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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Serra não nasceu ontem. Nem nós.

Um cidadão que tivesse  ficado perdido numa ilha deserta nos últimos 25 anos e lesse o noticiário de hoje na internet era capaz de acreditar que José Serra não poderia ser candidato à Presidência da República, por ainda não ser maior de idade.

Pois só assim se justificaria o que ele diz na Folha Online: “Não me coloco como oposição ou situação. Eu me  coloco como candidato para o futuro. Política para mim não é Fla-Flu, nem Grêmio versus Internacional”.

Muito bem, candidato, então o senhor nasceu ontem? Não existe candidato para o futuro sem que se conheça o seu passado.

Como o eleitor pode saber que Serra é um bom candidato para o futuro? Com base em que saberá que ele tem condições de levar o país adiante?

Na política existe uma coisa muito importante chamada trajetória. Serra não nasceu ontem nem é um novato na política. O seu lado está muito bem definido e o que parece é que ele tenta esconder o que representa. José Serra é, como chama a mídia, um tucano de alta plumagem. Participou e participa de todas as decisões do partido e foi integrante ativo e fundamental nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.

Apoiou e defendeu com gosto o processo de privatização das empresas públicas, do desmonte das redes de apoio social, da desregulamentação das relações de trabalho, da redução do papel do Estado e da entrega da economia ao mercado.

No governo tucano em que Serra foi ministro, o país quebrou duas vezes e precisou ir de pires na mão ao FMI. A subserviência brasileira era tal que o ministro das Relações Exteriores aceitou tirar os sapatos para entrar nos Estados Unidos.

Tudo isso é público e notório. Só  José Serra não sabe, não viu e não fala. Ele reeditou o esqueçam o que escrevi de FHC e lançou o esqueçam que existi.

Estou começando a achar que aquele site “Gente que Mente” não ganhou este  título para fazer baixaria contra Dilma e Lula.

Foi autocrítica tucana, mesmo.

Fonte: Tijolaço

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