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domingo, 30 de janeiro de 2011

Humor: Dicas e cursos para um bom jornalismo manipulativo


O Limpinho reproduz matéria hilária publicada no blog do Curso Básico de Jornalismo Mani-pulativo.

Para nossos alunos, dicas, lições, avisos de cursos e outras informações necessárias para a formação de um bom manipulador da opinião pública.

Os não-alunos terão somente o prazer superficial da leitura, mas os alunos captarão a sabedoria profunda das frases e perceberão os aspectos fundamentais da atuação de nossos principais representantes na grande mídia.

Minilições
– Se você é ruim em ênfases, faça como Reinaldo Azevedo: USE MAIÚSCULAS E EXCLAMAÇÕES!!!!

– O golpe do grampo sem áudio já caducou. Ele é mais ultrapassado que o bigode do Merval Pereira.

– O Twitter é nosso aliado: um falso escândalo se espalha rápido. Já criou seu falso escândalo hoje?

– Controle sua expressão facial na TV. Só William Waack tem direito de fazer cara de nojo ou derrotado.

– Jamais rasteje ante alguém de “nosso lado”. Só William Bonner tem direito de pedir “perdão, candidato”.

– Use qualquer argumento para contestar o “outro lado”. Não exigimos coerência, mas eficiência na luta.

– Estratégia em andamento: inviabilizar o Imbatível em 2014 (o Inominável). Depois cuidaremos de sua cria.

– Jamais elogie Dilma, a não ser para depreciar o Inominável. Tampe o nariz, faça o contraste e vá em frente.

– Fotos servem para ilustrar nosso aliado e deslustrar nosso adversário.

– Vá devagar com nossos especialistas: a coisa está tão feia que tivemos de fazer do Demétrio Magnoli um astro.

– Aprenda: só FHC pode defender a legalização da maconha sem ser acusado de parceiro do narcotráfico.

– Aprenda: liberdade de imprensa existe para a imprensa censurar a divulgação de notícias favoráveis ao “outro lado”.
– Aprenda: (protect) após “Nelson Jobim” no WikiLeaks significa que você deve proteger sua condição de espião.

– “Amnésia seletiva” é o esquecimento de fatos que comprometam o “nosso lado”. Como a relação entre Serra e Chevron.

– Aprenda: uma CPI é um ótimo pretexto para desviar a atenção da gestão incompetente de nossos aliados.

– Aprenda: “deixar sangrar” é uma técnica que não dá certo nem em filme norte-americano, quanto mais em política.

– A manchete não precisa combinar com a matéria. E não deve combinar, se os fatos forem teimosamente neutros.

– Não esperamos que você faça jornalismo, mas política por meio de matérias jornalísticas. Não é fácil entender?

– Qualquer problema em qualquer iniciativa do “outro lado” é uma falha vergonhosa e inadmissível. Explore-a.

– Manchetes são lidas nas ruas. Críticas a elas, em blogs e caixas de comentários. Por enquanto, estamos ganhando.

– O prazo de validade de um escândalo falso baixou para dois ou três dias. Fique ligado e entre no primeiro.

– Faça bem seu serviço para não acabar como um sub-Reinaldo Azevedo, como nosso companheiro Augusto Nunes.

– “Dilma”, “governo” e “PT” são as palavras nobres da manchete oposicionista. Use e abuse.

– Acuse sem provas. O povo gosta, nossos aliados aproveitam e o “outro lado” se lasca, perdendo tempo com desmentidos.

– Aprenda: em política não há primeiro, segundo ou terceiro turno: há luta. Trégua é uma ilusão estratégica.

– Se você errou na matéria e o “outro lado” corrigiu seu erro, afirme que “ele” corrigiu o erro que você apontou.

– Repita mantras. Não, nada de “OM”: os chavões de defesa e ataque de nossos colunistas políticos.

– Se você errou 100% de suas previsões pessimistas (e certamente errou), acertou 100% por atacar o inimigo.

– Há muita raiva latente na opinião pública. Crie alvos para ela. Você sabe quais são esses alvos.

– Nunca chame os militares. Pega mal. Deixe esse mico para o José Nêumanne. Ele não conta.

– Se você elogiou o Gilmar Mendes no tempo dele, não se envergonhe. Muitos fizeram coisas piores.

– Se você acha que a situação está ruim, pense no PNBL, na digitalização, no PT ganhando em 2014. Animou-se?

– Modere os elogios a Dilma. Antes era péssima, agora é ótima. Como ficará nossa imagem quando voltarmos a atacá-la?

– Jamais questione a competência de nossos especialistas. Lembre-se de que nós não questionamos a sua.

– Nenhuma grosseria de Serra com os jornalistas será divulgada enquanto ele ainda tiver cacife eleitoral.

– Aprenda: os ex-terroristas de “nosso lado” são muito mais civilizados que os do “outro lado”.

– Aprenda: na luta pela influência e pelo poder, a morte da verdade é um dano colateral aceitável.

