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sábado, 30 de abril de 2011

Álcool baixa 12,7%; no posto, só cai com fiscalização


O levantamento diário do preço do etanol hidratado feito pela USP em Paulínia fechou a R$ 1.304 o metro cúblico (mil litros),o que representa uma queda de 12,7% em relação ao preço do final da semana passada, que era de R$ 1.490.
Este valor ainda sem impostos e a margem de revenda (mais ou menos 50%, no total).  Ou seja, o preço do etanol hidratado já poderia estar abaixo  de R$ 2, o litro.
Mas não é o que acontece, segundo matéria da Folha, que indica uma redução de apenas 1,1%  – 11 vezes menos – para um preço de R$ 2,185 do álcool hidratado nas bombas.
A paridade com a gasolina, que está em 77% – 80% é o limite mínimo para tornar o álcool vantajoso – poderia estar em 70%.
A opção dos proprietários de carro flex, certamente, tenderia ao álcool, reduzindo a demanda de gasolina (R$ 1,05 na refinaria, R$ 2,834 no posto) e, com isso, aliviando a pressão exercida sobre o preço do combustível causada pelo preço do álcool anidro – o que é misturado à gasolina – que pulo de R$ 2,10 para até R$ 2,80, em uma semana, numa alta de mais de 30%.

Mensalão do PiG e do PT não tem o mensaleiro: Dantas

À direita da foto, Dantas
O PiG (*) noticia confirmação que Delúbio Soares, Ministro das Finanças do PT no regime do “valeriodantas”, voltou ao partido gloriosamente.

A emoção que se observou no retorno de Delúbio só se compara à que acompanhou Kate e Wlliam ao altar.

Portanto, o PT recusou-se a esperar o julgamento do Supremo e readmitiu em seu seio, com Delúbio, o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas. 

Os dois voltam triunfalmente ao PT.

Os três, na verdade.

Porque, na CPI dos Correios, Delúbio tratava o ex-cunhado e “abre-te Sésamo” do Dantas, Carlos Rodemburgo, de “dr Carlinhos”.

“Dr” !

O PT não fez autocrítica.

Usou argumento que provoca lágrimas copiosas: não há punição eterna.

Que pena que o Eichman não pudesse dizer isso em Jerusalém. 

É tão convincente quanto o argumento do Ministro Napoleão Maia, do STJ.

O Ministro soltou a “louca” do mensalão do DEMO de Brasília – aquele grupo que ia dar o vice ao Cerra –,  porque é preciso assegurar o direito de ir e vir.

Clique aqui para ler “Ministro que soltou a “louca” quer sepultar a Satiagraha”.

Como não há punição eterna e se há de assegurar o direito de ir e vir, Daniel Dantas será sempre inocente (ou longe da cadeia ficará, ainda que condenado a dez anos pelo corajoso Juiz Dr Fausto De Sanctis).

Porém, tão comovente quanto a omissão do PT é a do PiG (*).

O “pensamento único” é o da “turma da bufunfa”

O economista Paulo Nogueira Batista Jr, publica um artigo hoje em que, delicadamente, chama de “pensamento grupal” o que mereceu o nome – fora de moda, hoje – de pensamento único.

Diz ele:
Nas últimas semanas, tivemos um exemplo extraordinário de pensamento grupal – a forte reação do mercado à decisão do Banco Central de aumentar em “apenas” 0,25 ponto percentual a taxa básica de juro. Se bem percebi daqui de longe, foi uma unanimidade ululante. O aumento foi considerado “insuficiente” para o controle da inflação, indício de fraqueza do BC e até mesmo da sua suposta subordinação ao “desenvolvimentismo” que domina o Ministério da Fazenda.Fantástico. Quem ouve esse coro de especialistas e financistas e não tem acesso a certas informações básicas pode ficar completamente desorientado. Na realidade, entre os bancos centrais de economias emergentes, o do Brasil está entre os que reagiram mais rapidamente, em termos de política de juros, ao risco de aquecimento. Desde abril de 2010, a meta para a taxa Selic passou de 8,75% para 10,75% no final do ano. No governo atual, os aumentos continuaram, com a taxa alcançando 12% depois da última decisão do Copom”.

MP denuncia envolvidos em mais um esquema de corrupção no governo tucano de Yeda Crusius


O esquema era de propaganda do BANRISUL superfaturada para agências de publicidade, durante o governo da tucanas Yeda Crusius. O BANRISUL era ligado ao PMDB do senador Pedro Simon, que apoiou e participou do governo tucano gaúcho.

Da Carta Capital:
A Justiça gaúcha aceitou, na quinta-feira 28, a denúncia do Ministério Público contra 25 pessoas supostamente envolvidas num esquema de superfaturamento em ações de marketing do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).

