Seja bem-vindo. Hoje é

Contador único p/ IP

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Funerária de sobrinho de Alckmin levava merenda e cadáver . Alckmin sabia. O Serra também

 
O prefeito João Ribeiro:Alega que houce confusão


Ex-funcionário da Velório e Funerária Pindamonhangaba, empresa de Lucas César Ribeiro que administra o serviço na cidade, o agente funerário Vicente Ricardo de Jesus, de 52 anos, relatou ao Jornal da Tarde que, no período em que trabalhou no local, fazia transporte de merenda escolar para a Verdurama durante o dia com o mesmo veículo que transportava cadáveres à noite. A Prefeitura classifica o fato de “mentira”. Lucas é sobrinho da primeira-dama do Estado, Lu Alckmin.

A Verdurama é investigada pelo Ministério Público Estadual por suspeita de fraude em licitações e pagamento de propina a prefeitos de São Paulo e outros três Estados. O pai de Lucas e cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, é suspeito de comandar o esquema na região do Vale do Paraíba, onde fica Pindamonhangaba, cidade natal do tucano. Ambos negam as acusações.

Em depoimento à Promotoria no fim do ano passado, o ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba Silvio Serrano afirmou que uma empresa do filho de Paulo Ribeiro “fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama”. Segundo o MP, Serrano foi indicado por Paulão ao prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado de Alckmin e que está no segundo mandato – a vice, Myriam Alckmin, é sobrinha do governador. Serrano foi demitido em outubro, após a denúncia vir à tona.

Além da funerária, Lucas também é dono de uma microempresa de transportes, a Lucas CR Transporte e Logística, segundo dados da Junta Comercial. O endereço informado é o mesmo onde outro filho de Paulão, Thiago, declara residência.

Mas, segundo o agente funerário Jesus, o transporte da merenda para a Verdurama era feito com os carros da funerária, uma caminhonete e uma van. “Todo mundo sabia. A secretaria de saúde, e, claro, a prefeitura também sabia. É porque transporta aquelas panelas meio grandes, aí é fogo, né?”, disse ele, que deixou a firma em 2008 e hoje trabalha em outra funerária na cidade.

“Mas isso é fácil de levantar. É só ligar na Verdurama e pedir as notas, porque a gente tirava as notas, a quilometragem, a escola, quantidade de merenda que entregava. Tudo por escrito”, completou.- Estado



O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi alertado já em 2006 sobre atividades suspeitas de seu cunhado, o lobista Paulo Ribeiro, o Paulão, irmão de Lu Alckmin, a primeira-dama. É o que afirma Osvaldo Ussier Filho, filiado ao PSDB e antigo funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) de Taubaté (SP).

Na ocasião, Alckmin ainda ocupava o Palácio dos Bandeirantes e se preparava para disputar com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva a eleição ao cargo máximo da República.

Ussier relatou o episódio ao prestar depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Pindamonhangaba. Ele foi ouvido na sessão de 7 de dezembro de 2006, perante cinco vereadores, entre eles um tucano.

A CEI apurou que o esquema de corrupção e propinas na administração municipal de Pindamonhangaba em contrato para fornecimento de merenda escolar à prefeitura. Paulão é o principal alvo de investigação conduzida pelo Ministério Público. A promotoria suspeita que ele teria sido o elo da empresa Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda com a gestão do prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado de Alckmin. A Verdurama está sob suspeita de ter feito doações para campanhas eleitorais de prefeitos em troca de contratos superfaturados.

Paulão teria indicado nomes do primeiro escalão do governo municipal. A promotoria apreendeu uma planilha que indicaria supostas comissões recebidas pelo empresário. No termo de audiência de inquirição de Ussier à CEI, os vereadores resumiram assim o que ele disse: "Afirma que ouviu comentários acerca dos fatos aqui em Pindamonhangaba dando conta da participação do cunhado do governador Geraldo Alckmin, conhecido como Paulão, envolvido em supostas irregularidades no âmbito da administração municipal".

Indagado sobre atos ilícitos atribuídos a Paulão, a testemunha esquivou-se: "Afirma o depoente que desconhece que irregularidades seriam estas". Ussier também evitou apontar nomes. "Não se recorda que pessoas teriam comentado tais fatos. Comentou com o governador que existiam comentários dentro da cidade acerca dos fatos."

