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terça-feira, 26 de abril de 2011

No plenário: Comissão da Verdade, urgente!



Posto aqui o discurso que pronunciei, agora há pouco, no plenário da Câmara, criticando o fato de estar lá, parado há um ano, o projeto de Lula que institui a Comissão da Verdade e apelando para que a Presidenta Dilma Rousseff utilize o mecanismo constitucional do pedido de urgência, que obriga cada Casa legislativa ao praxo máximo de 45 dias para deliberar.

Coloco o texto que preparei – na hora a gente muda um pouco - e, assim que o tiver, posto o vídeo para vocês. No final, para variar, o indefectível Bolsonaro veio de provocação. No vídeo vocês verão.

O SR. BRIZOLA NETO (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, gostaria de lembrar que há 34 anos foi cassado nesta Casa o Deputado Alencar Furtado porque desta tribuna disse que este País estava passando a ser o País das viúvas dos talvez e dos quem sabe, referindo-se aos mortos e desaparecidos da ditadura militar.


É inadmissível que mais de duas gerações depois continuamos a ser o País dos órfãos dos netos do talvez e do quem sabe. Há um ano o Presidente Lula mandou para esta Casa o projeto que cria a Comissão da Verdade, um projeto necessário para que possamos trazer luz a nossa história e revelar o que aconteceu no nosso País.
No domingo passado — e muitos invocam inclusive a Lei da Anistia para impedir que a Comissão da Verdade avance nesta Casa, Deputado Fernando Ferro — o jornal O Globo revelou um crime bárbaro, um crime político cometido pela repressão da ditadura militar, que nem mesmo a Lei da Anistia poderá proteger, porque foi praticado 7 meses depois da promulgação dessa malfadada lei. Nesse crime quis ao caso que a bomba que estava preparada para explodir no meio de milhares de jovens que estavam numa comemoração de 1º de maio explodisse dentro do carro desses dois agentes da repressão militar.
E por que não avança, nesta Casa, o projeto da Comissão da verdade? Porque há mais de um ano, depois que o Presidente Lula enviou para cá esse projeto que trará à tona à luz da história e revelar a milhares de brasileiras o que aconteceu no País, mas ele continua guardado, entrevado nos escaninhos desta Casa.

Se esta Casa não é capaz de dar a urgência necessária que esse projeto pede, e também a sociedade brasileira, para dar luz à nossa história, venho aqui pedir à nossa Presidente Dilma Rousseff para que lhe dê a sua devida urgência, dê o tratamento de urgência constitucional a esse projeto que vai, sim, revelar a história do País, vai trazer à tona essa ferida provocada pela ditadura militar e, talvez, nos livrar de ser o País dos órfãos e dosnetos, do talvez e do quem sabe em relação aos mortos e desaparecidos políticos. Quer que a história brasileira tenha esse capricho, que seja uma mulher a parteira da verdade do nosso País.
Eram essas as minhas palavras.
Muito obrigado, Sr. Presidente.


Resposta a Bolsonaro





Uma pena que tenham tirado das notas taquigráficas, a pedido do deputado Innocêncio de Oliveira, que presidia a sessão, o discurso do sr. Jair Bolsonaro respondendo à minha fala com barbaridades como as velhas acusações de que Brizola teria embolsado dinheiro enviado por Cuba para ajudar a resistência e de que não houve ditadura no Brasil. Se este senhor, que já mostrou toda a sua “valentia” se escafedendo das responsabilidades por seu ato racista contra a apresentadora Preta Gil. Reagi, dentro dos limites do chamado “decoro parlamentar” – a que ele falta sistematicamente – e não vou mais deixar este cidadão – que já disse que o erro do regime foi torturar e não matar seus opositores – ficar ao menos sem ouvir umas verdades. Posto aí em cima o vídeo da resposta.

Fonte: Tijolaço

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