Entre os denunciados estão donos de grandes agências de publicidade e ex-altos quadros do banco. Segundo a operação, batizada de Mercari, o montante desviado está em torno de 5 milhões de reais.

Em setembro do ano passado, a investigação da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Estadual e de Contas apontaram para a existência de um esquema de desvio de dinheiro que operava dentro do setor de marketing do Banrisul.

Na ocasião, o superintendente de marketing do banco, Walney Fehlberg, o representante da agência de publicidade SLM Gilson Stork e o diretor da agência DCS, Armando D’Elia Neto, foram presos em flagrante por não informarem a origem do dinheiro encontrado em suas casas – segundo a PF, mais de 3 milhões de reais em espécie.

Após receber a denúncia, a juíza Deborah Coleto de Moraes, da 6ª Vara Criminal de Porto Alegre, levantou o segredo de Justiça, e justificou: “A aplicação do segredo de justiça ao feito somente se justifica na fase investigatória, com a finalidade de possibilitar seu andamento e a integridade dos dados apurados”.

A suposta organização criminosa superfaturava campanhas de marketing, feitas por empresas terceirizadas que recebiam valores muito abaixo daqueles pagos pelo banco. O dinheiro a mais seria, então, dividido entre quadros de agências de publicidade e assessores do banco.

Os acusados têm dez dias para apresentar defesa.

Os 25 réus são:

- Alexandre Ferlauto Della Casa
- Amarante Gonzales de Freitas
- Ana Paula Rodrigues Franco
- Antônio João Carlos Flório D’Alessandro: sócio e proprietário da agência de publicidade DCS, uma das maiores do Sul do país
- Armando D´Elia Neto: diretor da DCS
- Davi Antunes de Oliveira: empresário
- Edinéia Klein de Ávila: funcionária da DCS
- Gerri Adriane dos Santos
- Gilson Fernando Storck: sócio- gerente da agência de publicidade SLM
- Guilherme Thiesen
- Heloiza Valle de Oliveira: ex-funcionária do Banrisul
- Ivan do Valle Haubert
- Jairo Xavier Amaral
- João Batista Rieder: ex-assessor de marketing do Banrisul
- Leandro Silvestre Francisco
- Lúcio Atílio Arzivenco Rodrigues
- Maria Lúcia Salvadori Záchia
- Maria Selma da Silva
- Mário Brenner Della Casa
- Neiva Eliane Hermann Saratt
- Rodolfo Rospide Neto: ex-assessor da presidência do Banrisul
- Roberto Correa Otero
Fonte: Amigos do Presidente Lula 

Oposição ainda tem muito fôlego


A desintegração dos partidos de oposição começou a se desenhar logo após a vitória de Dilma Rousseff, em 31 de outubro de 2010, e, de lá para cá, acentuou-se severamente apesar de o adversário dela no segundo turno da eleição presidencial, José Serra, ter obtido um percentual significativo de votos.
Este texto procura entender e explicar por que, apesar de uma votação que não deixa de ser expressiva, a oposição mergulhou nesse processo autofágico. Os cerca de 44 milhões de eleitores que se opuseram à continuidade do governo Lula continuam com o mesmo espírito oposicionista em relação a Dilma?
É possível que as dezenas de milhões de eleitores que votaram em Serra não constituam mais o mesmo “mercado” potencial da oposição no Brasil? Há dados que sustentem essa possibilidade? Se não, por que a oposição se desestrutura da maneira que está se vendo?
A tese da desestruturação oposicionista tem uma base sólida: a fuga de quadros do PSDB, do DEM e do PPS (os partidos de sustentação da candidatura Serra) para partidos da base governista e para o partido que vem sendo considerado como cria do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Em primeiro lugar, apesar de o eleitorado anti-Lula e anti-Dilma em 2010 ter sido expressivo, as pessoas que adotaram essa postura eleitoral foram empurradas pela mídia para a oposição à continuidade que representaria a eleição de Dilma.  Por outro lado, quem é convencido uma vez pode ser convencido outras.
É um erro, portanto, julgar que a desestruturação do PSDB, do DEM e do PPS signifique que não há mais espaço para a oposição. Aliás, ao contrário do que muitos pensam, o partido de Kassab parece mais tentativa de reorganizar a oposição do que de aderir ao governo. Até porque, ao menos hoje persiste um imenso eleitorado conservador.
O grande drama da oposição é que a sangria de parlamentares e até de chefes do Poder Executivo rumo ao governismo que sofreu e que ainda irá sofrer a debilitará e impedirá de impor óbices ao governo. Dilma governará com mais tranqüilidade, o que, se for bem aproveitado, pode retirar da oposição boa parte do eleitorado que mobilizou ano passado.

