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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Jornal de hoje, notícias de anteontem

O que vocês achariam de,  hoje, lerem as seguintes manchetes no caderno de política da Folha?
“Enchentes alagaram São Paulo em dezembro de 2009″
“Vigas do Rodoanel desabaram em 2009″
Pois, acredite, a manchete de hoje do caderno “Poder” – a pobreza com que tratam a política – é “Crise fez desemprego bater recorde no Brasil em 2009“.

 Usam a divulgação da PNAD do IBGE como “gancho” para produzir uma informação verdadeira – a de que a crise desempregou – e uma falsa, porque a percentagem de desempregados na população nunca foi recorde, mas sim houve um recorde na variação do número de empregados, como mostra o gráfico do próprio IBGE aí no post.
A Folha sabe, porque o próprio IBGE já divulgou, que o desemprego, hoje, baixou para 6,9%, uma variação positiva de 1,8% ante os 8,4% de 2009. Logo, a Folha poderia ter escrito a mesma matéria dizendo que o Brasil já recuperou os empregos perdidos com  crise e, ainda por cima, registrou crescimento recorde no número de pessoas inseridas no mercado de trabalho.
Tá bom, mas isso seria querer demais. Mas na mesma página, há uma análise do Professor Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas que diz algumas coisas bem significativas, que não mereceram nenhum destaque:
1-”Outra vantagem é olhar a distribuição dos frutos do crescimento. Neste aspecto a renda dos 40% mais pobres cresceu 3,15% no último ano contra 1,09 dos 10% mais ricos brasileiros dando sequência a uma queda inédita de desigualdade que percorreu todos os anos desta década que se encerra nesta Pnad.“;
2- “Além de um crescimento maior da Pnad e reconhecido como pró-pobre, o crescimento se dá para o período 2003 a 2009 com taxas de crescimento da renda do trabalho em níveis equivalentes ao da renda de todas as fontes, o que confere alguma sustentabilidade ao processo e, mais do que isso, um caráter simbólico. Existem poucos símbolos de prosperidade do que a multiplicação das carteiras de trabalho.
No post anterior, abordo estes dados de pesquisa da FGV, que serão divulgados amanhã e que, hoje, foram antecipados pelo IG.
Ontem, no post Jornalismo de retrovisor, comentei o fato de se fazerem manchetes como se fossem presentes sobre situaçôes que todos sabem passadas. Apelação maior foi tirarem a questão do emprego/desemprego, de onde sempre a colocam, para ser manchete da editoria política.
A intenção é mais clara do que água. Ou mais suja do que lama

Pobreza é reduzida mesmo na crise




Com o ciclo virtuoso que se anuncia,
a pobreza pode ser erradicada
no governo Dilma

Mesmo durante a crise econômica mundial, um milhão de brasileiros deixaram a pobreza, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que será divulgado amanhã e foi antecipado hoje pelo IG.
Segundo Marcelo Neri, chefe do Centro de Estudos Sociais da FGV e autor do estudo, a pobreza recuou 4,3% de 2008 para 2009, o que surpreendeu o próprio pesquisador. Neri esperava um ano praticamente sem avanços no combate à miséria e chegou a excluí-lo das projeções de queda na pobreza por considerá-lo fora da curva.
De 2003 a 2008, cerca de 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza. Somente entre 2007 e 2008, a pobreza recuou aproximadamente 12%. Mesmo que o percentual tenha sido menor de 2008 para 2009, ele foi significativo pelas circunstâncias de grave crise econômica global.
Para Neri, a pobreza no Brasil tem recuado pela combinação de crescimento com redução da desigualdade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domícílio (Pnad), recém-divulgada, mostrou que em 2009, mesmo com a economia estagnada, a concentração de renda diminuiu. A renda média dos 40% mais pobres do País avançou 3,15%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu 1,09%.
Agora que o crescimento do PIB pode chegar a 7%, é possível esperar uma nova redução forte, comparável à verificada entre 2007 e 2008. Reduzir a pobreza é uma das principais metas de Dilma, que poderá muito bem ser atingida com o ciclo virtuoso que se anuncia no país.

Fonte: Tijolaço

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