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sábado, 31 de dezembro de 2011

Miriam Leitão também aplica o conto do vigário no leitor


Dívida relativamente ao PIB, encolhe no governo Dilma.
Dívida pública explodiu no governo FHC em relação ao PIB. Miriam Leitão elogiava.
No governo Lula dívida despencou. Miriam Leitão critica.
É por querer impor essas mentiras ao telespectador que a audiência da TV Globo despenca.


A dívida do Brasil caiu para 36,6% do Produto Interno Bruto este ano. Projeção do BC é de 35,7% para 2012 (quanto menor esta relação melhor as contas públicas).

Esses números não mentem. Mostram que, dentro do possível, o governo Dilma guiou a economia com louvor em 2011, um ano difícil, devido à forte retração internacional e uma certa incapacidade das elites brasileiras produzirem o suficiente para atender a demanda do crescimento de 2010.

O fato foi que o PIB cresceu mais do que a dívida. Significa que a dívida tem menos peso na renda nacional, sobrando mais dinheiro produtivo para economia nacional.

No final das contas, isso (além da geração de empregos e distribuição de renda) é o que mais importa "na ponta do lápis".

O blá-blá-blá de Miriam Leitão para "desejar" um mau 2012 aos brasileiros.


Mas a urubóloga Miriam Leitão, da TV Globo, encerra o ano com seus tradicionais agouros de prever um mau 2012 para os brasileiros, na contra-mão da realidade, como fez uma avaliação ruim de 2011.

Na tentativa de desqualificar o sucesso brasileiro, a urubóloga tenta aplicar o conto do vigário em seus leitores, pinçando apenas os números que considera negativos, omitindo completamente a relação dívida/PIB.

Inventa de defender um déficit nominal zero, o que, com grande chances, jogaria o país em uma recessão ou estagnação. Se cortar investimentos estatais no social e na política industrial (que a urubóloga chama de custos), em tese reduziria a dívida num primeiro momento, mas o crescimento econômico iria para o vinagre, e as próprias receitas de impostos cairiam.

Com menor crescimento, menor arrecadação, maior vulnerabilidade... adivinhe de onde o governo teria que buscar dinheiro para fechar as contas? Tendo que emitir títulos e aumentando a dívida.

O resultado seria uma deterioração na relação dívida/PIB, arrastando o Brasil para a política da contaminação pelas crises internacionais, como era no nefasto governo neoliberal demo-tucano.

Cai no golpe do vigário da madame Leitão só os incautos, quando ela faz outra critica, sobre o "aumento da carga tributária". Ora, não houve aumento de alíquotas de impostos em setores produtivos nacionais (houve apenas o fim de renúncia fiscal provisória), nem para os trabalhadores, nem sobre a folha de pagamento, tanto é que a geração de empregos foi excelente durante o ano.

O que houve foi tributar o capital especulativo estrangeiro com um IOF maior, o que é bastante saudável, além de tributar pontualmente produtos importados que faziam "dumping" contra produtos nacionais, usando especulação cambial (aliás o IPI maior sobre carros importados só entrou em vigor em 16 de dezembro, mas em contrapartida o governo reduziu o IPI sobre carros nacionais).

O objetivo nem era de aumentar a arrecadação, neste caso, se bem que é bem-vinda, pois na prática reduz em parte o pagamento de juros líquido (paga-se com uma mão e com a outra recebe de volta parte do dinheiro via IOF). Mas o objetivo mais importante foi conter a queda do dólar, defendendo o Brasil da guerra cambial promovida até pelos EUA, que prejudicava a produção nacional e os empregos daqui, tornando os importados mais baratos artificialmente.

O governo Dilma, a exemplo de Lula, dirigiu com maestria essa equação. Não errou a mão a ponto de deixar a dívida explodir como fez o governo demo-tucano, nem errou a mão a ponto de estagnar a economia como também fez FHC, impedindo o crescimento da renda nacional e dos trabalhadores.

A urubóloga precisa de um computador calibrado, pois na ponta do lápis, suas contas só servem para enganar quem quer cair no conto do vigário, já tradicional no jornalismo da Globo.


Fonte: Amigos do Presidente Lula

Literatura: “Olhar para trás pode iluminar o presente”



Quando se trata de jornalismo e história, o passado tem um papel relevante, destacou Stella Maris Saldanha. Para aprofundar o tema, a apresentadora do programa “Opinião Pernambuco” recebeu três jornalistas e autores que levaram episódios e personagens da cena pernambucana às páginas de livros históricos. 

Vandeck Santiago lançou Josué de Castro, o gênio e Francisco Julião, as ligas e o golpe militar de 1964. Urariano Mota, o segundo convidado, assina Soledad no Recife, que conta o assassinato da guerrilheira Soledad Barrett, mulher do Cabo Anselmo, e também Os corações futuristas, que aborda a ditadura no seu auge, durante o governo Médici. Paulo Santos de Oliveira, o terceiro convidado, escreveu A noiva da Revolução e A guerra dos Mascates.