Ministro do STJ solta promotora “louca” e quer matar a Satiagraha

Ministro Maia assegurou o direito de ir e vir
Saiu no Globo, página 15:

“STJ manda soltar promotora que simulou loucura”.

Deborah Guerner, acusada de participar do mensalão do DEM, e o marido, deixarão a prisão onde estão desde o dia 20.

O Ministro Napoleão Maia decidiu assim: 

“A prisão não está afinada com a proteção que o sistema jurídico confere ao direito de ir e vir”.







NAVALHA



Como se sabe, a Satiagraha pode morrer de forma tão escandalosa quanto morreu a Operação Castelo de Areia.
Clique aqui para ler “STJ decide: é proibido investigar rico ! E salva indiciados na Castelo de Areia”.
Daniel Dantas, o passador de bola apanhado no ato de passar bola, entrou no STJ com uma ação para sepultar a Satiagraha.
A decisão depende de cinco votos.
O relator, o Ministro Macabu, decidiu sepultar a Satiagraha.
Clique aqui para ler “Conseguirá Macabu absolver Dantas, o herói da Época ?”.
O Ministro Napoleão Maia concordou e acendeu outra vela no caixão da Satiagraha.
Faltam 3 votos.
O Ministro Gilson Dipp, que o Brasil aprendeu a admirar quando esteve no Conselho Nacional de Justiça, pediu vistas.
Daniel Dantas ganha por 2×0 no primeiro tempo.
Também ele pode se beneficiar de forma definitiva do “sistema jurídico que confere o direito de ir e vir”.
Um passarinho pousou na janela lá de casa e fez a seguinte conjectura:
Será que as gravíssimas revelações de dois repórteres da revista Época sobre as suspeitíssimas relações de Dantas com FHC e com José Cerra não são uma forma, desinteressada e inocente, de avisar a uns e outros que matar a Satiagraha é um vital interesse de centenas e centenas de brasileiros que hoje militam no PiG (*), no Executivo, no Legislativo e no Judiciário ?
Pergunta o passarinho inconveniente e abusado:
Será a Época uma faca no pescoço da República ?



Ex-tucanos de SP rumam para aliados federais


Em um cenário de enfraquecimento da oposição, a maioria dos seis vereadores do PSDB de São Paulo de saída da sigla deve migrar para partidos da base do governo federal. Apenas dois vereadores tucanos da capital paulista pretendem rumar para a legenda que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, decidiu fundar, o PSD - o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto, e Souza Santos.

O vereador Juscelino Gadelha acertou sua ida ao PMDB e deve formalizar sua filiação na semana que vem. "Sou um tucano de pouca penagem que volta para o seu ninho, o PMDB", disse Gadelha, que foi do partido entre 1998 e 2003. "Se o PMDB apoia o governo Dilma, vou acompanhar a agremiação", disse. Ligado ao ex-governador de São Paulo, José Serra, o futuro pemedebista explicou que sua saída do PSDB tem como única razão o tratamento dispensado pelo grupo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). "A nova direção do PSDB queria que a gente perdesse na urna no ano que vem, iam dar o troco", afirmou. Em 2008, na disputa para prefeito da capital, os vereadores tucanos não seguiram com Alckmin e apoiaram Kassab, conforme acordo fechado com Serra.

O vereador Ricardo Teixeira também está em conversas avançadas com o PSB, outra legenda governista. Gilberto Natalini e Dalton Silva têm conversado com o PV. "É o partido que mais se aproxima do que eu penso. O PSD não é uma opção que se alinhe à minha história de vida ou ao meu futuro político", disse Natalini. Da bancada de 13 vereadores, o PSDB ficará com apenas 7.

No DEM, o número de dissidentes aumentou ontem. O vereador Carlos Apolinário anunciou que pretende sair do seu partido. Será o sexto vereador do DEM a deixar a legenda. A bancada do partido na Casa ficará reduzida a dois parlamentares: Milton Leite e Sandra Mudalen. Apolinário se disse decepcionado com a direção nacional do DEM por não ter sido convidado à reunião de ontem da executiva nacional, em Brasília. "Não mereço o tratamento que tive, não abro mão disso. Ou me respeitam ou não sou democrata. Como me sinto à vontade em um partido onde sou inexistente?", completou. " Parece que estamos repetindo os erros do PSDB", completou.

Apolinário disse que ainda vai pensar para qual partido migrará. "Vários partidos me convidam", afirmou. Ele negou que irá para a sigla de Kassab, ao contrário dos cinco colegas da bancada que irão para o provável PSD. "Não vislumbro no PSD espaço para fazer política agora", disse.

Apolinário fez críticas à escolha de Alexandre de Moraes para a presidência do diretório municipal paulista. Moraes foi secretário de Kassab até junho do ano passado e saiu brigado com o prefeito. "Ele nunca foi dirigente partidário, nunca foi eleito. Basta ser inimigo declarado do Kassab para ser escolhido", afirmou.

