", e a publicação, inclusive na capa, não é um reconhecimento voluntário do erro, é por ordem judicial.

Pior do que o valor de R$ 30.000,00 de indenização (baixo, na minha opinião), é o vexame de ser condenada a publicar a sentença judicial, revelando que o jornalão dispunha das informações corretas para publicar a verdade, mas publicou mentiras, manipulando as informações, para tornar a matéria sensacionalista.

Poucas coisas são mais degradantes para um jornal que queira apresentar-se como sério do que ser taxado de "sensacionalista", uma destas poucas coisas é ser taxado de "sensacionalista" em uma sentença judicial.

Outra degradação é, também na sentença, ser desmascarado como um jornal que manipulou uma notícia, falseando a verdade, que conhecia.

Mesmo tendo apurado as informações fiéis à verdade durante a elaboração da reportagem, o jornalão publicou informações falsas para "apimentar" a "reporcagem".

Segue "os melhores momentos" da sentença (a íntegra pode ser lida aqui):
... -PUBLICAÇÃO DE REPORTAGEM ACUSATÓRIA EM JORNAL DE CIRCULAÇÃO NACIONAL ... -JORNALISTA QUE NÃO LEVA EM CONSIDERAÇÃO AS INFORMAÇÕES A QUE TEVE ACESSO QUANDO DA ELABORAÇÃO DA REPORTAGEM - ABUSO DO DIREITO DE INFORMAR ...

Como se vê no texto jornalístico publicado pelo jornal Folha de São Paulo, o autor [a vítima] é exposto por pelo menos três vezes como negociante ilegal de fósseis, sendo que seus produtos seriam contrabandeados da China. Por esta razão, atribui-se a ele a possibilidade de ser acusado por estelionatocontrabando ou por ferir crimes ambientais.
...
O que se exige... é que tais reportagens se mostrem objetivas erepresentem relato fiel às informações que lhe deram origem, sem qualquer transformação de cunho manipulativo que altere a realidade.


Ocorre que ao se analisarem os dados aos quais a repórter teve acesso e o teor da publicação, nota-se um descompasso entre as informações recebidas e aquelas publicadas, o que, por evidente, não se admite.

Bolinha causou traumatismo moral



Mauricio Dias, na seção “Rosa dos Ventos”, na Carta Capital desta semana, na pág. 14 descreve “um blefe tucano – a oposição quer ignorar que com Lula o mínimo teve ganho real de 53%.”

Mauricio descreve com gilete afiada o blefe da proposta do Cerra de  um salário mínimo de R$ 6.000 – fragorosamente derrotada no Senado, por 55 a 17. 

O blefe se apoiava na decisão do governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, de pagar um salário básico de R$ 600.

Aí é que a gilete do Mauricio começa a cortar.

O “salário básico” dos tucanos de São Paulo não tem impacto sobre a Previdência estadual.

Os R$ 6.000 do Cerra arrebentariam a Previdência do Brasil.

O “salário básico” do Alckmin se aplica a trabalhadores da iniciativa privada que não têm piso definido por uma lei federal.

Oposição tucana movida a rancor


Cada dia menor, mais perdida e rachada, a oposição tucana ao governo, com seus apêndices DEM (em fase de extinção) e PPS (em fim de feira), mostrou sua cara nestes dias de votação do novo salário mínimo _ uma cara feia que não assusta a mais ninguém.
Com discursos e entrevistas carregados de rancor, o PSDB sem norte e sem juízo decidiu disputar o terceiro turno com o PT _ e tomou uma lavada de perder o rumo.
O pequeno tamanho da oposição ficou evidente nas votações na Câmara e no Senado. Depois de aprovar o mínimo de R$ 545 na Câmara dos Deputados por 361 a 120, na semana passada, a aliança governista de Dilma Rousseff passou também por cima da oposição democomunotucana no Senado, seu antigo reduto.
Nem os R$ 560 de Aécio Neves, nem os R$ 600 prometidos por José Serra na campanha eleitoral, as duas propostas foram derrotadas pelo governo por 54 a 19 e 55 a 17, respectivamente, na noite de quarta-feira. Dilma ganhou de goleada.
Mais do que isso: o governo aprovou por 54 a 20 a lei regulamentando o aumento automático do salário mínimo até 2015, com base nos índices do INPC e do PIB, acabando com o circo montado todos os anos pelas centrais sindicais e os partidos de oposição para ver quem oferece mais.
Políticos e jornalistas não devem brigar com os números, mas em entrevista publicada domingo pelo jornal O Globo o candidato derrotado José Serra parece ter gostado do resultado na Câmara: “O PSDB se saiu bem, e o mesmo vale para os nossos aliados.
A bancada caminhou unida e de maneira muito clara e firme”.

