Um excelente trabalho de reportagem de Chico Otávio e Alessandra Duarte, em O Globo de hoje, revela a rede de terror em que estava envolvido o sargento Guilherme do Rosário que, ao lado do capitão Wilson Machado, planejavam o atentado do Riocentro e acabaram sendo surpreendidos pela explosão acidental da bomba que iam instalar num show repleto de jovens no primeiro de maio de 1981.
Rosário, que morreu na hora, e Machado eram integrantes de um grupo de militares e policiais que não aceitavam nem mesmo a distensão política de João Figueiredo. Os indícios são de que Rosário participou também do atentado à OAB, que matou Lyda Monteiro, ao abrir uma carta bomba.
A memória do episódio e as revelações dos contatos de Guilherme do Rosário reacendem uma pergunta: de quem partiu a ordem para a colocação da bomba?
E outra, que os ministros do Supremo Tribunal Federal, que proclamaram ano passado que a Lei da Anistia, assinada em 1979, vale também para crimes cometidos quase dois anos depois de ela ter sido editada? É anistia futura, também?
Aí está um bom começo para o trabalho da Comissão da Verdade. A teia de monstruosidade que pode se abrir com a investigação deste caso pode colocar em xeque, perante a opinião pública e o Judiciário, a impunidade de quem matou e pretendia matar para produzir terror político.
Fonte: Tijolaço
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