O vereador Milton Leite, que ameaçou sair do DEM caso não conseguisse a presidência do diretório estadual, resolveu se manter na sigla. Na quarta-feira, convenceu o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), a abrir espaço nas executivas estadual e municipal a ele e a seus filhos, o deputado federal Alexandre Leite e o deputado estadual Milton Leite Filho. Saiu da reunião com a vice-presidência da executiva estadual paulista. O filho Alexandre foi para a vice-presidência municipal. O outro filho virou representante nos dois diretórios. Desde a saída de Kassab do DEM, há cerca de um mês, os diretórios da capital e estadual estavam vagos. "Se eu saísse, meus filhos também sairiam e o DEM perderia o direito de verificação de presença na Câmara Federal, porque a bancada cairia de 32 para 31."

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Serra e Kassab racharam elites paulistas, por Maria Inês Nassif


Especial para Luís Nassif Online
Serra e Kassab conseguiram rachar as elites paulistas

Por Maria Inês Nassif*

O curioso do desmantelamento das estruturas partidárias do establishment político paulista é que os rachas que se sucedem são um quase reconhecimento de que os partidos foram muito menos efetivos, em termos de construção e consolidação de uma hegemonia ideológica, do que propriamente os instrumentos não partidários de elaboração de cultura e convencimento, como os órgãos de imprensa.
Os políticos que saem às pencas do PSDB e do DEM, estes últimos claramente em direção ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cujo principal patrimônio político é um mandato de prefeito da capital que acaba em 2012, estão abandonando estruturas partidárias que, juntas, monopolizaram a política do Estado nas últimas duas décadas.
Provavelmente vão construir novos partidos sem qualquer cimento ideológico, na tentativa de arregimentar um eleitorado que não é tão conservador quanto o eleitor tucano/kassabista, mas com tendências igualmente antipetistas. E fazem uma aposta de que vão esvaziar o PSDB original, agora sob o comando do governador Geraldo Alckmin, de seu maior patrimônio político: a adesão incondicional da elite paulista, mediada por uma grande imprensa sediada no Estado, ambos (elite e jornais) seduzidos pelo curriculo lattes dos quadros que não aceitam a liderança caipira do governador nascido em Pindamonhangaba, embora não exista distância ideológica relevante entre os dois grupos.
A elite paulista que agora mingua o PSDB teve a ilusão, durante o período de governo de Fernando Henrique Cardoso – sociólogo, culto, com trânsito junto aos poderosos e aos letrados, inclusive fora do país – de que seu projeto de poder ganhava verniz e seu projeto econômico, uma construção ideológica que o tornaria universal, palatável a todos os setores sociais.
Foi um momento de grande convergência entre elites intelectuais e econômicas, sedimentada por uma militância dos órgãos de imprensa tradicionais, a maior parte deles sediados no Estado. Em algum momento da história, o caráter de um projeto que seria pretensamente universal ficou ilhado no mais rico Estado da Federação, sem diálogo com os demais e com uma grande dificuldade de acesso aos setores de mais baixa renda, que ascenderam na escala social durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência (2003-2010).

Ao longo desse período de descolamento da ainda irrefutável hegemonia econômica paulista de sua hegemonia política, as elites paulistas, que ainda mantém a centralidade na economia nacional, têm carregado nas costas as estruturas partidárias que floresceram nos governos FHC e minguaram nas administrações de Lula. Para efeito de campanha eleitoral, por exemplo, a adesão de um jornal a uma candidatura tucana (ou à de Gilberto Kassab, nas eleições municipais passadas) foi um dado mais efetivo do que a adesão da estrutura partidária.
A disputa interna entre José Serra e Geraldo Alckmin anula a efetividade do PSDB numa campanha política no Estado; a adesão de um órgão de imprensa tradicional, por outro lado, confere ao candidato escolhido alguma organicidade e atrai adesão ideológica. Enfim, os instrumentos políticos de fora do PSDB paulista têm exercido, nas campanhas eleitorais, o papel de construção e sedimentação política dos candidatos que os próprios partidos, divididos, não têm condições de oferecer.

Dias na Carta: eleitor do Cerra aprova Dilma



Conversa Afiada republica a coluna Rosa dos Ventos de Mauricio Dias na Carta Capital:

O declínio da oposição


Mauricio Dias


Com a vitória do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, em 1994, a embriaguês provocada pelo sucesso do Plano Real levou Sergio Motta, então ministro das Comunicações, a prever que o PSDB ficaria no poder por 20 anos (para isso não poupou forças e atropelou limites éticos). Preparou a emenda da reeleição de FHC e passou como um trator sobre a oposição ao catar votos a qualquer preço.


