
O PDT foi contra a abertura do setor de comunicação ao capital estrangeiro, aprovada no final do Governo FHC. E eu sou, também. Os grandes órgãos de imprensa a apoiaram, de olho em sociedades em novos investimentos. A proibição de dinheiro estrangeiro nos meios de comunicação, que vinha da Constituição de 46, foi a responsável pelo “drible” dado na montagem da Globo, através do “Acordo Time-Life”, que o então senador João Calmon, representando o grupo de Assis Chateaubriand – os Diários Associados.
Por isso, foi muito curioso ler, no jornal O Globo de hoje, as poderosas Associação Nacional de jornais e a de Rádio e Televisão irem bater ás postas da Procuradoria-Geral da República pedindo investigação sobre grupos estrangeiros que estariam se adonando de jornais e portais de internet nacionais.
Curioso é que invoquem argumentos que renegam para outros setores da economia, também essenciais, dizendo que não é justa a concorrência entre empresas brasileiras e estrangeiras muito mais poderosas.
Aplaudiram, energicamente, um professor de Direito – Luís Roberto Barroso, da Uerj – dizer que nenhum país deseja que “sua agenda política ou social seja controlada por estrangeiros”. Estou totalmente de acordo, mas acrescentaria que também não as quer geridas por algumas famílias que, brasileiras ou “abrasileiradas”.
Mais curioso ainda é que insistam em apontar que, no Brasil e na América Latina, o Estado como a ameaça à liberdade (empresarial) de imprensa e como se insurgem contra o que já está na Constituição Brasileira: que as concessões de rádio e de televisão têm um papel social e educativo a desempenhar e não podem, por isso, deixar de ter mecanismos de controle social.
Se são eempresas que, por seu papel estretégico na vida nacional, devem ser preservadas do apetite estrangeiro, devem, também, ter compromissos com o progresso nacional.
Sobre isso, recomendo a leitura do artigo publicado, há poucos dias, pelo professor Venício Lima, no site da Agência Carta Maior.
Fonte: Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário