Otavinho leva o jornal de volta à direita (onde esteve durante a ditadura), e o leitor aplaude!
O jornal da família Frias, que adora olhar para o próprio umbigo, deu essa manchete no domingo: "Leitor aprova cobertura eleitoral da Folha".
Os números estão resumidos assim na reportagem: "Segundo pesquisa Datafolha realizada junto ao leitorado do jornal nos dias 19 e 20 de abril passados, a grande maioria (74%) não considera que a Folha favoreça alguma das pré-candidaturas à Presidência.
Entre os que veem algum favorecimento, 13% apontam o tucano José Serra como beneficiado pela cobertura. Os que veem tendência a favor da pré-candidata petista Dilma Rousseff são 6%."
Mas o dado mais importante estava no "pé" da matéria (como dizemos no jargão jornalístico). O DataFolha revela, em números claros, a proporção de "tucanismo" entre seu leitores. Vejam como o leitor do jornal pretende votar em outubro: 54% Serra, 18% Marina e 15% para Dilma.
A desproporção com o total do eleitorado brasileiro é evidente: mesmo nas (estranhas) pesquisas do DataFolha, Serra tem 8 ou 9 pontos à frente de Dilma (no Sensus e no Vox Populi eles estão empatados). Mas entre os leitores do jornal, Dilma fica atrás até da Marina!
Está tudo lá, na "reportagem" de domingo - http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u729037.shtml
Ou seja: os leitores - serristas em sua grande maioria - não enxergam problema algum no fato de o jornal publicar ficha falsa de Dilma, ou dar espaço para um artigo absurdo contra o presidente da República - com insinuações até de violência sexual...
Esses números mostram que o caminho sectário adotado pelo jornal não tem volta. Virou uma cilada.
O jornal parte cada vez mais para a direita... O leitor de "esquerda", ou afinado com o governo Lula, se afasta da "Folha. O que acontece? O jornal fica cada vez mais refém de um núcleo duro de leitores conservadores.
Em "O Globo" esse processo já está muito mais avançado. Basta ler o "painel de cartas"
Para manter-se vivos, jornais como "Folha" e "O Globo" vão se afundar cada vez mais nesse gueto do jornalismo que virou partido (apesar de não assumir que é partido - a não ser em declarações desastradas como a de Judith Brito, diretora da ANJ - Associação Nacional de Jornais - que declarou: "com a oposição fragilizada, quem faz oposição é a imprensa").
Em pouco tempo, a aprovação à cobertura eleitoral da "Folha" vai subir para 80% ou 90% dos leitores. E o jornal fará manchetes cada vez mais satisfeitas, a mostrar o total entrosamento entre sua linha editorial e o público leitor.
E ainda tem gente no governo Lula que leva a "Folha" a sério, dá entrevista pra esse jornal, escreve artigo pra esse jornal..
Fonte: Escrivinhador
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