embram-se daquela inserção na TV durante a campanha eleitoral que falava: coisa de pobre e coisa de rico, na era demo-tucana?
Pois continua mais atual do que nunca no governo tucano mineiro.
O ex-governador tucano Aécio Neves, e o sucessor Anastasia acham que banda larga é coisa de rico. Coisa de pobre é só orelhão comunitário, planejado pelo governo FHC como meta na privataria, para o século XXI.
A CEMIG (estatal de eletricidade do governo de Minas), tem uma rede de fibra ótica de mais de 4.000 Km para internet e de TV a cabo, que chega a diversos bairros da capital e 29 cidades do interior.
Com essa formidável infra-estrutura pronta, onde já foram investidos US$ 203 milhões, e que poderia levar banda-larga popular a custo acessível aos mineiros, sobretudo da classe C para baixo, o governo demo-tucano fez a opção pelos ricos e pelo favorecimento às altas tarifas do oligopólio das operadoras de telefonia.
O dinheiro público da CEMIG é usado para construir e manter a rede com vultosos recursos, levando o sinal até a porta das casas nos condomínios de alto padrão, para entregar à exploração comercial pelas operadoras de Telefonia, como Oi/Telemar e CTBC Telecom, venderem banda-larga de luxo, chegando a 20MBits, com tarifas que chegam a ser superiores a R$ 200,00 mensais, e em planos "combo" passam de R$ 300,00.
A CEMIG Telecom (subsidiária da CEMIG na área de telecomunicações) se diz “carrier´s carrier”, ou operadora das operadoras. Em outras palavras, a estatal fica com o ônus do investimento pesado na infra-estrutura, e a mão grande e nada invisível do mercado fica com o bônus, apenas atuando como atravessadores: arrecada as elevadas tarifas dos consumidores de alta renda, e paga um módico aluguel da rede para a CEMIG.
Resumo: a CEMIG Telecom (subsidiária da CEMIG na área de telecomunicações) arruma a cama para os barões da telefonia dormirem.
Daniel Dantas na parada
A origem desse "modelo de negócio" ocorreu logo após Daniel Dantas montar o consórcio AES/Southern Energy/Opportunity que arrematou a privatização parcial de 33% CEMIG em 1997.
Em 13 de janeiro de 1999, a estadunidense AES em sociedade com a CEMIG, criava a empresa Infovias (agora rebatizada como CEMIG Telecom), com o objetivo de administrar a rede de fibras óticas da estatal e prestar serviços para empresas de TV por assinatura e Internet banda larga. A CEMIG passou a ser acionista e principal cliente da nova subsidiária.
A Infovias, por sua vez, criou a Way TV, operadora de TV a cabo em Belo Horizonte, e algumas poucas cidades do interior mineiro, usando essa rede da CEMIG.
Em 2002, FHC tinha quebrado o Brasil, a AES estava em crise e não pagava suas dívidas, o povo brasileiro estava sem poder aquisitivo, e tanto a Way TV como a Infovias acumulavam prejuízos e o mercado não era nada promissor. Mas a CEMIG "recomprou" sua própria rede por US$ 32 da milhões da AES (a parte da multinacional).
Fúria neoliberal de Aécio Neves fatiou e privatizou subsidiária para Oi
Depois gastar US$ 32 milhões para recomprar a empresa da AES, em 2003 Aécio Neves assumiu o governo e resolveu privatizá-la, mesmo sabendo que a principal cliente da Infovias era a própria dona: a CEMIG.
Em julho de 2004, o jornal Valor Econômico noticiava que a CEMIG estava finalizando o edital para privatização da Infovias. Talvez por acumular prejuízos e dívidas, a privatização da companhia de fibras óticas não foi à frente, mas resolveram privatizar de forma fatiada: apenas a Way TV foi vendida em 2006, sem as dívidas.
Quem comprou a Way Tv foi a Oi/Telemar por R$ 132 milhões, herdando a clientela e a exploração da rede construída de TV a cabo e banda-larga (a ANATEL vetou que a rede de cabos fosse vendida no pacote, permitindo apenas a cessão de uso da rede, sem exclusividade).
Sem privatizar, a empresa continuou alugando sua rede de fibras óticas para operadoras de telefonia privadas explorarem.
Quando Aécio e os demais neoliberais demo-tucanos privatizaram as telecomunicações, diziam que era porque as empresas privadas teriam muito mais capacidade de investirem do que o estado.
Agora qual é a razão, a não ser favorecimento, para os demo-tucanos neoliberais usarem a CEMIG estatal para bancar os investimentos em expansão da infra-estrutura (e nos nichos de mercado mais lucrativos, que interessam às operadoras privadas) e entregar na bandeja para os tubarões privados explorarem o serviço apenas como atravessadores entre o consumidor e a CEMIG, elevando as tarifas muito acima do custo e apenas recolhendo o lucro?
Se é para a CEMIG fazer toda a infra-estrutura que, pelo menos, ficasse com os lucros e que transferisse os benefícios para o consumidor com menores tarifas, sem atravessadores.
Povo mineiro precisa pressionar Anastasia para acabar com essa maracutaia
A Telebras e o governo federal tem feito acordos com os governos estaduais de boa vontade, como no Rio Grande do Sul, para interligar as redes estaduais disponíveis ao Plano Nacional de Banda Larga, e oferecer conexões de baixo custo acessível a todos.
E aí, governador Anastasia, quando vai parar de bancar os barões da telefonia privada, com banda-larga de altíssima velocidade na porta da casa dos ricos, em vez de aderir ao PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) do governo Dilma, para todos os mineiros?
Em reunião na última quarta-feira, entre o governador Tarso Genro (PT/RS) e o presidente da Telebrás, Rogério Santanna, ficou acertado o uso da rede de fibra ótica da estatal Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) para Telebras implantar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no estado.
Hoje, a CEEE já tem 1,2 mil quilômetros de fibra ótica, e irá ampliar a rede para 2,3 mil km até 2014, alcançando todos os 496 municípios do estado. O investimento previsto é de R$ 61 milhões em quatro anos.
Política Industrial
De acordo com o presidente da Telebrás, o PNBL tem como objetivo não só levar a internet aos rincões do país, mas ampliar o parque industrial de equipamentos de telecomunicações brasileiro. “O projeto do governo brasileiro é de, utilizando a banda larga como desafio tecnológico, desenvolver a indústria do Brasil. E o Rio Grande do Sul tem muitas empresas que já são fornecedoras da Telebrás e podem ser potencializadas. Além disso, está aqui também o Ceitec, que é um centro de excelência em engenharia eletrônica avançada que pode, no bojo desse projeto, alavancar o desenvolvimento do estado”, afirmou Santanna, em Porto Alegre. (do Hora do Povo)
Fonte: Amigos do Presidente Lula
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