Elogiado como operador político e financeiro das campanhas eleitorais tucanas, Motta falhou no papel de oráculo. O planejado império tucano durou oito anos. Empurrado para o papel de principal opositor do governo petista o PSDB e, mais ainda, seus aliados sofreram um impacto ameaçador ao longo dos oito anos do operário Lula no governo. A vitória de Dilma acelerou o processo e o DEM (ex-PFL), por exemplo, vive um perigoso minguante.


O que explica a erosão político-partidária da oposição?


Reflexões mais profundas levariam à conclusão de que, sem enraizamento social, ela perdeu-se ao deixar o poder. Mas há circunstâncias contingenciais.


Os adversários do PT ficaram sem o norte, dizem em coro. É mais grave, porém, do que isso.  Eles se desnortearam ao se apresentarem nas eleições tentando esconder o que fizeram: as privatizações que pressupunham a destruição das bases do “Estado brasileiro” para soerguimento de um “Estado mínimo”, globalizado e sem soberania.


O retrato desse amedrontado comportamento foi exibido no decorrer das três últimas campanhas presidenciais.


Como opositores, são muitas as quimeras dos tucanos. Eles agora prenunciam uma “ditadura partidária” do PT que pode levar à situação ocorrida no México. Ou seja, o domínio, por 70 anos, do Partido Revolucionário Institucional (PRI).


Essa nova tentativa de aterrorizar a sociedade entra, no entanto, em contradição com o devaneio de que são da oposição, ou ainda melhor, significam rejeição a Dilma, 43 milhões, 711 mil e 388 votos obtidos pelo candidato José Serra no 2º turno. Isso equivale a 43,95% dos votos válidos. Eis a tese:


“O papel da oposição, em larga medida, foi representado pela mídia”, escreveu com precisão, recentemente (em O Globo), o embaixador aposentado Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, ao lamentar que a oposição tenha perdido o discurso. Mas foi impreciso o formulador tucano ao deduzir que “… 43 milhões rejeitaram o que o PT representa…”


Essa teoria trava uma briga de morte com os fatos. A teoria morre no fim.


Os eleitores não são cativos dos candidatos. Nem dos que ganham nem dos que perdem. Aqueles 43 milhões ainda estão colados no candidato derrotado?


Números inéditos da pesquisa Ibope, de março de 2011, respondem que não. Ao se manifestarem pela aprovação do governo e pela confiança que depositam em Dilma eles dão sinais de que se desgarram dos tucanos. Isso não significa, entretanto, que tenham trocado de lado. Dilma parece ter cooptado uma parte substancial dos eleitores que declararam ter votado em Serra no 2º turno (quadro ao lado). Ou seja, parece estar se esvaindo aquele estoque de votos que os tucanos acreditam cativo.


Eleitores e quimeras se esfumam como “a brancura da espuma que se desmancha na areia”, tal como ensina o samba Risque, clássico de Ari Barroso.

Revista Veja joga a toalha


Clique na imagem para ampliá-la. Dica do Blog do Luis Nassif.

Mesmo comendo mortadela e arrotando caviar, a Editora Abril está passando por sérias dificuldades financeiras. Quem ainda não recebeu uma ligação do telemarketing da editora [da] marginal que atire a primeira pedra. Eu mesmo, antes de bloquear meu número de telefone no Procon para esse tipo de “serviço”, recebia pelo menos duas chamadas por semana que me ofereciam assinatura da Veja por preços “irresistíveis”, além de ganhar uma ou duas outras revistas da editora completamente grátis. Como não tenho passarinho, cachorro ou gato para forrar onde os bichinhos fazem coco, não adquiria a revista.

Há muito a principal revista da Abril mente sobre sua tiragem e esconde os relatórios. Luis Nassif no post “O balanço da Editora Abril”, publicado em seu blog, diz o seguinte:

[...]

Tempos atrás mencionei a lógica perigosa da Abril em relação à Veja. A editora fala em tiragem de 1,1 milhão. O mercado trabalha com números entre 800 mil e 850 mil.

A hipótese que levantei era de a Abril estar tratando como pagas as assinaturas promocionais, mantendo em vigor as assinaturas vencidas e entregando novas assinaturas a quem não pediu. Levando em consideração uma hipótese otimista de transformação de 5% dessas cortesias em assinatura paga, o custo anual seria de R$80 milhões. A cada ano aumentaria a diferença entre a tiragem real e a hipotética de 1,1 milhão, obrigando a custos crescentes para sustentar a fantasia.

O balanço da Abril mostra “despesas com venda” no valor de R$453 milhões, ou 30,8% da receita com venda líquida.

[...]

Clique aqui para ler o balanço da Editora Abril.

