E não é que a Folha de S. Paulo se deu ao trabalho de mandar um enviado especial à Bulgária para quebrar os “sigilos” dos ancestrais Dilma Rousseff, procurando as memórias de um meio-irmão perdido desde 1929, quando o pai de Dilma, deixou aquele país.
Muito interessante a preocupação para um jornal que, em episódios mais recentes, nunca foi atrás de histórias sobre paternidades presidenciais não reconhecidas.
Ficamos sabendo, graças ao “esforço” de reportagem” da Folha, que Pedro (Pétar) Rousseff apesar de ser descrito como alguém que “se alinhou aos comunistas” e que estes tentavam desestabilizar o governo – monárquico e fascista – com “atos terroristas”.
Não sei como não acharam uma “ficha do Dops” búlgaro.
Aí, apesar disso, negam a versão de que o pai tenha saído do país por razões políticas. Estaria “falido”, segundo o sobrinho. Falido por que, de que atividade, em que circunstâncias? Não há.
E é irrelevante, como é irrelevante o passado na Europa de milhões de pessoas que migraram, na primeira metade do século, da Europa para o Brasil. Não interessa a ninguém, por exemplo, ir à Calábria investigar a vida do Sr. Francesco Serra, bisbilhotar a vida do pai de Serra e saber se seu filho, alguma vez, mandou dinheiro para um parente perdido na Itália.
Seria apenas mais uma “folhice” da Folha, se não fosse algo, além de irrelevante, montado de maneira cavilosa.
Os desentendimentos entre o meio-irmão, morto há mais de três anos, e o regime comunista búlgaro, são narrados como afirmações, não como relatos de terceiros. Verdadeiros ou não, pouca importância, têm. Mas o jornal se aventura nas relações e ajuda financeira do pai e da irmã, sem nenhum dado real para sustentar a história, só na base do “disseram”.
E, para completar, a primeira página diz que aquele país quer festejar – transcrevo literalmente – “a possível eleição de uma búlgara para presidir a sétima economia do mundo”.
Assim mesmo, entre aspas, citando alguma coisa sem autoria, que nem sequer está na matéria do sherlockenviado a Sófia com a triste missão.
Enfim, uma vergonha, uma coisa sórdida. Apesar disso, algo digno. Digno do papelzinho do jornalão paulista e do papelão do jornalizinho que se tornou.
A vizinha fofoqueira da Barão de Limeira já ficou famosa na rua. Ninguém mais se impressiona com o que ela diz, só com o fato de, a cada dia, exalar mais despeito e ódio do sucesso de Dilma e de Lula.
O papelão do jornalzinho
Que falta de talento, para quem faz todas aquelas caras e bocas de gente que veio de uma galáxia distante para “civilizar” o jornalismo brasileiro! Essa nem O Globofaria, francamente…
Falo da manchete de hoje da Folha de S. Paulo. Ora, o jornalzinho da Barão de Limeira sabe, mais do que ninguém, que os critérios de fixação da chamada “Tarifa Social de Energia Elétrica” foram estabelecidos no Governo Fernando Henrique Cardoso, como forma de compensar o enorme aumento das tarifas elétricas depois da privatização do setor. É a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002.
A própria matéria diz que esta lei continha distorções, porque se baseava apenas na faixa de consumo. Isto é, uma pessoa poderia não ser de baixa renda e ter uma faixa de consumo baixa, numa casa de veraneio, por exemplo.
Mas essa era a lei. E lei tem que ser cumprida, não é?
Aí a Folha diz que só a partir de 2006 “o Governo trabalhou para aprovar uma lei sancionada por Lula em janeiro deste ano”.Falo da manchete de hoje da Folha de S. Paulo. Ora, o jornalzinho da Barão de Limeira sabe, mais do que ninguém, que os critérios de fixação da chamada “Tarifa Social de Energia Elétrica” foram estabelecidos no Governo Fernando Henrique Cardoso, como forma de compensar o enorme aumento das tarifas elétricas depois da privatização do setor. É a Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002.
A própria matéria diz que esta lei continha distorções, porque se baseava apenas na faixa de consumo. Isto é, uma pessoa poderia não ser de baixa renda e ter uma faixa de consumo baixa, numa casa de veraneio, por exemplo.
Mas essa era a lei. E lei tem que ser cumprida, não é?
Curioso é que a Folha e nenhum outro jornal fez, nunca, pressão para aprovar a lei, não é? Tempo não faltou, pois a base da lei aprovada por Lula é de um projeto de 1999, apresentado pelo então deputado Gilberto Kassab, que não está na Câmara desde 2004 (Projeto de Lei 1921/1999).
E porque não se aprovou antes?
Porque, embora todos dissessem ser favoráveis à tarifa social, o projeto de encheu de “contrabandos”, como acontece muitas vezes. Mas foi aprovado em 2007 e de lá foi ao Senado, para depois voltar.
Aprovado, virou lei sancionada por Lula em janeiro deste ano.
E foi aprovado com a garantia que nenhuma família carente será prejudicada pela fixação do novo critério, pois todas terão prazo para comprovar a situação, no caso de exclusão.
Agora, o que os meninos da Barão de Limeira queriam? Que Dilma alterasse a lei por portaria? Não louvam tanto a “independência” das agências reguladoras, este cancro criado pelo tucanato?
O “erro” apontado pelo Tribunal de Contas, sabido não apenas de Dilma como por todos, é do Governo Fernando Henrique. Mas, para a Folha, a “culpa” é de Dilma.
A Folha de S. Paulo se lixa para o fato de, dentro do limite possível, terem havido correções para o “erro” de FHC, como as estabelecidos na Resolução 253/2007 da Aneel, que estabeleceu como critério para o benefício “demonstrar que pertence à família inscrita no Cadastro Único do Governo Federal e que atende às condições que o habilitem a ser beneficiário do Programa Bolsa Família”, com um prazo de transição para evitar exclusões injustas.
Mas o papelzinho a que se presta o jornalão, ou o papelão a que se presta o jornalzinho vai além. Não menciona que é com Dilma – a “culpada” – que se fez, com uma lei sancionada no início do governo Lula, o programa Luz para Todos, que levou energia elétrica subsidiada a mais de 10 milhões de brasileiros no interior, a esmagadora maioria de baixíssima renda e sem condições de bancar “a preços de mercado” a instalação da luz e a conta de consumo.
Eles são parte da imensa multidão, que não importa à Folha, mas que, no dia 3 de outubro, ignorando as manobras do que se transformou num agente de desinformação pública, elegerá Dilma Rousseff a primeira mulher a governar o Brasil.
Fonte: Tijolaço




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