Livros do currículo do curso
– “The Free Press, An Essay on the Manipulation of News and Opinion” http://bit.ly/gd3HW2

– “A História Secreta da Rede Globo” http://bit.ly/ggMMsK

– “Constructing Public Opinion” http://bit.ly/fXJ5fo

– “How Mass Media Tries to Pass Off Crap as News” http://bit.ly/fwbOiA

– “A Ditadura da Mídia”, de Altamiro Borges http://bit.ly/g03bH2

– “Images that Injure, Pictorial Stereotypes in the Media” http://amzn.to/fPCUPK

– “Media Wizards: A Behind-the-scenes Look At Media Manipulations” http://bit.ly/hlKIec

– “O Jornalismo dos Anos 90”, de Luis Nassif http://slidesha.re/9aFog2

– “The Media and the Public: ‘Them’ and ‘Us’ in Media Discourse” http://bit.ly/eDwgVP

– “The Politics of Misinformation” http://bit.ly/iaTe7L

– “You Are Being Lied To” http://www.hampapartiet.se/23.pdf

– “The Moral Media, How Journalists Reason About Ethics” http://bit.ly/icZOGN

– “Analysing Newspapers” http://bit.ly/hvbulb

– “The Media Effect: How the News Influences Politics and Government” http://bit.ly/hnzTlm

– “Communication Power” http://bit.ly/e1AC3P

– “Media Psychology” http://bit.ly/eveTfp

Cursos extras de 2011
– “A técnica da coluna histérica”, com sua criadora, Eliane Catanhêde. Bônus: protetores de ouvido.

– “Como defender golpes de estado”, com Arnaldo Jabor e Alexandre Garcia. Inscrições somente por convite pessoal.

– “Como criar CPIs do fim do mundo”, com Ali Kamel. Inscrições restritas a editores.

– “Como fazer oposição com as redes sociais”, com Marcelo Tas. Inscrições restritas à juventude do DEM.

– “Como editar imagens comprometedoras – O caso Dilma e as enchentes”, na sede do Projac.

– “A técnica do jornalismozinho”, com Josias de Souza, seu criador. Muitas ironiazinhas e piadinhas nas aulas.

– “Como editorializar as manchetes”, na sede de O Globo. Exemplos de cinco décadas de atuação.

– “A técnica das previsões catastróficas”, com Miriam Leitão. Bônus: caixa de antidepressivo.

– “Como criar um mar de lama nas ondas da Web”, com Soninha Francine. Inscrições anônimas.

– “Como fabricar especialistas midiáticos”, com a turma da CBN. Patrocínio: Instituto Millenium.

– “A política de seu mestre mandou”, com as ex-meninas do Jô. Bônus: decodificador de falas simultâneas.

– “Como captar dinheiro do meio ambiente”, com o CEO da Fundação Roberto Marinho.

– “O marketing social nas calamidades”, com Luciano Huck. Patrocínio: Peixe Urbano.

– “Tornando-se um especialista em sete dias”, com Eliane Catanhêde. Análise de caso: Os caças da FAB.

– “Como criar capas caluniosas”, com a equipe da Veja. Bônus: 150% de desconto na assinatura anual da revista.

– “Por que fracassamos no governo Lula”, com a turma do Instituto Millenium. Preço: R$1.000,00.

– “Defendendo-se dos ataques da blogosfera”, com a ombudsman da Folha. Vale certificado de isenção jornalística.

Palestras
– Aula magna no auditório Roberto Marinho: “Como escrever artigos rancorosos”, com FHC.

– “O PIG é uma fantasia”, com o humorista Lúcio Flávio Pinto. Inúmeros exemplos de nossa não-existência.

Leis do Curso Básico de Jornalismo Manipulativo
– Lei Maria Rita Kehl: ou você é um dos nossos, ou não é. Infiltrado, só no “outro lado”.

– Lei Luiz Carlos Prates: puxe o saco do patrão, mas não tanto a ponto de arrancá-lo. Há consequências.

– Lei Diogo Mainardi: você só chegou ao topo porque nós quisemos; vale o mesmo para sua queda.

– Lei Ali Kamel 1: fazer jornalismo é testar hipóteses. Final oculto: … contra o nosso inimigo.

– Lei Ali Kamel 2: uma bolinha de papel pode gerar uma avalanche de críticas.

– Lei da Veja: contra um inimigo, vale tudo e mais um pouquinho. Tire a moral da reta.

– Lei Boris Casoy: perdoamos a maior barbaridade na medida da utilidade de quem a enunciou.

– Lei Soninha Francine: sua imagem pode ir a zero, mas sua conta bancária irá a 1.000.

– Lei Lucia Hippolito: se o telefone está piscando, não fale: o “outro lado” não perdoa nossos erros.

– Lei Reinaldo Azevedo: no post, você é um só; na caixa de comentários, pode ser muitos.

– Lei da Satiagraha: o limite de seus valores é o interesse financeiro de seus patrões.

– Lei Guilherme Fiuza: ser um nada no PIG também é sexy (uma socialite que o diga).

– Lei Demétrio Magnoli: ex-esquerdistas desestimulam defecções, por sua imagem de bajuladores da direita.

– Lei Miriam Leitão: a notícia mais positiva esconde a semente de sua própria destruição.

– Lei Ricardo Noblat: entrar para o PIG pode ser um programa lucrativo.

– Lei José Nêumanne: o PIG deixa cantar de galo, mesmo que você seja um pinto.

– Lei William Bonner: trate nosso consumidor como um Homer, e ele lhe dará uma surra homérica.

– Lei Cristiana Lôbo: fiel é aquele que revela seu verdadeiro lado até em atos falhos (ou falas falhas).

– Lei Marina Silva: vale fingir que você é contra nós, desde que seja inimigo de nosso inimigo.

– Lei do crucifixo da Dilma: nosso inimigo merece apanhar pelo que fez e pelo que não fez.

Lembrete
– Lembrete aos alunos do curso: já fizeram sua manipulaçãozinha hoje?


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