Os três falam apaixonadamente sobre o papel desbravador do jornalismo em relação à história, sobre a paixão que move o escritor -- diferente do jornalista, que segue pauta sob demanda e não a pauta do coração -- além de reviverem fatos inéditos da ditadura e de personalidades fundamentais na história do Brasil e do comunismo


Fonte: Vermelho

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CPI pretende provar propinas e ligá-las a privatizações de FH


As primeiras menções que a grande imprensa vem fazendo à ressurreição do escândalo das privatizações da era Fernando Henrique Cardoso, ressurreição essa desencadeada pelo livro A Privataria Tucana, têm sido no sentido de desqualificar e minimizar as denúncias. A desqualificação se dá em relação ao autor da obra, como todos sabem, mas pouco tem sido dito sobre a minimização do que ela denuncia.
A imprensa minimiza as denúncias dizendo que não estabelecem ligação entre a surpreendente movimentação internacional de pequenas fortunas por parentes e assessores do ex-ministro, ex-prefeito e ex-governador José Serra e o processo de privatizações empreendido pelo governo federal do PSDB (1995-2002). Além disso, esses órgãos de imprensa acusam as denúncias de ser “requentadas” por já terem sido divulgadas por eles mesmos.
É surpreendente como às vezes é difícil enxergar as coisas com clareza. Notem que em nenhum momento esses órgãos de imprensa questionaram as denúncias ou negaram que alguma afirmação contida no livro seja verdadeira. E não fizeram isso simplesmente porque o livro comprova que filha, genro, marido da prima e tesoureiro de campanha de Serra, pelo menos, envolveram-se em movimentações financeiras das quais ninguém sabe a origem e que, essas sim, constituem fatos novos.
As relações perigosas do ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro de campanha de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, Ricardo Sergio de Oliveira, com o empresário Carlos Jereissati, irmão do tucano Tasso Jereissati, bem como as offshores, os doleiros, o duto formado pelo MTB Bank e o Banestado, toda aquela rede suspeita e sua movimentação criminosa foram alvos da CPI do Banestado, em 2003. Todavia, nunca foram vistas provas tão sérias de que Verônica Serra enriqueceu muito, rapidamente e ainda muito jovem.
Alguém com a capacidade de Verônica de ganhar dinheiro (antes dos trinta anos) partindo só do trabalho assalariado deveria ser uma das pessoas mais famosas e comentadas do mundo. Modesta, porém, a filha de Serra sempre foi avessa a holofotes quando deveria ser motivo de orgulho para o pai e estudada como expoente da genialidade brasileira. Ainda assim, Justiça e imprensa jamais tiveram efetiva curiosidade sobre esse prodígio do mundo dos negócios.
Já sobre o livro da privataria não comprovar que os milhões de dólares que pingaram nas contas de parentes e amigos de Serra têm ligação com as privatizações, de fato a obra não comprova. Até porque, se comprovasse não haveria o que investigar. O inquérito seria concluído rapidamente e os envolvidos seriam condenados pela Justiça sem maiores discussões.
Parte da oposição lembra que já houve uma CPI das privatizações e que por isso seria ocioso criar outra. De fato, uma CPI com esse objeto foi criada em janeiro de 2006, ano de sucessão presidencial, como forma de coibir o ímpeto da oposição nas CPIs dos Correios e dos Bingos. Com a criação de uma Comissão para investigar as privatizações tucanas, todas essas CPIs acabaram em pizza e todos os envolvidos foram alegremente disputar as eleições daquele ano.
A CPI das privatizações mal chegou a funcionar. Não foram convocados os principais cabeças do processo, denúncias sobre pagamento de propinas não foram investigadas e o próprio preço pelo qual as empresas foram vendidas não foi devidamente questionado, até porque dizia-se que fazê-lo criaria temor nos mercados de que o Brasil viesse a promover “quebra de contratos”, ou seja, que viesse a retomar as empresas vendidas a preço vil.
Eis, então, o potencial explosivo da CPI da Privataria que pode vir a ser instalada já no alvorecer de 2012. Em primeiro lugar, esses parentes e amigos de Serra certamente terão que explicar a origem dos incontáveis milhões de dólares que pingaram em suas contas. Conseguirão – ou ao menos conseguiriam – explicar alguma coisa?
Até hoje não surgiu uma única explicação para o enriquecimento súbito dos parentes e amigos de Serra além da genialidade empresarial dessas pessoas. A CPI, portanto, terá, obrigatoriamente, que convocar Verônica Serra, Carlos Jereissati, Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregório Marin Preciado, José Serra e até Fernando Henrique Cardoso, entre outros. Mas quem terá que dar mais explicações serão pai e filha.
Por que a filha de Serra teve que abrir offshore nas Ilhas Virgens?
É aceitável que a filha de um político tão importante tenha tido milhões de dólares trafegando por instituições financeiras acusadas de lavar dinheiro de terroristas e traficantes?
Que salários o fundo de investimentos americano International Real Returns (IRR) pagava à genial filha do tucano para ela aumentar tanto e tão rapidamente seu patrimônio?
Está certo a filha de um ministro de Estado receber bolsa de estudos em Harvard – ou em qualquer outra parte – de empresários que tinham interesses no governo a que esse ministro servia?
Essas são apenas algumas das questões que o livro da privataria levanta e que desmontam a aura de santidade que a imprensa criou em torno de Serra ao ignorar questionamentos a ele que jamais foram ignorados em relação a Lula e aos seus filhos, por exemplo.
Se explicações muito convincentes não surgirem sobre o enriquecimento do entorno social e familiar de Serra, haverá que descobrir se ele mesmo não foi o beneficiário dessas fortunas sem origem. Estará caracterizado, assim, que essas pessoas e o próprio tucano beneficiaram-se de algum esquema ilegal. Então algum espírito de porco perguntará: que esquema?
O único esquema disponível para especulações será aquele que o livro diz ter permeado o programa de privatizações do governo FHC. É nesse momento que se chegará à conclusão de que se propina houve, alguém pagou. Investigando de onde veio esse dinheiro todo que irrigou as contas dos parentes e amigos de Serra, então, poder-se-á chegar a empresários que compraram o patrimônio público privatizado.
Se até hoje não se conseguiu provar que os preços pelos quais as empresas foram vendidas eram preços aviltados, diante da comprovação de que quem comprou pagou propinas a quem conduziu o processo não restará nada além de concluir que são falsos ou distorcidos os argumentos que “explicam” os baixos preços de uma Vale ou de um Sistema Telebrás.
A pergunta de um trilhão de dólares, portanto, é a seguinte: se as empresas foram vendidas por preços aviltados e se houve roubo de patrimônio público, o que acontecerá com elas? Serão retomadas? Os compradores terão que pagar a diferença? Ou dirão que o negócio não deveria ter sido feito, sim, mas já que foi feito não haverá mais o que fazer? E se as empresas forem retomadas, os “mercados” internacionais aceitarão tal “quebra de contrato”?
Viu, leitor, como será difícil instalar essa CPI?

