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quarta-feira, 6 de abril de 2011

A lama do Tietê e a lama da cumplicidade


Graças à incapacidade administrativa dos governos tucanos a população de São Paulo corre o risco de, quando voltarem as chuvas fortes ficar outra vez debaixo d´água.
O Tribunal de Contas do Estado acaba de anular a licitação lançada por Geraldo Alckmin para retomar a retirada da areia e do lixo que se acumulam no Rio Tietê reduzem o fluxo das águas e provocam as bárbaras enchentes repetidas na capital de São Paulo.
Anulação, registre-se, se deu por uma questão técnica: Alckmin escolheu a modalidade pregão, a qual, o TSE, não se presta à contratação de obras desta natureza. Mas, em nome da verdade,  tem-se que reconhecer que  Alckmin tentou agir rápido.
O que é inadimíssivel nessa história é a cortina de silêncio que a imprensa desce sobre as responsabilidades do governo Serra neste assunto. E assim mesmo, apenas na internet – ao que eu tenha visto- se publicou alguma coisa sobre o fato de José Serra ter interrompido durante três anos a limpeza do rio.

Inacreditável que um grupo jornalístico como a Folha seja capaz de esquadrinhar o passado remoto de Dilma Rousseff, ao ponto de publicar-lhe uma ficha forjada do Dops, e não seja capaz, depois de dois anos de enormes enchentes na maior cidade do país, ter a iniciativa óbvia de apurar se a dragagem e assoreamento do Rio Tietê – que é ou deveria ser uma atividade permanente – estava sendo realizada.
Não se pode, até para ser injusto com seus profissionais, achar que isso tenha sido incompetência. Aliás, estamos sabendo de tudo agora pelo excelente trabalho do repórter Arthur Guimarães, do UOL.
Foi, sim cumplicidade, a aplicação do “método Ricúpero” de comunicação: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
A senhora Judith Brito, executiva da Folha e presidente da Associação Nacional de Jornais-  aquela mesma que declarou que a imprensa deveria ser “a oposição” ao governo de natureza popular – como definiria o papel de seu jornal – e dos outros “jornalões” – neste episódio?
Quando ocorrem catástrofes em outras regiões, os governantes são apontados como responsáveis pelo previsível e até pelo imprevisível. Quando é onde estão seus “prediletos”, estes não são responsabilizados sequer pelo óbvio. Que estranha imparcialidade!
O senhor José Serra perdeu as eleições. Tudo que pode acontecer, agora, pela irresponsabilidade com que agiu nesse caso se limita ao eventual inquérito civil que o Ministério Público de São Paulo pretende abrir sobre o assunto.
O julgamento politico-adminstrativo da população sobre o ex – governador não pode ser realizado, simplesmente porque o povo de São Paulo e do Brasil teve, criminosamente sonegada a informação de que parte daquelas dramáticas cheias se deveu à desídia do ex-governador, que negligenciou suas obrigações.
Mas Serra é passado. O seu destino político é semelhante ao que terá o material retirado do leito do Tietê, quando isto, afinal, se consumar.
O grave, o terrível, o monstruoso em toda essa história é ver que os arautos da liberdade de informação acham que verdades podem ser seletivas.
As que nunca devem ser ditas sobre os “amigos”.
E, sobre os inimigos, aquelas que devem ser até inventadas.
Fonte; Tijolaço

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