Salário mínimo em SP é pior que no Norte e Nordeste


Duas notícias divulgadas ontem colocaram lenha na fogueira da discussão do salário mínimo nacional, de R$ 545. O PT de São Paulo apresentou, na Assembléia Legislativa do Estado, emendas ao projeto de lei que reajusta o piso salarial paulista para R$ 600 e a oposição ao governo Dilma Rousseff (PSDB, DEM e PPS) irá ao STF contra o piso nacional.
Feitas bem as contas, porém, a oposição paulista tem mais motivos para reclamar do que a oposição federal. Afinal de contas, o que compra o salário mínimo nacional em Estados do Norte e do Nordeste, por exemplo, é mais do que compra o piso salarial paulista. O preço da cesta básica nas capitais brasileiras calculado recentemente pelo DIEESE explica por que.
Veja, abaixo, o valor da cesta básica em outubro de 2010 em 17 capitais brasileiras.
São Paulo: R$ 253,79
Porto Alegre: R$ 247,21
Curitiba: R$ 231,96
Vitória: R$ 231,26
Florianópolis: R$ 230,85
Rio de Janeiro: R$ 230,13
Goiânia: R$ 229,93
Belo Horizonte: R$ 229,64
Manaus: R$ 229,28
Brasília: R$ 224,24
Belém: R$ 219,57
Salvador: R$ 205,18
Natal: R$ 200,97
Recife: R$ 195,64
Fortaleza: R$ 193,38
João Pessoa: R$ 186,34
Aracaju: R$ 172,40
Como é de amplo entendimento, o preço da cesta básica afeta mais a quem ganha salário mínimo, o que torna o preço dos alimentos determinante do poder de compra de cada piso regional.
Em São Paulo, o mínimo regional de R$ 600 compra 2,36 cestas básicas. O piso nacional compra, por exemplo, 3,16 cestas básicas em Sergipe. Ou seja: 34% a mais. Para equiparar o poder de compra do mínimo paulista ao de Sergipe, seu valor teria que ser de R$ 804.
Fonte: Cidadania

O caso Assange e a infinita hipocrisia do imperialismo dos EUA

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, site que expôs as vísceras imundas da diplomacia estadunidense, corre o risco de ser extraditado pela Justiça britânica para a Suécia. Dali, ele pode ser enviado aos Estados Unidos, cujo governo supostamente democrático liderado por Barack Obama tem a intenção de condená-lo por espionagem, o que pode resultar até em pena de morte.

A acusação que pesa sobre Assange não pode ser considerada séria. O homem é suspeito de manter relações sexuais sem usar camisinha, o que é considerado crime na Suécia, país hoje governado por uma coligação de direita, fiel aliada do império.

Pretexto

O fundador do WikiLeaks, perseguido como um grande meliante internacional (colocaram até a Interpol no seu encalço), sustenta que é inocente e classifica as acusações de mero pretexto para atingir o polêmico site que criou.

O processo “é uma injustiça”, conforme Assange. “Nunca pude apresentar a minha versão da história", disse em entrevista coletiva. Seu assessor jurídico, o professor da Universidade de Harvard Alan Dershowitz, denunciou a hipocrisia daqueles que, neste momento, exigem liberdade de imprensa “em países como o Egito e Irã. Portanto, teremos de deixar claro que não podem medir com dois pesos e duas medidas e limitar o uso dos novos meios quando afetam aos interesses dos EUA”.

Júlio Cerqueira César: “Piscinões não resolvem o problema de enchentes do Tamanduateí”


por Conceição Lemes
O Tamanduateí é um dos “cartões postais” da cidade de São Paulo. Nos meses de estiagem, o rio fede, devido ao esgoto que a Sabesp despeja nele e em seus afluentes.  No período das chuvas, ele transborda frequentemente, como já aconteceu várias vezes desde novembro.
“O Tamanduateí está totalmente superado em termos de capacidade de transporte de águas”, avisa o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto. “Há mais ou menos 15 anos a ‘máfia dos piscinões’ vendeu à Prefeitura e ao governo do Estado de São Paulo a ideia de que só os piscinões resolvem o problema das enchentes. Como eles não têm apresentado os resultados  esperados,   e a  Prefeitura e o Estado não investiram no sistema de drenagem, a situação é dramática.”
O Tamanduateí nasce em Mauá, passa por Santo André e São Caetano do Sul — todos municípios do Grande ABC. Na capital paulista, percorre a Avenida do Estado inteira, atravessa o centro, no Parque D. Pedro II, desaguando no rio Tietê, em frente ao Palácio das Convenções do Anhembi.
O engenheiro Júlio Cerqueira César Neto foi durante trinta anos professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica da USP. Nesta entrevista exclusiva ao Viomundo, ele faz o diagnóstico do rio que tem 35 quilômetros de extensão, da nascente à foz.
Viomundo – Na última segunda-feira, o Tamanduateí mais uma vez transbordou neste verão, inundando as áreas próximas às suas margens. O  que está acontecendo?
Júlio Cerqueira César – O rio Tamanduateí não tem capacidade para as vazões que ocorrem no período chuvoso, que vai de novembro a março ou abril. Essa é a época de chuvas intensas. Elas ocorrem sempre, mais ou menos vezes. E embora essas chuvas intensas sejam normais nesta época do ano, o rio não tem capacidade para transportar as suas vazões.  Ele está totalmente superado.
Para se ter uma ideia, a capacidade dele na foz [quando encontra o Tietê] é de 480 metros cúbicos por segundo, e essas chuvas intensas podem provocar vazões mais que 800 metros cúbicos por segundo. O Tamanduateí tem então de transportar quase o dobro da sua capacidade. Resultado: verte água. A situação é dramática.
Aliás, todos os seus afluentes – por exemplo, o córrego do Ipiranga, dos Meninos, do Oratório, da Moóca, o rio dos Couros — também enchem. Toda a bacia do Tamanduateí está sem condições de transporte das águas na estação das chuvas.
Viomundo – Por quê?
Júlio Cerqueira César –  Até inventarem os piscinões na área urbana, toda vez que havia problema de alagamento se resolvia com ampliação da capacidade dos canais, das galerias, etc. Ou seja, ampliação dos sistemas de drenagem da capital.
Porém, há cerca de 15 anos se decidiu na Prefeitura e no governo do Estado de São Paulo não aumentar mais os canais, apenas fazer piscinões. E como eles não resolvem o problema de enchentes e não se investiu nos sistemas de drenagem da cidade, ficamos sem nada.