Petroleiro João Cândido, primeiro navio "made in Pernambuco" (Foto: Roberto Pereira/SEI)
E, hoje, o Estaleiro Atlântico Sul lança ao mar o primeiro navio “made in Pernambuco” da história. Tudo que é político quer pegar carona no acontecimento, claro. Afinal, Suape, complexo industrial e portuário onde está o estaleiro e outros empreendimentos, é a menina dos olhos do desenvolvimento econômico pernambucano. Podem anotar aí, boa parte do debate político estadual de 2010 será sobre a paternidade de Suape.
O candidato da oposição, Jarbas Vasconcelos (PMDB), fica reivindicando para si o DNA de Suape e seus empreendimentos. O governador Eduardo Campos (PSB), idem.
Mas, a bem da verdade, o porto de Suape foi concebido lá trás, na década de 70, no governo de Eraldo Gueiros. O projeto original era apenas de substituir as atividades do Porto do Recife, como terminal de grãos e combustíveis. Depois, veio o governo de Moura Cavalcanti, que deu início às obras e mudou o conceito inicial, atribuindo a Suape a idéia de estação portuária e industrial. Ou seja, foi quando se pensou que aquele local também poderia abrigar também indústrias.
Os governos locais foram passando e cada um, em maior ou menor grau, colocou no local um pouquinho de dinheiro. Já quanto aos governos federais, não se pode tirar o mérito que Lula teve. Sem ele, não haveria refinaria e muito menos estaleiro. Porque, antes dele, a Transpetro (subsidiária da Petrobras) encomendava navios em Cingapura, em busca apenas do menor preço, como se a maior estatal brasileira não tivesse obrigações com o país. Agora, a Transpetro encomendou 49 novas embarcações – 22 delas ao Estaleiro Atlântico Sul.
O fato é que hoje Suape é um dos maiores portos do país, o melhor porto público, na opinião dos especialistas.
E de pouco adianta essa discussão de quem nasceu primeiro, o ovo a galinha. Suape não tem pai. É filho único de mãe solteira, dessa puta chamada Pernambuco.
Autor: Marco Bahé
Fonte: Acerto de Contas
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