Idólatra, PIGinho afirma que Datafolha é a manifestação do sagrado

Os grandes institutos de pesquisa apontam para a eleição de Dilma Rousseff no primeiro turno. O Datafolha corre pela outra margem, e nega. Quer, novamente, esconder o elefante atrás da cortina. Vale tudo por um segundo turno. Por Charles Carmo

Tal qual Isaac, o PIGuinho oferece sua cria à imolação. Mas por motivo torpe. Pintura: Caravaggio

A imprensa baiana é terceirizada. Explico: para poupar dinheiro e se tornar “competitiva”, a chamada grande imprensa da Bahia ficou dependente das agências de notícia do PIG. Aí o PIG comete haraquiri e o PIGinho vai junto. É o suicídio editorial terceirizado.

Entretanto, ressalto: há jornalistas na Bahia. Martin Luther King dizia que pior que a maldade dos maus é o silêncio dos bons. Neste caso, quando o papel da imprensa no processo eleitoral é discutido nas praças públicas, percebemos claramente a reação dos bons. Estes que fazem, verdadeiramente, o jornalismo que a sociedade quer e precisa.

Perguntemos então aos patrões do PIGinho: se o Datafolha foi o instituto que mais destoou das  previsões dos demais institutos, então porquê o cinismo de elegê-lo “o instituto mais confiável” ? O Datafolha é uma manifestação do sagrado, ou todos os demais institutos são a consubstanciação do profano?

Os grandes institutos de pesquisa apontam para a eleição de Dilma Rousseff no primeiro turno. O Datafolha corre pela outra margem, e nega. Quer, novamente, esconder o elefante atrás da cortina. Vale tudo por um segundo turno.

O Datafolha já não se lembra do peso das patas do elefante sobre o seu descrédito.

Poderá, entretanto, recordar-se: o PIG não é mais hegemônico.

A blogosfera está mostrando o tamanho do paquiderme que esmagará, mais uma vez, a credibilidade dos que tomam as agências do PIG como profetas do apocalipse. A blogosfera faz bem para a memória.

Daí o PIGinho cai, como um cordeirinho, na imolação histórica. Cabe lembrar: a história nunca esquece e os historiadores são implacáveis.

Teremos então, mais um belo acervo do suicídio editorial terceirizado.

Por Charles Carmo