O ex-presidente Lula vai participar, depois do Carnaval, do 6.º Fórum Anual da Al-Jazira, rede de televisão com sede em Doha. Lula será um dos palestrantes do painel “O Mundo Árabe em Transição: o Futuro chegou?”, no próximo dia 14. Convidado pela emissora, em meio à tensão política na Líbia, o Lula falará sobre a experiência sul-americana diante de uma plateia formada por analistas políticos, jornalistas e intelectuais.
O fórum da Al-Jazira foi criado há seis anos para “debater, discutir e ampliar” as mudanças no Oriente Médio no contexto do mundo globalizado. O painel no qual Lula fará sua palestra, na capital do Catar, também terá a presença do ex-primeiro ministro da França Dominique De Villepin, que abordará o futuro das relações entre a União Europeia e o Oriente Médio.
A Venezuela propôs uma solução negociada para conter a revolta na Líbia e quer que Lula lidere uma comissão internacional, com o objetivo de mediar um acordo de paz. Até agora, porém, nenhum pedido formal foi apresentado a ele.
A Al-Jazira entrevistou Lula em maio do ano passado. À época, ele tratou da política externa brasileira, do relacionamento com países vizinhos e da questão nuclear no Irã, entre outros temas. “Eu quero gastar a minha energia tentando pensar numa coisa positiva, tentando pensar em ajudar alguém, tentando construir a paz”, afirmou o então presidente. “Não é possível você governar procurando inimigo, querendo uma guerra.”
No último mês de janeiro, jornalistas da Al-Jazira foram detidos durante a cobertura dos protestos no Cairo. Repórteres da rede de TV chegaram a ser proibidos de trabalhar no Egito após divulgarem as manifestações contra o governo.Estado
Uma pesquisa anual do Serviço Mundial da BBC conduzida em 27 países revela que as opiniões positivas sobre a influência do Brasil no mundo tiveram o maior aumento entre as nações pesquisadas, passando de 40% a 49%.
Já as visões negativas sobre a atuação brasileira caíram três pontos percentuais, para 20%. Somente em um país, a Alemanha, as opiniões negativas sobre o Brasil suplantam as positivas (32% a 31%).
Outra nação a destoar do resultado geral foi a China, maior parceiro comercial do Brasil, onde a visão positiva da influência brasileira caiu 10 pontos percentuais, para 45%, e a opinião negativa subiu 29 pontos, para 41%.
O levantamento, coordenado pelo instituto de pesquisas GlobeScan e pelo Programa de Atitudes em Política Internacional (PIPA, na sigla em inglês) da Universidade de Maryland (EUA), foi feito entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011 com 28.619 pessoas, que opinaram sobre a influência de 16 países e da União Europeia.
Para Fabián Echegaray, diretor do Market Analysis, empresa que realizou a pesquisa no Brasil, a melhor avaliação do país pode ser atribuída à aprovação à diplomacia brasileira, à popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à atuação de empresas e ONGs brasileiras no exterior.
“Nos últimos dois, três anos, ONGs brasileiras tiveram grande destaque na discussão sobre as mudanças climáticas. Esse papel é bastante percebido lá fora e acaba projetando a imagem do país”, diz ele à BBC Brasil.
Segundo Echegaray, o bom desempenho da economia brasileira nos últimos anos, período em que muitos países sofreram intensamente os efeitos da crise financeira, também contou pontos a favor do Brasil, principalmente entre nações europeias.
A melhora na avaliação sobre o Brasil fez com que o país igualasse o desempenho obtido pelos Estados Unidos, cuja influência também foi considerada positiva por 49% dos entrevistados.
Os dois países ocupam posições intermediárias no ranking da pesquisa, que tem a Alemanha (com 62% de aprovação) e a Grã-Bretanha (58%) nos primeiros lugares e Irã e Coreia do Norte (ambos com 16% de aprovação) nas últimas colocações.
Echegaray destaca ainda, entre os resultados da pesquisa, a excelente opinião que os brasileiros têm da influência do próprio país, só comparável à dos sul-coreanos.
De acordo com o levantamento, 84% dos brasileiros acham que o Brasil tem influência positiva com o mundo, mesma porcentagem medida em 2009 e mesmo índice da Coreia do Sul.
Em 2008, ano em que o Brasil passou a figurar no questionário, 74% aprovavam a atuação do país.
Neste ano, a aprovação à influência do próprio país atingiu 77% na China e na Índia, 69% na Grã-Bretanha, 68% na França, 64% nos Estados Unidos e 39% no Japão.
Para o pesquisador, a boa avaliação do Brasil entre seus cidadãos indica como o brasileiro está processando o acúmulo de notícias no exterior a respeito do país.
“Os dados revelam um apoio à atuação externa do Brasil, seja via políticas públicas ou iniciativas de setores da sociedade.”
O levantamento no Brasil foi feito com 800 adultos moradores de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Projeção
A pesquisa revela ainda que a imagem do Brasil ao redor do mundo ganhou mais clareza no último ano: o número de entrevistados que optaram por não avaliar a influência do país caiu seis pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
A visão positiva do Brasil cresceu principalmente na Nigéria (22 pontos percentuais, chegando a 60% do total), na Turquia (29 pontos, 48%), Coreia do Sul (17 pontos, 68%) e Egito (19 pontos, 37%).
Na Europa, as maiores aprovações ocorreram em Portugal (76%) e na Itália (55%). Na Grã-Bretanha, embora a avaliação positiva do Brasil tenha crescido 12 pontos, chegando a 47%, a opinião negativa aumentou 13 pontos, atingindo 33%.
Além de ser o único país onde a avaliação favorável ao Brasil foi inferior à desfavorável, a Alemanha foi a única nação europeia a registrar aumento no número de entrevistados que optaram por não avaliar a influência brasileira.
Entre os países latino-americanos pesquisados, a aprovação à influência do Brasil chegou a 65% no México, 63% no Peru e 70% no Chile, ainda que neste país a opinião positiva tenha caído sete pontos, e a negativa, aumentado em seis.
Outros países onde as opiniões favoráveis ao Brasil cresceram foram a Austrália (50%, ante 32 na pesquisa anterior), Estados Unidos (60%, ante 42%), Canadá (53%, ante 38%) e Indonésia (50%, ante 42%).BBC
Fonte: Amigos do Presidente Lula
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