Fonte: Cidadania

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Assista ao debate Privataria Tucana e o Silêncio da Mídia


Na noite de ontem (21.12), tive o prazer de assistir à exposição de um homem de coragem, Amaury Ribeiro Jr, que, ao lado do impagável companheiro Paulo Henrique Amorim e do deputado Protógenes Queiroz, esclareceu dúvidas sobre o livro político deste século e autografou centenas de exemplares.
Assista, abaixo, a íntegra desse encontro sobre uma obra histórica que marcará a política brasileira pelos próximos anos.


Fonte: Cidadania

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Livro sobre PSDB pode acabar em CPI



Em Brasília deputados pediram apoio para instalar uma comissão parlamentar de inquérito com a meta de investigar denúncias apresentadas no livro "Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior.

Jô Soares entrevistará Amaury Ribeiro?




Por Altamiro Borges

O apresentador Jô Soares, que se diz “um anarquista no bom sentido da palavra”, costuma dar espaço em seu programa na TV Globo e na rádio CBN para vários autores de livros. Nunca deixa de expressar a sua visão política na escolha dos convidados e nas divertidas entrevistas. É criticado, inclusive, porque fala mais do que os entrevistados.

Em setembro passado, o Programa do Jô entrevistou o jornalista José Nêumanne Pinto, que já foi editor de política e atualmente é articulista do Estadão e comentarista da SBT. Ele utilizou aquele espaço nobre para lançar seu livro “O que sei de Lula”, uma obra recheada de ataques ao ex-presidente e às forças de esquerda. Nêumanne Pinto é um direitista convicto, militante.

O metralha e a anta

Jô Soares também entrevistou, em novembro de 2009, o blogueiro pitbull da Veja, Reinaldo Azevedo, que lançou seu livro “O país dos petralhas”, e o comentarista da GloboNews Diogo Mainardi, que falou sobre sua “obra” - “Lula é minha anta”. Em todas estas ocasiões, como se nota nos vídeos disponibilizados pela TV Globo, Jô Soares se divertiu muito com os ataques rancorosos dos autores.

Será que agora, com o sucesso de vendas do livro “A privataria tucana”, Jô Soares convidará o premiado repórter Amaury Ribeiro para o seu programa? O “anarquista no bom sentido da palavra” vai estimular o contraditório, ouvindo o outro lado? Ou será que ele também teme o vingativo Serra? Ou será que ele ainda tem traumas da perseguição e censura que sofreu na própria TV Globo (conforme o vídeo acima)?

Fonte: Miro

Imprensa paraguaia noticia "A Privataria Tucana" antes da Folha malufo-serrista



http://goo.gl/Hh8Ho

Os paulistas que visitaram o Paraguai nestes dias ficaram sabendo do livro "A privataria tucana" antes de seus parentes que vivem em São Paulo, leitores da Folha e Veja.

O jornal ABC Color do Paraguai mostrou a notícia antes do jornalão e da revista paulista de tendência malufo-serrista.

Amaury atirou no que viu e acertou o que não viu

O livro "A Privataria Tucana" parece que acertou mais alvos do que mirava.

O silêncio imposto pelos barões da mídia durante quase uma semana indica que talvez o modus-operandi demo-tucano de lavagem de dinheiro descrito no livro não seja exclusividade dos homens do colarinho branco e da mala-preta do tucanato. O comportamento dos barões da mídia de exporem seus veículos de comunicação ao ridículo é de quem se viu retratado no livro sem ter o nome citado, e não querem abrir a caixa-preta da corrupção na privataria para não caírem junto.

É público e notório que estes grupos de mídia (Estadão, Globo, Folha e Abril) foram corrompidos ao integrarem os consórcios de privatização das teles, como já registramos há mais de um ano aqui. O noticiário e debate, na época, foi coberto por interesses lobistas dos donos da mídia. Pelo jeito, o livro de Amaury Ribeiro Júnior descobriu, sem querer, que existe algo mais sobre os barões da mídia, por trás dessa história, lá pelas bandas do caribe.



O jornal Folha de São Paulo também malufou junto com José Serra. Depois do livro "A Privataria Tucana" produzir debates desde a Câmara de Vereadores até o Senado, inclusive com mais de 100 assinaturas para abertura de uma CPI, o jornalão ficou constrangido e rompeu o silêncio.

Fez uma nota chinfrim sobre a existência do livro, mas o jornalão já começou mal, dando uma de advogado de  Serra usando o mesmo argumento do advogado de Paulo Maluf, que também dizia que o dinheiro rastreado em paraísos fiscais em nome de seus familiares não era prova da roubalheira na construção da Av. Jornalista Roberto Marinho. A Folha também diz que o dinheiro rastreado em paraísos fiscais da família e amigos de Serra não prova a roubalheira nas privatizações. Com a palavra o Dr. Gurgel e a CPI da privataria.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Serra, sobre livro: “Lixo, lixo, lixo”





Fonte: Vi o mundo

Vídeo bomba na Record News ! Amaury desmascara Cerra e FHC

O Conversa Afiada reproduz reportagem e entrevista de Amaury Ribeiro Júnior, autor de “Privataria Tucana”, nesta segunda-feira, na Record News, com Heródoto Barbeiro, o respeitado jornalista.

