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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Amorim pede que ONU não tome decisão precipitada sobre Irã


BRASÍLIA (Reuters) - O chanceler Celso Amorim afirmou nesta terça-feira esperar que nenhuma decisão sobre a imposição de sanções ao Irã seja tomada pelo Conselho de Segurança da ONU antes da reunião do G20, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer uma defesa do acordo fechado por Brasil e Turquia com a República Islâmica.
O encontro será realizado no Canadá neste mês. Amorim, entretanto, reafirmou que o país respeitaria "meticulosamente" as sanções se elas forem aprovadas.
"Seguramente o presidente Lula terá oportunidade na própria reunião ou à margem da reunião para tratar do tema", afirmou o ministro a jornalistas depois de participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"Eu espero que nenhuma decisão precipitada seja tomada até lá, até porque estou convencido de que a grande maioria dos membros do Conselho de Segurança, sobretudo os membros não permanentes, estão no fundo pensando como nós. Só através de pressões ou de outros tipos de ação que será possível mudar a posição."
Logo depois de Brasil, Turquia e Irã fecharem no mês passado um acordo para a troca de urânio pela República Islâmica por combustível nuclear já pronto para uso pacífico, integrantes do Conselho de Segurança da ONU afirmaram estarem prontos para a adoção de novas sanções contra o país persa.
Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam o Irã de tentar construir armas nucleares. O governo de Mahmoud Ahmadinejad, no entanto, afirma que o programa nuclear de seu país tem fins pacíficos. O Brasil também detém um programa nuclear, mas conta em sua Constituição com um veto à fabricação de armas atômicas.
Amorim disse esperar que as potências resistentes ao acordo concordem em dar andamento às negociações com o Irã.
"O acordo abarca todos os pontos principais que foram colocados em outubro. Surgiram pontos de dúvida depois da proposta? Muito bem. Mas o objetivo desse acordo é criar confiança", comentou, referindo-se à crítica dos EUA de que o Irã mantém a disposição de enriquecer urânio a 20 por cento e atualmente conta com um estoque de urânio maior do que o que detinha em outubro do ano passado.
Para ele, a não aplicação do acordo "seria uma grande decepção para o mundo e para todos aqueles que desejam e estão realmente convictos que é preciso uma solução pacífica."
Normalmente crítica da política externa do governo, a oposição no Senado não desqualificou a iniciativa da chancelaria brasileira.
(Reportagem de Fernando Exman)

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