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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Serra critica proposta de Aécio de fundir oposição e encontra presidente do PT


O ex-governador de São Paulo José Serra rejeitou ontem a possibilidade de fusão do PSDB com o DEM e PPS e disse que essa ideia "não está posta". A possibilidade de aglutinar a oposição em um único partido é defendida por lideranças tucanas como o senador Aécio Neves (MG).

"É uma discussão fora de hora", criticou Serra, ontem. O ex-governador tucano participou da inauguração da estação Pinheiros do metrô, na capital paulista, ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-governador Alberto Goldman, ambos tucanos. A estação começou a funcionar ontem, sob protestos de parentes de vítimas do desabamento que abriu uma cratera no local e causou a morte de sete pessoas em 2007.

No início da noite, o ex-governador tucano teve um encontro com o presidente do PT, Rui Falcão. Os dois conversaram sobre a época em que militavam no movimento estudantil e Serra apresentou sua proposta de reforma política: a adoção do voto distrital. Como o PT é sabidamente contra e a discussão da reforma passa pelo Congresso, o encontro revelaria uma aproximação do ex-governador para evitar ataques petistas, num momento em que tenta se manter em cena no PSDB.

Serra evitou comentar a súbita evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. "É normal que uma pessoa tenha rendimentos que promovam tal variação patrimonial", disse Serra.

Aécio articula sua pré-candidatura à Presidência em 2014 e tenta garantir desde já o apoio da oposição ao seu projeto, com a fusão das três legendas oposicionistas e a atração do PSD, articulado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O novo partido seria anunciado em 2013.

A perspectiva da candidatura presidencial de Aécio com uma oposição fundida foi o dado fundamental para manter o DEM mineiro sem defecções para o PSD. "Eu sou mais útil para Aécio no DEM", disse o deputado federal Marcos Montes (MG), que tendia a sair do partido.

Na última semana, Aécio conversou individualmente com os deputados estaduais que estavam em rota de saída da sigla, como Gustavo Corrêa, Jayro Lessa e Gustavo Valadares. Deixou a impressão concreta de que investe em uma fusão de partidos depois da eleição municipal do próximo ano. Os deputados desistiram da migração. "O Aécio segurou todo mundo", comentou Corrêa.

O DEM em Minas está dividido desde o ano passado. O grupo dissidente contesta a liderança do deputado federal Carlos Melles, que é o presidente regional da sigla e ocupa a Secretaria Estadual de Transportes. Mas a ideia da fusão não é descartada pelos dois lados. Melles defendeu a incorporação do DEM ao PSDB antes mesmo de concluído o processo eleitoral. E Aécio, na véspera do segundo turno, previu que haveria um "rearranjo partidário" no Brasil.

Segundo Montes, um bom resultado dos partidos de oposição nas eleições municipais de 2012 pode levar o projeto de fusão ao arquivamento. O deputado foi o anfitrião de um jantar há 15 dias, em Uberaba, durante a Exposição Nacional de Gado Zebu, que reuniu Aécio, o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC), aliado de Kassab e que deixou o DEM recentemente.

De acordo com o parlamentar, foi feito um entendimento de que Aécio e Kassab devem evitar qualquer colisão. "Ficou claro que há uma porta aberta ao projeto de Aécio no PSD", comentou Montes.

O PSD mineiro, até o momento, se estrutura com a adesão de parlamentares do PPS e de siglas nanicas, como o PSL e o PMN. A liderança formal está com o dirigente empresarial Paulo Safady Simão, sem projeção eleitoral. Dos políticos com mandato, o de maior peso é o deputado federal Alexandre Silveira, que é hegemônico na política municipal de Ipatinga, cidade de 240 mil habitantes.

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