Talvez o resto do Brasil se pergunte sobre os motivos de José Serra (PSDB) aparecer razoavelmente bem em pesquisas feitas no sudeste, mas levar uma surra de gente grande no eleitorado do Rio de Janeiro.
Será que o Rio de Janeiro foi tratado com mais carinho que os outros estados da região pelo governo Lula? Será que a população do Rio de Janeiro é mais pauperizada e por isso sente na pele a expressão da luta de classes que será essa eleição? Será que a população do Rio de Janeiro é mais politizada ou mais progressista que a de São Paulo ou Minas Gerais?
Não pretendo responder a nenhuma das perguntas acima. Demonstrarei apenas como que José Serra, numa peça de apenas 3 atos, fez contra o Rio de Janeiro mais do que qualquer outro político poderia fazer em anos e mais anos de história.
Ato 1: No Brasil, todas as mercadorias pagam ICMS no estado onde são produzidas, com a exceção da eletricidade e do petróleo, que pagam onde são consumidas. Esta exceção foi dada ao petróleo e a eletricidade pelo então deputado paulista José Serra na constituinte de 1988.
O motivo? São Paulo é o maior consumidor de eletricidade e petróleo produzidos em outros estados. Em um só golpe, José Serra, relator da comissão que reformulou o sistema tributário, transferiu o abundante ICMS do Petróleo do Rio de Janeiro para São Paulo.
A conseqüência? A concentração desigual de riquezas entre os dois estados disparou. A FIESP e a elite política paulista agradeceram.
Ato 2: Em 2008, um Decreto publicado pelo então governador de São Paulo, José Serra, instituía um grupo de estudo para avaliar a transposição do Rio Paraíba do Sul ainda no estado de São Paulo, como forma de abastecer a poluída capital do estado pelos próximos 30 anos. Especialistas deixam claro que se a transposição for realizada, o Rio de Janeiro sofrerá com a falta d´água, pois 60%das águas do Guandu Vem do Rio Paraíba do Sul. Além das conseqüências ambientais serem desastrosas para o Rio de Janeiro.
Ato 3: Por fim, como todo ataque ao Rio é muito pouco para Serra, ele escolheu para vice de sua chapa o deputado do DEM, Índio da Costa. Índio da Costa é representante legítimo da faixa de areia que vai da Praia do Leblon até a Praia da Barra. Como se sabe, o deputado é aliado direto de Cesar Maia, a quem a população do Rio de Janeiro deu um sonoro não na última eleição. Não bastasse sua ligação direta com Cesar Maia, Índio da Costa ainda se encontrou envolvido com diversas denúncias de fraude de licitações na CPI da Merenda Escolar. Escolhe-lo para vice foi o ataque final ao Rio de Janeiro.
Conclusão: José Serra tirou o dinheiro do petróleo do Rio de Janeiro para transferi-lo para São Paulo, quer tirar a água do Rio Paraíba do Sul, para transferi-la para São Paulo e ainda apresenta como vice uma figura desconhecida no estado, porém de ligações bastante suspeitas. José Serra conseguiu conquistar, sem concorrentes por perto, a vaga de inimigo público número 1 do estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Nassif
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