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sábado, 14 de maio de 2011

Os inimigos da Petrobras são os inimigos do Brasil


“Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma.”


Getúlio Vargas, na Carta-Testamento, 24 de agosto de 1954


Escrevi o post sobre o resultado recorde da Petrobras antes de ler os jornais de hoje. E fiquei impressionado com a quantidade de ódio e de despeito que a elite brasileira destila, através de sua mídia, contra a maior e mais importante empresa brasileira. No momento em que ela atinge os maiores lucros da história, em que acumula sucesso após sucesso e, até, mostra na prática sua utilidade para a regulação da cadeia – privada – da comercialização de combustíveis (a ANP e nada, nesta crise, foram o mesmo), só o que se vê é manipulação e inveja por parte dos jornais.
Vou colecionar alguns títulos de matérias publicadas hoje no Estadão: Investimentos da Petrobrás caem 11% no 1º tri e somam R$ 15,87 bi; Custo de extração sobe 10,6%, para US$ 11,38 por barril; Balança comercial da Petrobrás sai do positivo para o negativo no 1º tri; Petrobrás adia anúncio do plano de investimentos .
O Globo segue a mesma linha, com menos vigor e a Folha só range os dentes. Prefere aunciar novo caos no abastecimento de etanol para dezembro .
Não é de hoje, como mostra a citação de Vargas, que a Petrobras é o alvo  político das forças que só entendem o Brasil como colônia. Não perdoam o fato de que Fernando Henrique  não tenha conseguido abrir mais completamente o setor de petróleo para as multinacionais. Não porque não o quisesse, é claro, mas porque a surda resistência da consciência brasileira e a própria força econômica e capacidade técnica da empresa – que enfrentou nos leilões, como pôde, a entrada das multis – impediu que ela tivesse o destino da Vale, que sangrou na terra as riquezas do país sob os aplausos de mídia colonialista.
Eles são e serão assim, atacando cada vez com mais vigor – e servindo-se de qualquer expediente para isso – o grande patrimônio nacional que ela, e as jazidas de petróleo contidas em  nosso solo e nosso  mar , representa.
Não será possível repelir estes ataques se não houver vigor. A empresa e o governo devem sair de uma postura tímida e mostrar como e porque nossa política para o petróleo é vital para nosso sonho – e direito – à soberania nacional.
Porque agora, como há 60 anos com Vargas, os inimigos da Petrobras são os inimigos de um Brasil independente, rico, autônomo.
A própria Presidente Dilma, logo, terá de ser a líder deste enfrentamento, como foi indispensável que Lula, antes, tomasse a frente do movimento de afirmação da Petrobras.

Petrobras: lucro e papel social não têm contradição



O lucro recorde da Petrobras, divulgado ontem  é completamente  diferente do lucro recorde da Vale, anunciado dias atrás.

Por que?
Porque fica claro quando se analisa os números. A Petrobrás que explora petróleo, deu lucro.
Produziu, no trimestre janeiro-março,  3% a mais que em 201o, com média diária de 2,627 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). Essa área de produção e exploração foi responsável por um lucro de 9,3 bilhões de reais no primeiro trimestre, por conta também do aumento do preço do petróleo.
Mas a Petrobras também teve prejuízo. Onde? Na área de abastecimento, onde segurou a “onda” deste mesmo aumento do petróleo.  Essa área  teve prejuízo de 95 milhões de reais no primeiro trimestre, contra o lucro de 1,1 bilhão de reais há um ano.

Ano passado, o preço médio internacional do barril de petróleo era de US$ 81,29. Este ano, de US$ 104.
Se a Petrobras fosse uma empresa privada teria mantido os preços internos, na distribuição e no abastecimento?
Ao contrário, ela manteve os investimentos e não saímos entregando o petróleo rápido, como fez a Vale, aproveitando os preços também recordes do minério de ferro.
Curiooso é que, para o pessoal que culpa a Petrobras pelo aumento do preço dos combustíveis, essa área é a que deveria ter lucrado, em lugar de amargar prejuízos.
A entrada em operação dos poços do pré-sal, a partir de agora, vai permitir a Petrobras aumentar esse poder de arbitragem.
De um lado, embora tendo um preço inicial mais alto, em razão das exigências tecnológicas para sua produção, o volume de produção das novas descobertas é várias vezes maior e, com isso, reduz o custo da produção.
De outro, com suprimento para as plantas de refino de mais petróleo próprio, a rentabilidade desta atividade cresce.
É por isso que a nossa direita odeia tanto a Petrobras e tenta fazer dela a vilã das pressões inflacionárias.
A Petrobras é o sucesso que o Brasil não pode mostrar que tem tudo para ser. Precisam que continuemos a nos considerar incapazes, para que a tutela internacional de nossas riquezas possa justificar-se por nossa incapacidade de explorá-la.
Quando ela mostra que é capaz, mostra que o Brasil e os brasileiros somos capazes.

Etanol: ia baixar no posto, se a Petrobras não força?



Complementando o post anterior, veja o que o Estadão acaba de publicar sobre o preço do etanol.
“O etanol anidro, misturado na proporção de 25% à gasolina, despencou 24,73% nas usinas paulistas nesta semana. No mesmo período, o hidratado caiu 9,11%, de acordo com os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).
O anidro variou de R$ 1,8871 para R$ 1,4162 o litro, em média. Já o litro do hidratado recuou de R$ 1,0651 para R$ 0,9680. Os preços não incluem impostos. Segundo Mirian Bacchi, coordenadora da equipe de responsável pela avaliação, poucos negócios foram feitos com o anidro nesta semana, o que sinaliza o retorno do consumidor para o uso do hidratado, em detrimento da gasolina.
Já a baixa do hidratado é reflexo das quedas nos três primeiros dias da semana, com estabilização do indicador entre ontem e hoje. “Muitos negócios foram feitos com hidratado, o que mostra a retomada do consumo”, disse Mirian.
Pois é. Independente da discussão sobre a carga tributária ser alta – como é aliás, e até mais, nos países mais desenvolvidos – há duas constatações inevitáveis.
A primeira, que não foram os impostos que provocaram os aumentos, pois eles permaneceram na mesma alíquota.
A segunda é que, se a Petrobras não entra rachando vendendo no preço correspondente ao que está caindo no atacado das usinas, quando é que a redução ia chegar aos postos? Se com isso já está demorando, sem isso ia para as calendas… 


Gasolina: quem fica com quanto em cada litro




Muito esclarecedor este trecho de uma matéria publicada pelo site R7. Finalmente alguém na imprensa se dedica a mostrar quem fica com quanto em cada litro de gasolina.
“A Petrobras afirma que o preço final da gasolina conta com 11% destinado à distribuidora, 22% com custos relacionados ao álcool anidro (utilizado na mistura), 26% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), 13% de Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) – relativa ao petróleo e seus derivados -, PIS/Pasep e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e 28% para a Petrobras, que seria o lucro da empresa.
Ou seja, tomando como exemplo o valor mais alto da gasolina encontrado pelo R7 no Rio, a R$ 3,40, a distribuidora fica com R$ 0,374 por litro, R$ 0,748 são destinados aos custos do álcool anidro (0,25 litro), R$ 0,884 é retido para ICMS, R$ 0,442 vai para o Cide, PIS/Pasep e Cofins e R$ 0,952 para a Petrobras, por 0,75 litro.
O Rio de Janeiro apresenta, frequentemente, a gasolina mais cara do Brasil, entre outros fatores, conforme aponta o presidente do Sindicom, porque o ICMS do Estado é o maior do país.
– A gasolina do Rio é uma das mais caras, porque o ICMS é o mais elevado do país, com 31%. É só ver os vizinhos, Minas Gerais cobra 27% e São Paulo 25%.”
Depois destes números, quem quiser dizer que o problema da gasolina é a Petrobras, que diga sabendo que não é verdade.
Fonte: Tijolaço

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