Heródoto “foi saído” da TV Cultura, depois que perguntou sobre pedágio a Padim Pade Cerra, num “Roda Morta”.


O PiG (*) se cala diante da maior roubalheira numa privatização

sábado, 10 de dezembro de 2011

Repercussão de Privataria Tucana: "Pelo que eu saiba, Ricardo Sérgio não fez nada de errado"


Veja já denunciou Ricardo Sérgio de Oliveira, que FHC diz que "não fez nada de errado", se a Veja quiser tem farto material pra ir a fundo nesse escândalo, mas não vai...
E a jornalista da Folha de São Paulo pareceu se satisfazer com a "explicação" de um dos acusados, FHC...

A casa dos tucanos caiu! Amaury Ribeiro Jr. lança livro bomba, “Privataria tucana” e a revista Carta Capital destaca, com entrevista exclusiva, aquilo que o ex-repórter da Globo tem a contar sobre os crimes cometidos nos processos de privatizações do governo FHC, ou como Élio Gaspari um dia chamou de privataria.
Um termo muito adequado aquilo que foi realizado no país durante o governo neoliberal dos tucanos, em que José Serra, ex-ministro do Planejamento e da Saúde neste período, é apontado como um dos maiores responsáveis por um esquema bilionário de desvios dos recursos das vendas de empresas públicas, como a Vale do Rio Doce, por exemplo, que segundo FHC disse, foi Serra quem o "aconselhou" a vender.

A Carta Capital acende o estopim, mas é pouco provável que os demais órgãos de imprensa se interessem em escavar tão promissor assunto. Muito provável que ajam para desqualificar o autor do livro bomba, recheado de documentos que comprovam sua tese, para livrar a cara de seus aliados e patrocinadores.

A grande imprensa brasileira, conservadora até no osso, deverá escalar seus maiores expoentes para por abaixo qualquer reputação de quem pense em sustentar o que Amaury Ribeiro Jr. denuncia. Neste caso, deverão agir protegendo amigos, para se pouparem de investigações que podem chegar as grandes redações, pelas posturas antiéticas de seus chefes, desleixas para com um assunto de extrema relevância e omissas em aprofundar indícios gravíssimos que envolve cifras estratosféricas, da nossa história recente.

Em uma das primeiras repercussões sobre o assunto, FHC, respondendo a jornalista Mônica Bérgamo, afirmou desconhecer que Ricardo Sérgio, apontado como o articulador do esquema de corrupção tucana, como esclarece o autor, tivesse cometido qualquer irregularidade ao dizer: "Pelo que eu saiba, Ricardo Sérgio não fez nada de errado" e a colunista da Folha de São Paulo parece ter ficado satisfeita com a resposta...


Estará começando uma das maiores operações "abafa" de nossa história, com a mídia ignorando o fato escandaloso, ou a imprensa independente, a Justiça e a sociedade civil organizada, como a OAB, poderão levar adiante devastadoras provas para punir seus malfeitores?

emendão tucano, esquema de propinas pagas por emendas parlamentares da base de sustentação do governo de Alckmin na Assembléia Legislativa de São Paulo, já foi, exemplarmente, abafado.  Na ponta do lápis, quanto deve custar tamanha ignorância editorial dos grandes veículos de comunicação do país sobre estes atos de corrupção???
É só o começo ou o fim?

A reportagem investigativa da década


Por Luis Nassif, em seu blog:

Fui ontem à coletiva do repórter Amaury Ribeiro Jr, sobre o livro que lançou.

Minha curiosidade maior era avaliar seu conhecimento dos mecanismos do mercado financeiro e das estruturas de lavagem de dinheiro.

Amaury tem um jeito de delegado de polícia, fala alto, joga as ideias de uma forma meio atrapalhada – embora o livro seja surpreendentemente claro para a complexidade do tema. Mas conhece profundamente o assunto.

Na CPI dos Precatórios – que antecedeu a CPI do Banestado - passei um mês levando tiro de alguns colegas de Brasília ao desnudar as operações de esquenta-esfria dinheiro e a estratégia adotada por Paulo Maluf. Foi o primeiro episódio jornalístico a desvendar o submundo das relações políticas, mercado financeiro, crime organizado.

No começo entendi os tiros como ciumeira de colegas pela invasão do seu território por jornalista de fora. Depois, me dei conta que havia um esquema Maluf coordenando o espírito de manada, no qual embarcaram colegas sem conhecimento mais aprofundado do tema.

Minhas colunas estão no livro “O jornalismo dos anos 90”, mostrando como funcionavam as empresas offshore, o sistema de doleiros no Brasil, as operações esquenta-esfria na BMF e na Bovespa, as jogadas com títulos estaduais.

Repassei parte desse conhecimento ao meu amigo Walter Maierovitch, quando começou a estudar esse imbricamento mercado-crimes financeiros e, depois, na cerimônia de lançamento do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência).

Mesmo assim, persistiu a dicotomia na cobertura: jornalistas de mercado não entravam em temas policiais e jornalistas policiais não conheciam temas financeiros. E a Polícia Federal e o Ministério Público ainda tateavam esse caminho.

Aos poucos avançou-se nessa direção. A Sisbin significou um avanço extraordinário na luta contra o crime organizado. E, no jornalismo, Amaury Ribeiro Jr acabou sendo a melhor combinação de jornalismo policial com conhecimento de mercado.

Quem o ouve falar, meio guturalmente, não percebe, de imediato, sua argúcia e enorme conhecimento. Além de ter se tornado um especialista nas manobras em paraísos fiscais, nos esquemas de esquentamento de dinheiro, tem um enorme discernimento para entender as características de cada personagem envolvido na trama.

