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segunda-feira, 2 de maio de 2011

A “competência” de Agnelli é um buraco para o Brasil


RIO DE JANEIRO (Reuters) – As exportações brasileiras de minério de ferro somaram 24,66 milhões de toneladas em abril, contra 21,36 milhões de toneladas um ano antes e praticamente estável ante as 24,78 milhões de toneladas registradas em março, informou a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta segunda-feira.
Representadas quase que totalmente pelas vendas da Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, as exportações brasileiras da commodity significaram em valores 3,13 bilhões de dólares em abril –turbinadas pela disparada do preço–, contra os 2,885 bilhões de dólares obtidos no mês anterior. Em abril de 2010, as vendas representaram 1,44 bilhão de dólares.
O minério de ferro está submetido a ajuste trimestral baseado em uma fórmula que leva em consideração o preço no mercado à vista na China nos três meses anteriores pulando o mês imediatamente anterior.
A alta de preços no início do ano garantiu ajustes positivos para as mineradoras no primeiro e no segundo trimestres, e sinaliza para aumento de cerca de 30 por cento no terceiro trimestre.
Se o minério de ferro pesar pouco mais ou menos o mesmo que o concreto, 2,5 t por metro cúbico, isso representaria 10 milhões de metros cúbicos, quase o dobro do volume de água da Lagoa Rodrigo de Freitas.
É o tamanho do buraco que fica aqui, para virar aço lá fora. Que importamos, como até a própria Vale importa os trilhos para as estradas de ferro com que escoa os minérios para os portos.
É para isso o navio gigante – e seus 11 irmãos que vêm aí – do post anterior.

Aparece o meganavio da Vale, feito na China




A coluna do Ancelmo Gois, ontem, levantou a lebre. Dizia que os cariocas veriam, finalmente, o primeiro dos 12 meganavios encomendados  na China pela Vale-Agnelli. pensei: pelo menos vamos ver o tamanho do prejuízo que o Agnelli deu ao país, em matéria de emprego e investimentos na nossa indústria naval.
Mas fiquei pensando: será mesmo? Porque o navio, de 365 metros de comprimento (mais de três campos de futebol oficiais) tem um calado de 23 metros, o que não permite sua atracação no Porto do Rio. No Brasil, só em Itaqui (MA), Tubarão e no futuro Porto do Açu.
E a Vale, com aquela culpa no cartório que sente quem sabe que prejudicou o Brasil, tem ficado na caluda sobre os navios gigantes.
Aí fui procurar e achei o Blog Mercante e no jornal O Estado do Maranhão as imagens do “Vale Brasil”, com bandeira de Singapura, fazendo testes no litoral de Omã, justamente para onde a Vale vai exportar minério bruto brasileiro para ser beneficiado lá e vendido às aciarias da China.
As fotos foram tiradas por um primo do blogueiro Erik Azevedo  – que faz um trabalho muito bom -  que está trabalhando em um projeto de construção de um grande porto lá  em Omã, para a  operação da Vale.
Ele escreve: “O Vale Brasil é atualmente o maior navio para carga seca em operação na atualidade, com 400 mil toneladas, passando o famoso navio norueguês, que durante décadas manteve a primeira posição, o “Berge Stahl”, de 365 mil toneladas (…)Apesar de ser maior do que o Berge Stahl, eu ainda acho ele mais bonito e impressionante, do que os navios em série da Vale, feitos para levar embora o minério das terras do Brasil.”
É mesmo, Erik,  mesmo para que acha – e como a gente acha – lindos os grandes navios, essa beleza esvaece quando a gente sabe que é “para levar embora o minério das terras do Brasil”.
Fonte: Tijolaço

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