Agora a revista Veja, para tentar parar de matar cachorro a grito, resolveu dar superdescontos, milhas e toalhas... Isso mesmo, ela está jogando toalhas em cima de seus leitores, que estão definhando.

Como diriam os mais antigos: “Não existe bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.” No caso da revista [da] marginal, o mal está acabando a passos largos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Velha classe média: “buuu para o Lula!”


Recebo de André Lux texto genial (mais um) de Luís Fernando Veríssimo
BUUU PARA O LULA! 
Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.
- É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Este caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior – tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria esta confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como se fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.
- A nova classe média nos descaracterizou?
- Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada…
- Buuu para o Lula, então?
- Buuu para o Lula!
- E buuu para o Fernando Henrique?
- Buuu para o… Como, “buuu para o Fernando Henrique”?!
- Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?
- Sim. Não. Quer dizer…
- Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.
- Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.
- Por quê?
- Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.
- Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?
- Acho, mas…
Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.

PSDB inclui compra de ração animal na prestação de contas


Irregularidades em despesas com alimentação e compra de ração

O diretório estadual do PSDB na Paraíba utilizou recursos do Fundo Partidário para compra de ração animal durante o ano de 2009. A irregularidade foi constatada na prestação de contas do partido.

O relator do processo, desembargador Genésio Gomes, votou pela rejeição das contas durante a sessão de ontem do Tribunal Regional Eleitoral. A juíza Niliane Meira pediu vista dos autos e o julgamento será retomado na próxima sessão.

Ao analisar as contas, foram encontradas outras irregularidades com alimentação, combustível e para pagamento de multas eleitorais. O advogado do partido diz só admitir erro no uso do fundo partidário no pagamento das multas. Sobre as despesas com ração animal, alegou que o partido tinha um cachorro que fazia a segurança da sede.


Fonte: Amigos do Presidente Lula

Etanol é “utilidade pública” e ANP o controlará


Fiz uma leitura rápida da MP do Etanol,baixada agora à noite pela Presidenta Dilma.
Ela passa a considerar de utilidade pública “garantir o fornecimento de biocombustível em todo o país”.  E passa a colocar os biocombustíveis – e todos os combustíveis – dentro do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis previsto numa numa dei de 1991 – a 8.176 -  que dá até pena de detenção para quem agir em desconformidade com a regulação do setor.
Assim, eles ficam sujeitos ao Art. 2º da Lei 9.847, que prevê: Art. 2o Os infratores das disposições desta Lei e demais normas pertinentes ao exercício de atividades relativas à indústria do petróleo, ao abastecimento nacional de combustíveis, ao Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e ao Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis ficarão sujeitos às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil e penal cabíveis.
A MP também entra de sola na ANP. Seus dirigentes, agora, vão ter de cumprir quarentena de um ano, antes de se meterem a ocupar cargos em empresas do setor de combustíveis. As reuniões que tratem de pendências entre consumidores e produtores terão de ser, obrigatoriamente, públicas.
A ANP passa a ter o direito de controlar a “produção, exploração, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização dos biocombustíveis”.
E dá liberdade ao governo de fixar, entre 18 e 25%, a percentagem de adição de álcool anidro à gasolina, hoje em 25% e que era, antes, redutivel a, no máximo, 20%.
É uma análise apressada, feita numa primeira leitura. Algo de importante pode ter escapado. Mas o essencial é que, finalmente, o Governo agiu. E, ao que percebo, agiu forte e decididamente.

Caso etanol: Ministro reage, enfim, aos abusos

Embora alguns possam ter achado exagero, penso que foi precisa a colocação que minha equipe fez hoje aqui, no post “Gasolina não subiu nem sumiu. E o álcool?“.
Tanto que, agora à tarde, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu à Agência Brasil que “tem havido abuso nos preços dos combustíveis, especialmente do etanol”. Segundo ele, os preços são regulados pelo mercado, mas o governo já acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar a situação.
Segundo a matéria, Lobão disse também que já pediu à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para intervir no processo.
O problema das agências é esse. O Governo pede, o Governo não manda. Leia aqui porque as Agências independentes fazem o Governo dependente.
Fonte: Tijolaço

Três vítimas de baixarias vencem Revista Veja na justiça. Luiz Marinho (PT/SP) ganha R$ 50 mil de indenização.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT/SP), foi vítima de baixarias da revista Veja e ganhou na justiça R$ 50 mil de indenização por danos morais da Editora Abril, responsável pela publicação.

Quando era presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a revista publicou texto difamatório contra Luiz Marinho, durante uma viagem à Alemanha, em 2001, quando tentou, junto à matriz da Volkswagen, evitar demissões da filial brasileira.

Procurador Federal também processou a revista, e ganhou

Há poucos dia atrás, o procurador da República em Rondônia, Reginaldo Trindade, também conseguiu na justiça a condenação da revista a pagar-lhe indenização de R$ 35 mil por danos morais.

Ele foi vítima da revista na matéria “Sequestro Fajuto”, publicada em abril de 2008. Segundo a ação na justiça, a revista o acusou ser conivente e omisso com a exploração de madeira e diamantes na Reserva Roosevelt, onde ocorreu uma chacina de 29 garimpeiros por índios cinta-largas em 2004. Na época, um representante da ONU estava em companhia do procurador e todos acabaram reféns dos guerreiros silvícolas por quatro dias. A situação foi contornada com a chegada do ex-presidente da Funai, Márcio Meira. A revista também insinuou que o seqüestro seria um "farsa" encenada.

Veja consegue a "proeza" de colocar Joaquim Roriz na condição de vítima

Existe ampla matéria-prima factual em torno do ex-governador Joaquim Roriz, do DF, para reportagens investigativas e informar sobre denúncias, com base em fatos, gravações que já foram vazadas, testemunhos, cruzamento de informações, etc. Mesmo assim, a revista Veja e o jornalista Diego Escosteguy, conseguiram a proeza de fazer um mau jornalismo a ponto de serem processados e condenados por danos morais, colocando Roriz na condição de vítima da revista.

O ex-governador conseguiu R$ 100 mil de indenização, por que o jornalista e a revista, em vez de informarem o leitor objetivamente sobre os fatos, fez aquelas tradicionais "reporcagens", parecidas com textos de ficção, com personagens fictícios, onde sobram adjetivos e faltam substantivos. Sobram juízos de valor e faltam provas. Sobram adereços e enfeites negativos no texto em estilo rococó e faltam conteúdo. Aquele tipo de "reporcagem" bufã que se preocupou mais em chamar Roriz de "Vitor Corleone" (clássico personagem do cinema de máfia), em vez de matar a cobra e mostrar a cobra morta, como se diz no ditado popular



Fonte: Amigos do Presidente Lula

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Globo poupa mandantes do atentado ao Riocentro, diz Paulo Ramos



O deputado estadual Paulo Ramos (PDT/RJ), era major da PM (Polícia Militar) e ainda estava na ativa em 1981, quando ocorreu o atentado ao Riocentro.

Em discurso na Assembléia Legislativa, ele elogia os esforços do repórter Chico Otávio, do jornal O Globo, em procurar trazer mais informações sobre o caso, mas reclama do jornalão descrever os fatos como ato isolado de arapongas, quando tudo aponta para uma operação com aval da alta cúpula dos serviços de inteligência do governo da ditadura.

Paulo Ramos narra o envolvimento da cúpula da PM do Rio e de setores do governo, em Brasília, com três fatos muitos estranhos:
- troca e prisão do comandante do Batalhão de Jacarepaguá, horas antes da explosão (que deveria ser responsável pelo policiamento ostensivo do evento);
- do comandante-geral da PM, General Nilton Cerqueira (*) ser chamado à Brasília, lembrando que, naquele tempo, a PM atuava subordinada ao Exército;
- da ordem repassada pelo estado-maior da PM para suspensão do policiamento previsto para o Riocentro;

(*) Cerqueira era coronel na época, e fez carreira em operações de combate à guerrilha, sendo a mais conhecida a caçada à Carlos Lamarca. Foi escolhido pelo general Milton Tavares (chefe do Centro de Informações do Exército, na época) para combater a guerrilha do Araguaia, entre janeiro e março de 1974.

Transcrição do discurso do Dep. Paulo Ramos (PDT/RJ)

Ignorado no Brasil, FHC dá conselhos à oposição venezuelana

Devoto de Jesus Cristo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tem muito a agradecer aos céus. Sob a liderança da deputada María Corina Machado, a oposição venezuelana adotou como conselheiro o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso – cujos brados não se fazem mais ouvir nem sequer entre tucanos mais ilustres. É um abraço de históricos derrotados.

Por André Cintra

O insucesso de FHC se traduz na rejeição cada vez mais cristalizada a seu governo (1995-2002) e na resistência do alto tucanato a evocar seu legado. Já o infortúnio da oposição a Chávez tem uma expressão mais nítida: desde 1998, a direita venezuelana acumula 15 derrotas em disputas eleitorais, referendos e plebiscitos. Em comum, ambos não escondem uma natureza elitista, antipopular – talvez a maior barreira para os conservadores voltarem ao poder nos dois países.

No artigo “O Papel da Oposição”, divulgado há duas semanas, FHC estertorou que o PSDB deve abrir mão tanto dos movimentos sociais quanto do “povão”. Segundo ele, “enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”. A repercussão foi tão negativa que desconcertou Fernando Henrique. “Passei a ser cautelosíssimo. Pensei que ninguém fosse ler”, admitiu.