Mapeou um conjunto de personagens que atuam juntos desde os anos 90, girando em torno do poder e da influência de José Serra: Riolli, Preciado, Ricardo Sergio, Verônica Serra, seu marido Alexandre Burgeois. É uma ação continuada.

Entendeu bem como se montou o álibi Verônica Serra, uma mocinha estreante em Internet, naquele fim dos anos 90, com baixíssimo conhecimento sobre tendências, modelos de negócios, de repente transformada, por matérias plantadas, na mais bem sucedida executiva da Internet nacional. Criou-se um personagem com toque de Midas, em um terreno onde os valores são intangíveis (a Internet) para justificar seu processo de enriquecimento. Mas todo o dinheiro que produzia vinha do exterior, de empresas offshore.

Talvez o leitor leigo não entenda direito o significado desses esquemas offshore em paraísos fiscais. São utilizados para internalizar dinheiro de quem não quer que a origem seja rastreada. Nos anos 90, a grande década da corrupção corporativa, foram utilizados tanto por grandes corporações – como Citigroup, IBM – para operações de corrupção na América Latina (achando que com as offshores seriam blindadas em seus países), como por políticos para receber propinas, traficantes para esquentar recursos ilícitos.

Ou seja, não há NENHUMA probabilidade de que o dinheiro que entrou pelas contas de Verônica provenha de fontes legítimas, formalizadas, de negócios legais.

Ao mesmo tempo, Amaury mostra como esse tipo de atuação de Serra o levou a enveredar por terrenos muito mais pesados, os esquemas de arapongagem, os esquemas na Internet (o livro não chega a abordar), os assassinatos de reputação de adversários ou meros críticos. É um modo de operação bastante tipificado na literatura criminal.

No fundo, o grande pacto de 2005 com a mídia visou dois objetivos para Serra: um, que não alcançou, o de se tornar presidente da República; o outro, que conseguiu, a blindagem.

O comprometimento da velha mídia com ele foi tão amplo, orgânico, que ela acabou se enredando na própria armadilha. Não pode repercutir as denúncias de corrupção contra Serra porque afetaria sua própria credibilidade junto ao universo restrito de leitores que lêem jornais, mas não chegam ainda à Internet.

Ao juntar todas as peças do quebra-cabeças e acrescentar documentos relevantes, Amaury escancara a história recente do país. Fica claro porque os jornais embarcaram de cabeça na defesa de Daniel Dantas, Gilmar Mendes e outros personagens que os indispuseram com seus próprios leitores. (Só não ficou claro porque o PT aceitou transformar a CPI do Banestado em pizza. Quais os nomes petistas que estavam envolvidos nas operações?)

E agora? Como justificar o enorme estardalhaço em torno do avião alugado do Lupi (independentemente dos demais vícios do personagem) e esconder o enriquecimento pessoal de um bi-candidato à presidência da República? 
Mesmo não havendo repercussão na velha mídia, o estrago está feito.

Serra será gradativamente largado ao mar, como carga indesejada, aliás da mesma forma que está ocorrendo com os jornalistas que fizeram parte do seu esquema.


Chegou nesta sexta-feira, 9, às livrarias o livro A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. . A obra relaciona o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) a esquema de desvio e lavagem de dinheiro do Banestado, alvo de uma CPI nos anos 1990, e acusa o tucano de usar arapongas para espionar adversários políticos.

O livro relata bastidores da disputa entre Serra e o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pela candidatura do PSDB à Presidência em 2010. O autor conta que, quando atuava como repórter do jornal O Estado de Minas, recebeu uma pauta encomendada pelo governo de Minas para que investigasse a vida de Serra. O pedido seria uma retaliação, segundo o autor, à produção de um dossiê contra Aécio por arapongas ligados ao tucano paulista.

Amaury afirma que investigou a estrutura de arapongagem de Serra, mas a publicação do material foi cancelada após acordo entre os dois tucanos. Segundo o autor, Serra criou um centro de espionagem e montagem de dossiês na Secretaria de Segurança da Anvisa durante sua gestão à frente do Ministério da Saúde, no governo Fernando Henrique Cardoso, e manteve a equipe em atividade após sua saída da pasta.

Esquema.

A privataria tucana afirma que o ex-tesoureiro da campanha de Serra e FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor da área internacional do Banco do Brasil nos anos 1990, era o mentor de um esquema de propinas, desvios e lavagem de dinheiro envolvendo privatizações e paraísos fiscais. Amaury descreve detalhes sobre as operações financeiras realizadas por Oliveira através de empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.

O jornalista relaciona esse esquema a outros, que segundo o livro teriam sido realizados pelo genro de José Serra, Alexandre Bourgeois, pela sua filha, Verônica, e por outras pessoas próximas ao tucano. Além disso, detalha as atividades da filha de Serra na empresa que tinha em sociedade com a filha do banqueiro Daniel Dantas.

Retaliação.

Em entrevista à revista Carta Capital, que publicou trechos do livro, Amaury Ribeiro Jr. comentou as acusações de que teria sido o responsável pela quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra e de políticos tucanos. O jornalista disse que o ex-governador de São Paulo José Serra “tem medo” das revelações que faz em seu livro e que a acusação “foi uma armação”. “Pagaram para um despachante para me incriminar.” Amaury relata ter ouvido de fontes tucanas que “Serra ficou atormentado” ao saber da elaboração do livro. “Aí partiram para cima de mim”, explicou.

