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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Oposição está sem rumo, diz Bornhausen... Ah! só contaram pra ele


O ex-presidente nacional do DEM Jorge Bornhausen deixa a legenda e se despede da vida partidária convencido de que a oposição está sem rumo e líder. "Houve um vácuo na oposição e a liderança do presidente Fernando Henrique Cardoso não foi preenchida", diz Bornhausen, para quem nem o tucano José Serra nem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) conseguiram se credenciar como líderes da oposição. Ele entende que Aécio não tem sequer a garantia da candidatura presidencial da oposição.

A seu ver, o maior equívoco dos partidos de oposição - DEM, PSDB e PPS - foi o de se meterem em disputas internas. "Estão perdendo a oportunidade de formar uma única agremiação e de ter as condições para atuar como oposição responsável e fiscalizadora", analisa. Leia a entrevista de Bornhausen para o jornal O Estado de São Paulo....

O PT perdeu três eleições presidenciais, mas não se abateu e conquistou o poder em 2002. Por que a oposição, depois de três derrotas, passa a imagem de estar se dissolvendo?

Bornhausen: Porque hoje o grande líder da oposição ainda é o presidente Fernando Henrique Cardoso, mas ele já não tem mais a atuação partidária e eleitoral que possa dar fôlego à oposição.

A oposição está órfã de um grande líder nacional?

Bornhausen: Houve um vácuo na oposição e a liderança do presidente Fernando Henrique ainda não foi preenchida.

Na oposição, é forte a tese da "fila", que situa o senador Aécio Neves na linha de frente dos presidenciáveis, em 2014.

Bornhausen: Não é uma questão de fila. Se o Aécio tivesse sido candidato a vice-presidente da República, esta fila seria automática. Mas acho que até o José Serra teria ganho a eleição.

Dirigentes do DEM dizem que Serra está por trás do PSD...

Bornhausen: Não acompanhei isto tão de perto, embora não tenha sido coadjuvante nesse processo de fundação do PSD. Em momento algum vi o ex-governador José Serra participar de atividades de criação do PSD. Ele, como eu, fizemos força para que o prefeito Kassab ficasse no DEM.

Mas há quem diga que Serra está por trás da criação do PSD. Outros dizem que ele foi traído por Kassab...

Bornhausen:Nem traiu, nem foi traído, como também não foi surpreendido.

Quem é o dono do PSD?

Bornhausen: Partido não pode ter dono. Tem líder. Quem iniciou o processo foi o prefeito Kassab, que é um dos principais líderes. Mas não é o dono.

Sem a força do caixa da Prefeitura de São Paulo, teria sido possível para Kassab a empreitada de construir um novo partido?

Bornhausen:Não há uso de caixa da prefeitura. Ele é correto. Evidentemente, o cargo dá a força política necessária para, com sua capacidade e habilidade, criar um partido mesmo sem tempo de TV.

Há espaço para três partidos de oposição no Brasil hoje?

Bornhausen:Neste momento, os partidos de oposição estão divididos externa e internamente e não estão cumprindo sua razão de ser ditada pelas urnas: quem ganha governa, quem perde faz oposição. Metidos em disputas internas, os partidos estão perdendo a oportunidade de formar uma única agremiação e ter condições para atuar como oposição responsável e fiscalizadora.

No plano nacional, quem derrotou o DEM: Lula ou Kassab?

Bornhausen: Não posso dizer que o DEM está derrotado. Ele vive uma crise que nasceu do problema surgido em Brasília e que, de forma preconceituosa, foi denominado na imprensa "mensalão do DEM". Este episódio levou a um desgaste de imagem profundo - e repito, de forma incorreta, já que na ocasião o partido tomou as providências adequadas.

Como grande crítico do presidente Lula, o senhor acha possível dizer que a presidente Dilma Rousseff é diferente de Lula?

Bornhausen: Acho que ela tem agido de forma racional, técnica, procurando gerenciar o governo, ao contrário de seu antecessor, que era espetaculoso e não tinha compromisso com a verdade nem com a postura do cargo. Neste período de carência de início de governo, ela está tendo um comportamento adequado, em uma luta muito forte contra a inflação, com a vantagem de ter ao lado um político muito hábil e experiente, que pode ajudá-la muito, que é o ministro Antonio Palocci.

O senhor vê futuro no DEM?

Bornhausen:Eu desejo que tenha futuro.

Deseja, mas não vê?

Bornhausen: Eu desejo... e espero que venha a ter. Tudo é difícil, mas nada é impossível.

Kassab da cargo para Marco Maciel em troca de mudança de partido



A nomeação do presidente do Conselho Político do DEM, o ex-vice presidente da República Marco Maciel, para cargos em conselhos de empresas da prefeitura de São Paulo causou desconforto dentro do DEM. Apesar de o presidente da legenda, José Agripino, dizer não desconfiar da postura do colega, parlamentares do partido defendem uma pressão para forçar Maciel a escolher entre o DEM e o prefeito Gilberto Kassab, que deixou a legenda para fundar o PSD.

Marco Maciel receberá salário de R$ 12 mil para participar de uma reunião por mês dos conselhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Turismo (SPTuris). O ex-vice-presidente é ligado ao grupo de Jorge Bornhausen, que na semana passada também anunciou seu desligamento do DEM.

Integrantes do DEM reagiram pedindo que a cúpula do partido pressione Maciel a decidir se ficará com a legenda ou com Kassab. "Não dá para ficar com um pé em cada canoa. Ele tem que se decidir", disse um parlamentar.

O presidente do partido afirma que o DEM não vai se manifestar sobre a nomeação de Maciel. "Eu não tenho nenhuma desconfiança da postura política partidária do Marco Maciel. Quem vai falar sobre esse assunto é ele."

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