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terça-feira, 5 de abril de 2011

Fatos Indissociáveis: Fitch Ratings eleva nota de risco do Brasil e FMI reconhece "cadáver" do neoliberalismo

Brasil e emergentes sepultaram o "Consenso de Washington"
No dia em que a agência de classificação de risco, Fitch Ratings, promoveu a nota do Brasil para BBB, indicando para os mercados globais a melhora considerável da economia brasileira e tornando o país um porto (mais) seguro para investimentos no planeta, o FMI finalmente reconheceu que o "cadáver" está, de fato, morto: o Consenso de Washington é parte do passado.

Porque das duas notícias estarem aqui sobrepostas?
O Brasil superou a gigantesca crise mundial de 2008/2009 como se fosse uma marolinha, não perdeu empregos, nem tampouco foram precisos choques na economia para cortar gastos, privatizar ou elevar os juros à estratosfera.
O Brasil não precisou seguir nenhum receituário do FMI para sair da crise ileso e hoje, menos de 2 anos após o pior momento da crise, recebe uma avaliação de melhora em seu grau de investimento.

A crise mundial foi a oportunidade para economias emergentes, como as do Brasil, China e Índia, além dos países sulamericanos, superarem, na prática o discurso do "intervencionismo do mercado".
O Consenso de Washington só se comprovava e assim se sustentava, nas políticas econômicas dependentes de capitais especulativos, submetidas a receitas duríssimas, que promoviam, em suma, a desproteção dos mercados de trabalho e das economias nacionais, em nome de um mercado global e competitivo. Bom para poucos, ruim para quase todos.

O Brasil prova, com o reconhecimento das agências de risco da melhoria dos fundamentos básicos da economia brasileira, que, mesmo sob críticas histéricas dos agentes do mercado travestidos de analistas econômicos da grande imprensa, contrariando previsões pessimistas e palpites nefastos, acionou a capacidade do Estado como investidor, despejando recursos financeiros e crédito barato na economia, puxando o crescimento com dinheiro público, em gastos em obras de infraestrutura e irrigando o consumo interno das famílias mais pobres.
O país contrariou as velhas teses do mercado autorregulador.

O Brasil saldou sua dívida e tornou-se credor do FMI.

Neoliberalismo: o reconhecimento tardio do cadáver

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que O 'Consenso de Washington' já é passado".


Estado mínimo, mercados livres e imunes à intervenção, privatização, flexibilização das leis trabalhistas e ambientais, medidas básicas do "Consenso de Washington", predominantes nas décadas de 1980 e 1990 na América Latina, em que governos locais recorriam, frequentemente, em busca de centenas de milhões de dólares para irrigar suas combalidas economias, corroídas pela hiperinflação e estagnação, em troca de executarem os austeros programas do FMI nas suas finanças públicas, sempre penalizando os mais pobres e desassistidos.


"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", relembrou Strauss-Kahn. "Tudo isso caiu com a crise (de 2008).
Em todo o mundo, como aqui no Brasil, a superação da crise dependeu da forte participação dos governos.

Kahn discursou sobre a aceitação do que já era óbvio, representou, de alguma forma, a decadência de um órgão que ditava com autoridade perversa regras que não se confirmaram em suas premissas. Brasil e Argentina, citando exemplos próximos de nossas realidades, "liberaram suas economias do peso do Estado" para investirem bilhões nos setores produtivos e gerarem milhões de empregos e, consequentemente, tronarem-se países desenvolvidos. Isto nunca esteve perto de ocorrer sob as políticas neoliberais, não se confirmou dessa forma, foi preciso mudar o rumo para, finalmente, assumirem papéis predominantes regionalmente e nos blocos políticos e econômicos que participam globalmente.

O Consenso de Washington revelou-se uma fraude que tornou os anos 1990, uma década perdida para países e seus povos, a Argentina esteve a beira de um colapso político e social em 2001 e o Brasil enfrentou enorme desemprego e queda na renda da população, além do apagão de 2001, que obrigou a sociedade a racionar energia elétrica por longos 8 meses.

Desde lá o Consenso de Washington e suas idéias neoliberais já eram teses mortas e apresentavam seu pesado testamento de recessão econômica e insucesso político.
Desde 2000!
Kahn reconhece, com enorme atraso, o que já é defendido há quase uma década e só sobrevive até os dias atuais graças, sobretudo, a defesa apaixonada de setores da política alinhados com as conservadoras idéias do Estado mínimo, disseminadas, entusiasmadamente, pela grande mídia internacional.

A elevação da nota de risco do Brasil premia o pensamento contrário as teses que, justamente, levaram o mundo a grave crise de 2008/2009 e Kahn encerra com a seguinte frase o que agora parece predominar: "Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará – ao menos um pouco – do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo".

Fonte: Palavras Diversas

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