Serra já acusou o nosso blog de ter quabrado o sigilo da filha. Leia  Veja vídeo aqui




Privataria: Zé Cardozo e brindeiro Gurgel. Por onde começar


Como o livro do Amaury leva o FHC para a cadeia


Como o livro do Amaury bota o Cerra em cana


sábado, 3 de dezembro de 2011

Pohan! E disseram que ela tava na pior: Dilma Rousseff – Brasileira do Ano 2011


BRASILEIRO DO ANO 2011
Dilma Rousseff – Brasileira do Ano 2011
No primeiro ano de mandato, a presidente Dilma mostrou pulso firme, manteve o país na rota do crescimento da era Lula e foi destaque na cena internacional
Por: Octávio Costa e Adriana Nicacio, na IstoÉ, N° Edição: 2195
02/12/2011
Suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mais carismático e popular da história do Brasil, era, sem dúvida, um grande desafio. Mas a primeira mulher a governar o País não costuma recuar diante de obstáculos. Ao contrário, o que mais emociona a presidenta Dilma Rousseff são exemplos de superação diante das dificuldades da vida. E, neste primeiro ano de mandato, ela deu prova de sua determinação. Comandou um agudo corte orçamentário, mas sem descuidar do crescimento e da geração de empregos. Sob a batuta de Dilma, o Brasil foi uma das poucas economias a crescer em meio a uma gravíssima crise internacional. Em poucos meses, Dilma mostrou seu estilo firme de administrar e bateu o recorde de aprovação da opinião pública em início de governo, deixando para trás o próprio Lula. Em suas viagens ao Exterior, ela também conquistou projeção imediata. “O Brasil hoje se encontra numa situação única. Somos respeitados, sobretudo, porque o mundo percebe a força de ter 190 milhões de habitantes, num regime democrático, capitalista, cumpridor dos contratos e com um imenso viés social”, festejou a presidenta Dilma Rousseff ao receber ISTOÉ em seu gabinete no Palácio do Planalto.
O Brasil, de fato, é a bola da vez na cena internacional. Mas Dilma Rousseff impôs sua presença com uma rapidez impressionante. Primeira mulher a abrir a Assembleia-Geral da ONU, a presidenta da República hoje é considerada a terceira estadista mais poderosa do mundo, em ranking da revista “Forbes”. Tem à frente apenas a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. A tradicional revista “The New Yorker” chamou-a de “A Ungida” e afirmou que Dilma “está conduzindo o País num boom econômico”, dando lições de boa governança até mesmo ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Num misto de modéstia e gratidão, a presidenta diz que deve ao ex-presidente Lula a acolhida generosa por seus pares nos fóruns multilaterais. Ela cita como exemplo o que aconteceu durante a reunião do G-20, nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, na França, quando os presidentes das 20 maiores economias discutiram a crise global. Dilma contou à ISTOÉ que, assim que tomaram conhecimento de que Lula havia sido internado para se tratar de um câncer na laringe, todos os estadistas fizeram questão de manifestar solidariedade.

PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA: A presidenta Dilma foi reverenciada por líderes mundiais ao ser a primeira mulher a abrir a reunião da Assembleia-Geral da ONU

A verdade não esconde o rosto


A foto acima, que ilustra o livro “A vida quer coragem”, de Ricardo Amaral, a ser lançado nos próximos dias, foi publicada pela revista Época, uma biografia de Dilma Rousseff. Não conheço o livro, para que dele possa falar.
Mas a foto, como tantas vezes acontece, diz em silêncio tantas coisas que, escritas, obrigariam a longos raciocínios.
As mãos que encobrem o rosto dos oficiais que se sentavam no tribunal militar que julgaria e condenaria a “subversiva” tinham todo o poder, todo o mando, mas tampavam suas faces.
Não, não era medo de ataques da guerrilha, porque seus nomes eram sabidos e pouco ou nada lhes adiantaria esta “máscara” manual.
Era, talvez, o gesto inconsciente da vergonha que o olhar e a expressão altiva de uma moça de pouco mais de 20 anos tinha ao enfrentar aquele abuso, mesmo depois de dias e dias de tortura e maus-tratos.
A foto deveria ser o inverso, os olhares reprovadores e duros dos juízes, o rosto enterrado entre as mãos do desespero de quem agiu como sua consciência mandava e que, agora, tinha de enfrentar o cárcere na fase mais luminosa da vida.
Mas a história tem seus caprichos e ironias, mesmo demorados e dolorosos.
Aqueles rostos escondidos perderam-se no tempo. As mãos que os encobrem também os expõem, às suas consciências, hoje.
Mas não são as mãos dos rostos que a Comissão da Verdade deve tirar, porque os homens das fotos estavam, dentro do arbítrio, presos aos limites “legais” da própria ditadura.
Foram cúmplices daquele período que não pode mostrar o rosto, como eles.
O que é preciso tirar, sim, são os capuzes dos que humilharam, torturaram, abusaram e mataram centenas de jovens como a da foto e outros, nem tão jovens, como Rubens Paiva.
É para isso, para lhes tirar os capuzes e deixar que, como todos, tenham de enfrentar o julgamento público pelo que fizeram.
Os nossos juízes, civis, que recusam o óbvio e negam o compromisso do Brasil ante o mundo de considerar tortura e assassinato político imprescritíveis, muito mais razões têm que aqueles oficiais para encobrirem seus rostos.
Porque condenam não uma pessoa, mas o direito desta Nação de  nunca mais haja capuzes para acobertar a violência e a brutalidade neste país.
Fonte: Tijolaço

A foto inédita de Dilma, o livro, o filme e os cagarolas da ditadura

Milicos covardes escondem a cara em interrogatório de Dilma.



A vida quer é coragem (Editora Primeiro Plano), do jornalista Ricardo Amaral, chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro. A foto abaixo, inédita, está no livro que conta a trajetória de Dilma Rousseff da guerrilha ao Planalto. Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial, desencavou a imagem no processo contra Dilma na Justiça Militar. A foto foi tirada em novembro de 1970, quando a hoje presidente da República tinha 22 anos. Após 22 dias de tortura, ela respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.