Ele não apresentou provas sobre fraudes, mas foi taxativo quando relatou ter informado a Alckmin os passos do cunhado. "Tão logo soube (das denúncias contra o lobista) levou ao conhecimento do senhor Geraldo Alckmin. Assim que levou ao conhecimento do governador, este ficou surpreso e disse que iria verificar melhor os fatos."

A CEI recomendou abertura de comissão processante para investigar doações realizadas em favor da campanha do prefeito João Ribeiro, reeleito em 2008.

Em Pindamonhangaba, muita gente comenta uma bronca pública que Alckmin teria dado no cunhado.Os dois teriam se encontrado em uma exposição agrícola. Alckmin havia acabado de chegar de helicóptero. Paulão estava próximo de uma irmã do governador. "O senhor está me comprometendo e o senhor sabe disso", teria dito o tucano, com o dedo em riste, para o cunhado.

"Foi um esculacho na frente de todo mundo", lembra João Bosco Nogueira, ex-vice prefeito que denunciou corrupção na gestão municipal e tráfico de influência de Paulão. "O cunhado dava as famosas carteiradas, isso foi causando constrangimentos ao Geraldo, que jamais tolerou esse tipo de comportamento", comenta Nogueira.Agência Estado



Cunhado de Alckmin atuou no governo Serra/ Alckmin


Ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba (SP), Silvio Serrano disse em depoimento ao Ministério Público que uma empresa da família de Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), se beneficiou de contrato fraudado para o fornecimento de merenda escolar no município.

A microempresa da família de Lú Alckmin se chama Lucas CR Transporte e Logística. O endereço informado é o mesmo de onde outro filho do cunhado de José Alckmin, Thiago César, declara residência.

A bancada do PT na Assembleia Legislativa vai pedir ao Ministério Público (MP) investigação sobre  tráfico de influência do empresário e lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em repartições do Estado. Segundo o PT, Ribeiro atuou como intermediário da Sistal Alimentação em contratos firmados com estatais paulistas no valor total de R$ 23,5 milhões.

Ribeiro já é alvo de inquérito do MP por de tráfico de influência em administrações municipais em favor de outra empresa do setor, a Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. – fornecedora de merenda escolar para diversas prefeituras, entre as quais a de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, terra natal de Alckmin e de sua mulher, Lu, irmã do empresário.

Amparado em ordem judicial, o MP fez buscas na residência e no escritório de Ribeiro no dia 27 de dezembro de 2010. O PT avalia que a atuação do cunhado de Alckmin não está restrita às prefeituras. A assessoria técnica do partido rastreou contratos da Sistal com a Imprensa Oficial (Imesp) e com a Companhia de Processamento de Dados (Prodesp).

Os dados relativos aos contratos constam de publicações no Diário Oficial e de auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O PT  quer  que o MP as investigue

O primeiro contrato com o Imesp é de julho de 2000. Alckmin era vice-governador. Ele assumiu o governo oito meses depois, em março de 2001, com a morte de Mário Covas. Esse contrato foi prorrogado até julho de 2004. Há registro de vários aditamentos no ano seguinte à vitória de Alckmin nas eleições ao governo, em 2002.

O segundo contrato com o Imesp vai de agosto de 2004 até o fim de 2009. Já o contrato com a Prodesp vai de julho de 2001 até o fim de 2003, quando foi aditado. O valor nominal dos contratos é de R$ 13, 48 milhões – corrigido pelo IGP-DI até dezembro de 2010, alcança R$ 23, 53 milhões.

O deputado Antônio Mentor, líder do PT na Assembleia, disse que a bancada vai encaminhar ao MP documentos relativos aos contratos. O PT suspeita que Ribeiro transita em repartições estaduais e municipais há pelo menos dez anos – o lobista é rastreado pela promotoria desde 2006.

“Estamos investigando outras implicações (de Ribeiro) e encontramos a Sistal em contratos com o Imesp e a Prodesp desde 2000 em valores que chegam a quase R$ 24 milhões. Ele aparece como intermediário nessas negociações, agindo como lobista mesmo”, afirmou Mentor.

A Sistal, hoje EB Sistal, é uma das empresas líderes no mercado de alimentação escolar, segundo ela própria anuncia. Ela é investigada por  pagamento de propinas a prefeitos. Os representantes da empresa não foram localizados para falar sobre o caso.

Um comentário: