

A prefeitura do DEMO, demoliu a maior parte dos imóveis comprometidos pelas águas e ofereceu bolsa-aluguel para 3.700 famílias que aguardam novas moradias, com conclusão prevista para a distante meta de fins de 2011. Parte das famílias nem aceitou o benefício e preferiu invadir um terreno na Vila Curuçá, também na zona leste da capital, para não ficar ao relento.
O repórter Diego Zanchetta, do Estado, relatou na edição de sábado, a saga de 139 dessas famílias que, depois de terem perdido suas casas para o rio, desistiram de esperar indefinidamente a ajuda dos governadores tucano. Elas agora tentam reconstruir suas vidas num novo bairro que tentam instalar, não com a ajuda dos técnicos da Prefeitura ou do Estado, mas, sim, das entidades ligadas ao movimento dos sem-teto e integrantes do PSOL.
Essas famílias se dizem praticamente forçadas a optar pela invasão, já que os R$ 300 mensais pagos pela Prefeitura de Kassab como auxílio-aluguel são insuficientes, para o aluguel de um imóvel. Não lhes restou alternativa, de acordo com a dona de casa Eliete Jesus Almeida, de 36 anos, que declarou: “Com R$ 300 não consigo alugar nem quarto em cortiço.” O abandono é de tal ordem que até o controle de quem pode ou não entrar no local é feito pela autoridade informal do PSOL e dos movimentos dos sem-teto. Até os contatos com os jornalistas são monitorados por uma “comissão de imprensa”, composta por dirigentes das entidades citadas.
O insensível descaso das autoridades em relação aos desabrigados pelas enchentes do verão do bairro conhecido oficialmente como Jardim Romano, mas chamado informalmente pelos próprios moradores de Jardim Pantanal, por motivos óbvios, é relatado por outra ex-moradora: “Ficamos desabrigados no dia 8 de dezembro e até agora nenhuma casa foi construída”, disse Renata Nere, 27 anos de idade, que morava havia 9 anos no lugar desocupado.
O Estado se faz presente pelas duas viaturas postas à frente da ocupação pela Polícia Militar. de São Paulo O terreno ocupado, pertencente a um agricultor, foi declarado de utilidade pública pela Prefeitura em fevereiro e é um dos nove nos quais o governo promete construir as moradias dos 5 mil desabrigados do Jardim Romano. Enquanto o poder público não faz a sua parte, os interessados contam com a ajuda de grupos e partidos para não terem de ficar ao relento
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