Reprodução que consta no processo da Justiça Militar

Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão.

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A amiga Ana Helena Tavares, do excelente blog Quem tem medo da democracia, publicou o texto e o vídeo a seguir no Facebook. Vale a pena repassar.

Muito interessante esse vídeo que fizeram mesclando a foto que está sendo divulgada de Dilma com o áudio do esculacho antológico que ela deu no Agripino Maia. O livro-biografia sobre ela, onde está esta foto, escrito por Ricardo Amaral, chama-se A vida quer é coragem. Certamente é uma alusão a Guimarães Rosa que escreveu “o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Não podia ser mais apropriado.



Postado por BLOG LIMPINHO E CHEIROSO


A ditadura envergonhada



Causou comoção a foto de uma Dilma Rousseff ainda jovem sendo inquirida por militares publicada pela revista Época que chegou as bancas neste fim de semana. O olhar altivo daquela menina de 22 anos, após três semanas de sevícias na prisão, e os militares escondendo os rostos simbolizam perfeitamente aquele período de trevas.
A imagem traduz a história. Hoje, passadas quatro décadas, Dilma continua olhando altivamente para os militares. Dilma venceu.
E o que é mais: sua vitória já se pronunciava naquela foto. Sua altivez representa a de toda uma geração de heróis que, pondo a própria vida de lado, não hesitou em se atirar em uma luta épica para libertar a nação do jugo de um bando de dementes que após meio século continuam mantendo mentiras que, mais do que defesa contra o braço longo da lei, constituem um anteparo à vergonha que a verdade lhes traz, o que os leva a tentarem sufocá-la ad aeternum.
Foi-me interessante deparar com essa foto na manhã de sábado porque pouco antes recebera mensagem de leitora contendo link para texto que constitui mais uma das incontáveis farsas que esbirros dos déspotas da ditadura militar fazem diuturnamente na tentativa de reescrever a história.
Faz tempo que o texto que recebi circula na internet. Contém suposta “confissão” de uma suposta jornalista sobre sua suposta atuação como “guerrilheira” durante a ditadura. A mulher (?) criou um blog no meio do ano passado, no auge de uma campanha eleitoral que estava sendo vencida por alguém que atuou como “guerrilheira” naquele período.
Na verdade, entendi o texto mais como uma ficção escrita para simbolizar o que na verdade teria se passado com uma mulher que estava prestes a se tornar presidente da República.
A suposta autora do texto que reproduzo a seguir se diz Miriam Macedo e o texto que supostamente escreveu – e que foi publicado pela maioria dos sites e blogs de extrema-direita – intitula-se “A verdade: eu menti”.
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A verdade: eu menti.
Eu, de minha parte, vou dar uma contribuição à Comissão da Verdade, e contar tudo: eu era uma subversivazinha medíocre e, tão logo fui aliciada, já caí (jargão entre militantes para quem foi preso), com as mãos cheias de material comprometedor.
Despreparada e festiva, eu não tivera nem o cuidado de esconder os exemplares  d’A Classe Operária, o jornal da organização clandestina a que eu pertencia (a AP-ML, ala vermelha maoísta do PC do B, a mesma que fazia a Guerrilha do Araguaia, no Pará).
Os jornais estavam enfiados no meio dos meus livros numa estante, daquelas improvisadas, de tijolos e tábuas, que existiam em todas as repúblicas de estudantes, em Brasília naquele ano de 1973.
Já relatei o que eu fazia como militante*. Quase nada. A minha verdadeira ação revolucionária foi outra, esta sim, competente, profícua, sistemática: MENTI DESCARADAMENTE DURANTE QUASE 40 ANOS!* (O primeiro texto fala em 30 anos. Eu fui fazer as contas, são quase 40 anos, desde que comecei a mentir sobre os ‘maus tratos’. Façam as contas, fui presa em 20 de junho de 73. Em 2013, terão se passado 40 anos.)
Repeti e escrevi a mentira de que eu tinha tomado choques elétricos (por pudor, limitei-me a dizer que foram poucos, é verdade), que me deram socos e empurrões, interrogaram-me com luzes fortes, que me ameaçaram de estupro quando voltava à noite dos interrogatórios no DOI-CODI para o PIC e que eu passava noites ouvindo “gritos assombrosos” de outros presos sendo torturados (aconteceu uma única vez, por pouquíssimos segundos: ouvi gritos e alguém me disse que era minha irmã sendo torturada. Os gritos cessaram – achei, depois, que fosse gravação – e minha irmã, que também tinha sido presa, não teve um único fio de cabelo tocado).
Eu também menti dizendo que meus algozes, diversas vezes, se divertiam jogando-me escada abaixo, e, quando eu achava que ia rolar pelos degraus, alguém me amparava (inventei um ‘trauma de escadas”, imagina). A verdade: certa vez, ao descer as escadas até a garagem no subsolo do Ministério do Exército, na Esplanada dos Ministérios, onde éramos interrogados, alguém me desequilibrou e outro me segurou, antes que eu caísse.
Quanto aos ’socos e empurrões’ de que eu dizia ter sido alvo durante os dias de prisão, não houve violência que chegasse a machucar; nada mais que um gesto irritado de qualquer dos inquisidores; afinal, eu os levava à loucura, com meu enrolation. Eu sou rápida no raciocínio, sei manipular as palavras, domino a arte de florear o discurso. Um deles repetia sempre: “Você é muito inteligente. Já contou o pré-primário. Agora, senta e escreve o resto”.
Quem, durante todos estes anos, tenha me ouvido relatar aqueles 10 dias em que estive presa, tinha o dever de carimbar a minha testa com a marca de “vítima da repressão”. A impressão, pelo relato, é de que aquilo deve ter sido um calvário tão doloroso que valeria uma nota preta hoje, os beneficiados com as indenizações da Comissão da Anistia sabem do que eu estou falando. Havia, sim, ameaças, gritos, interrogatórios intermináveis e, principalmente, muito medo (meu, claro).
Torturada?! Eu?! Ma va! As palmadas que dei em meus filhos podem ser consideradas ‘tortura inumana’ se comparadas ao que (não) sofri nas mãos dos agentes do DOI-CODI.
Que teve gente que padeceu, é claro que teve.  Mas alguém acha que todos nós que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido ‘barbaramente torturados’ falávamos a verdade?
Não, não é verdade. A maioria destas ‘barbaridades e torturas’ era pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos ‘barbaramente torturados’ e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica de torturadores. Não, técnica de ‘torturado’, ou seja, mentira. Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: “quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre.”
Na verdade, a pior coisa que podia nos acontecer naqueles “anos de chumbo” era não ser preso(sic). Como assim todo mundo ia preso e nós não? Ser preso dava currículo, demonstrava que éramos da pesada, revolucionários perigosos, ameaça ao regime, comunistas de verdade! Sair dizendo que tínhamos apanhado, então! Mártires, heróis, cabras bons.
Vaidade e mau-caratismo puros, só isto. Nós saíamos com a aura de hérois e a ditadura com a marca da violência e arbítrio. Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha nos ensinado o que fazer.
E o que era melhor: dizer que tínhamos sido torturados escondia as patifarias e ‘amarelões’ que nos acometiam quando ficávamos cara a cara com os “ômi”. Com esta raia miúda que nós éramos, não precisava bater. Era só ameaçar, a gente abria o bico rapidinho.
Quando um dia, durante um interrogatório, perguntaram-me  se eu queria conhecer a ‘marieta’, pensei que fosse uma torturadora braba. Mas era choque elétrico (parece que ‘marieta’ era uma corruptela de ‘maritaca’, nome que se dava à maquininha usada para dar choque elétrico). Eu não a quis conhecer. Abri o bico, de novo.
Relembrar estes fatos está sendo frutífero. Criei coragem e comecei a ler um livro que tenho desde 2009 (é mais um que eu ainda não tinha lido): “A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Editora Ser, publicado em 2007. Serão quase 600 páginas de ‘verdade sufocada”? Vou conferir.
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Pode parecer incrível que alguém renegue a tortura e os assassinatos generalizados que ocorreram então, nos anos mais duros de uma ditadura que tardou duas décadas inteiras para acabar, mas o fato é que absurdos como esses são ditos reiteradamente na grande imprensa e até na televisão, no rádio etc.
As centenas de mortos e desaparecidos, os sobreviventes dos centros de tortura que carregam até hoje no próprio corpo as marcas das sevícias, as matérias jornalísticas, os livros e até as provas fotográficas da selvageria burra dos militares como a foto do jornalista Wladimir Herzog em cena de “suicídio” no DOI-CODI que uma criança de dez anos poderia concluir facilmente ser uma farsa, o texto supra reproduzido desmente.
Aí se entende não só a motivação obstinada para se instalar uma Comissão da Verdade também no Brasil, a exemplo do que já foi feito em países como Chile ou Argentina, que experimentaram processos ditatoriais análogos ao que este país viveu , mas, também, entende-se a crença de muitos no sentido de que, apesar das queixas quanto às condições que a Comissão terá para apurar fatos, é uma vitória que ela ao menos tenha sido constituída.
A Comissão da Verdade pretende sepultar para sempre barbaridades como esse texto mitômano que tive o desprazer de reproduzir, barbaridades feitas sob medida para livrarem do opróbrio eterno os esbirros da ditadura que, com sua impunidade e mentiras, continuam conspurcando e torturando a nação até hoje.
Essas tentativas incessantes de esconder a verdade que continuam mobilizando os que praticaram os crimes que a Comissão da Verdade pretende apurar permitem refletir que a ditadura que emanou do Golpe de 1964 não deve ser inscrita na história apenas como selvagem, mas como uma ditadura envergonhada dos crimes que cometeu.
Fonte: Cidadania

