"Não pretendo concorrer a outro mandato presidencial", disse Mubarak, ressaltando que não deixará o poder imediatamente, como exigem as lideranças dos manifestantes.
"O Hosni Mubarak que fala a vocês se orgulha do que conquistou nos anos em que serviu o Egito e seu povo", afirmou ele.
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Mubarak falou horas após o encontro com o enviado americano |
Mubarak disse que sua maior prioridade agora é garantir a estabilidade do país para permitir a transferência do poder.
Mudanças
No pronunciamento, Mubarak disse que pedirá ao Parlamento que mude a legislação que estabelece as duras condições para que os candidatos concorram ao pleito.
As leis atuais impediriam que Mohamed ElBaradei, Nobel da Paz e apontado como um dos líderes dos protestos, concorresse.
Também sinalizou que pedirá ao Parlamento para que avalie as denúncias de fraude eleitoral nas eleições parlamentares de novembro e dezembro.
O pronunciamento ocorre horas após o encontro de Mubarak com o enviado americano ao Cairo Frank Wisner que teria enviado a recomendação de Barack Obama para que o presidente egípcio preparasse uma "transição ordenada" do poder.
Reação
Centenas de milhares de manifestantes acompanharam atentamente o discurso de Mubarak por um imenso telão instalado na praça Tahrir, local que concentra os protestos contra o regime.
Assim que Mubarak acabou seu pronunciamento, a multidão começou a gritar, insatisfeita, pedindo a saída imediata do presidente.
Agitando bandeiras do país, os manifestantes afirmavam que não sairiam das ruas até que Mubarak deixe o poder.
"Ficaremos aqui hoje, amanhã, depois, não sairemos daqui", gritavam. "Você tem de sair! Você tem de sair!”
A praça Tahir vem sendo palco dos principais protestos contra o atual governo e nesta terça-feira, atraiu a maior multidão desde o início das manifestações, há oito dias.
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Líderes oposicionistas ouvidos pela BBC disseram que não aceitam a permanência de Mubarak até o fim de seu mandato e que os protestos devem continuar.
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Praça no Cairo é onde a maioria dos manifestantes se concentra |
Isso ocorre depois de a ONU ter estimado que até 300 pessoas tenham morrido até agora nos distúrbios antigoverno
Fonte: BBC Brasil
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