Já Corina Machado, em entrevista à Folha de S. Paulo, igualmente subestima os laços formados entre o “povão” venezuelano e o governo Chávez. “Os pobres foram usados e manipulados. Claro que o governo gosta de pobres, mas para mantê-los pobres. O governo precisa que eles fiquem dependentes do Estado e não quer uma sociedade autônoma que gere emprego por suas próprias fontes”, esbraveja a deputada.

O encontro entre o malfadado ideólogo da oposição brasileira e expoentes do conservadorismo da Venezuela ocorreu nesta terça-feira (26), em São Paulo, durante o debate “A América Latina em um Mundo em Transformação”, realizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso. Não ficou claro o que o ex-presidente tem a dizer a opositores do país vizinho.

Isso foi uma bomba, não uma “orquestração”

Não nutro pela Força Aérea Brasileira senão enorme respeito e admiração. Sou neto de um oficial-aviador (cassado), Alfredo Daudt. Tive a honra de contar com o apoio de um herói das Força Expedicionária nos céus da Itália, o Brigadeiro Rui Moreira Lima. Não posso, por isso, achar que nossa Aeronáutica tenha algum interesse em ver sua imagem atingida, como é hoje, pela reportagem do jornal O Globo,, em que um relatório da Arma nega o óbvio e coloca a instituição como encobridora da verdade.

Explode uma bomba no colo de um sargento ligado à repressão política. Ele está, tarde da noite, nos arredores de um show musical da oposição. A seu lado, um capitão. Dentro do carro que ocupam, mais dois cilindros suspeitos. E um relatório de “inteligência” diz que tudo foi “uma orquestação da imprensa”?

“”A imprensa, aproveitando a oportunidade, passou a explorar o fato de forma sensacionalista e tendenciosa. Os militares são apresentados como terroristas, acusados e condenados sem qualquer prova ou fundamento, sem nenhuma chance de defesa, dentro da técnica da orquestração nos periódicos na área, com reflexos em todo o país”.

Como é que os militares foram “acusados e condenados” sem nenhuma chance de defesa? O capitão Wilson Machado, parceiro do sargento morto no episódio, está vivo e gozando de boa saúde. Vamos, então, dar-lhe a chance de defesa pública, na Comissão da Verdade, num depoimento que, certamente, vai dar a ele a oportunidade de apresentar sua versão.

Se o relatório sustenta que “o crime terrorista perpetrado está sendo investigado e todo o esforço vem sendo realizado para identificar sua origem”, porque não seguir publicamente nessa identificação, inclusive a cadeia de ligações prévias e posteriores ao evento, para saber quem mandou lá aqueles homens?

O carro destroçado e um ser humano dilacerado não são “uma orquestração” da “imprensa infiltrada”. São o resultado de um crime praticado nos desvãos obscuros do aparelho repressivo. Não têm nada a ver com a missão e as atividades legais das nossas Forças Armadas.

E a verdade sobre o comportamento de alguns militares, em lugar de atingir a imagem destas instituições, só vai dar à Nação a certeza de que elas são muito maiores que os homens que se desviaram dos valores de honra e dignidade que elas cultuam com tanto zelo.

Fonte: Tijolaço

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dlima diz que Brasil enfrenta os “bons problemas”




Separei alguns trechos que me pareceram mais significativos no discurso feito hoje pela Presidenta Dilma Rousseff na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Reparem que é uma reafirmação muito clara dos compromissos de campanha e de um pensamento que, contrário do que fazia o neoliberalismo, não encara as  dificuldades econômicas como resultado de nossa “inferioridade”, nem  vê o povo e o exercício de seus direito e anseios como um problema, mas como a força que pode levar este país à frente.
Posto aí em cima, para quem puder assistir – são 27 minutos – o vídeo da fala da Presidenta. E, abaixo, as passagens que destaco:
Os países emergentes que, é bom que se reconheça, sustentaram a dinâmica econômica no pior momento da crise, agora são pressionados por políticas de expansão intensa da liquidez internacional, geradora de desequilíbrios não só cambiais, mas, também, de desequilíbrios inflacionários. E isso é importante que nós tenhamos consciência e clareza: de desequilíbrios e pressões cambiais e inflacionárias, porque um afluxo deste nível que hoje o mundo experimenta, de liquidez sobre as economias em desenvolvimento, significa, necessariamente – como também foi mostrado aqui hoje – uma grande pressão sobre o valor de todos os ativos e uma expansão absolutamente desenfreada do crédito e uma pressão monetária sobre as economias em desenvolvimento.
(…)É preciso, portanto, ter responsabilidade e serenidade na condução da política econômica. Nós estamos monitorando, como eu disse, a evolução da economia, e estamos prontos para tomar as medidas sempre que for necessário.