Foto inédita: militares têm vergonha
da Dilma. Se escondem sob a Anistia

A Lei da Anistia esconde o rosto deles

No post sobre a brilhante atuação da Presidenta em Caracas, o Conversa Afiada recebeu o seguinte comentário:

•    Paulo P

3 de dezembro de 2011 às 12:14  (Editar)

Ditadura envergonhada: foto inédita mostra Dilma em interrogatório em 1970

http://nogueirajr.blogspot.com/2011/12/ditadura-envergonhada-foto-inedita.html




NAVALHA



Compare, amigo navegante, o olhar e a postura altivas da Presidenta e a covardia dos interrogadores.

Devem ser os que hoje se escondem sob o manto pútrido da Lei da Anistia.

Não é isso, Ético Pertence ? 




Onde estão os oficiais que interrogaram Dilma na Justiça Militar, em 70?

Foto inédita mostra Dilma em interrogatório em 1970
A vida quer coragem (Editora Primeiro Plano), do jornalista Ricardo Amaral, chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro. A foto abaixo, inédita, está no livro que conta a trajetória de Dilma Rousseff da guerrilha ao Planalto. Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial, desencavou a imagem no processo contra Dilma na Justiça Militar. A foto foi tirada em novembro de 1970, quando a hoje presidente da República tinha 22 anos. Após 22 dias de tortura, ela respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.
ré Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão (Foto: Reprodução que consta no processo da Justiça Militar)
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Fonte: Vi o mundo