Antes de tudo, quero esclarecer uma coisa: considero que devem ser respeitadas todas as posições das pessoas que lutaram pelo projeto político que venceu a eleição presidencial do ano passado, sejam elas contra ou a favor do que vai se tornando um divisor de águas da política nacional, o armistício da presidenta Dilma com a oposição e a mídia.
Devido ao meu ativismo político, muitos, erroneamente, consideram-me um radical – o que nunca fui. Radicalizei com a mídia, chegando a promover atos públicos e ações na Justiça contra ela, só depois de, por anos, ter tentado, vez após outra, dialogar com os que passaram os oito anos do governo Lula tentando sabotá-lo.
Não me verão, portanto, xingando companheiros de luta que não viram nada de mais na aproximação de Dilma com a oposição e a mídia, que culminou com a participação dela na festa de 80 anos da Folha. Até porque, essas pessoas podem estar certas e eu, que como tantos outros companheiros considero um escândalo o que está acontecendo, posso estar errado.
Todavia, não posso me furtar a dizer o que penso. Até porque, se for aceitar patrulhamento é melhor parar com o blog. No momento em que tiver que escrever aquilo em que não acredito terei me tornado igual àqueles que critico, os paus-mandados da imprensa assumidamente golpista.
Já provei, aqui, que posso ser convencido a mudar de opinião se me mostrarem que estou errado. Para isso, no entanto, preciso de argumentos. E os que tenho recebido a favor da presença de Dilma no dito “rega-bofe” do principal braço do PIG na imprensa escrita e da relação dela com o resto dessa imprensa, não me convenceram nem um pouco.
Dizem, por exemplo, que ir à festa da Folha ou ao programa das garotas-propaganda do Cansei Ana Maria Braga e Hebe Camargo seria “estratégia” de Dilma. Mas que estratégia é essa? Seria, dizem, para não fazer desfeita se recusando a prestigiar os convites. Então pergunto: como o governo Dilma irá propor uma “ley de medios” se não quer contrariar o PIG?