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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Especulação corre solta no etanol


  moagem de cana-de-açúcar da safra deste ano no centro-sul do Brasil foi reduzida em 25,7 % em relação  ao registrado em igual período do ano passado, informou nesta segunda-feira a Agência Reuters, com dados atribuídos  à Unica, entidade que reúne as usinas de São Paulo.
Atribui-se ao clima os problemas. Tem hora que é a chuva, tem hora que é a seca, tem hora que é o frio…
Cana não é tomate, o período de colheita é longo… Vai de abril até novembro. Só fica antieconõmica com as chuvas de fim de ano.  Ela não “passa do ponto” de um dia para o outro.
Além dos tanques da usina, o produtor de cana tem outro “tanque” natural, que é a própria planta.
Os pequenos, para viver, não têm escolha, tem de colher logo. Os grandes admnistram o tempo.
Uma aceleradinha no início da safra para fazer caixa e…pronto, agora podem  dosar a mão…
Desde sexta-feira o Tijolaço vem alertando – já que a ANP está dormindo -  que os preços do etanol cobrado pelas usinas vem subindo de novo – já são 11% em dez dias, segundo o Cepea/USP no entreposto de Paulínia, o mais importante do Brasil.
No dia seguinte, o mesmo alerta foi feito pelo repórter Mauro Zafalon, da Folha, um dos poucos que entende do assunto e acompanha os movimentos de mercado.
Mas, então, é o clima?
Que nada, conversa fiada. A cana que produz o etanol hidratado é exatamente a mesma que produz o etanol anidro, sendo que neste é retirada água com a adição de cal ou outros produtos hidrófilos. Se fosse o clima influenciando na colheira, não haveria razão para a produção de etanol anidro ter subido 28,4 por cento em relação ao ano passado e a de etanol hidratado – o vendido nas bombas – ter caído 9,74% no mesmo período.
Os dois, repito, são produzidos pela mesmíssima cana, a do tempo frio, quente, seco e úmido.
A conta aí é simples: se o etanol hidratado não vai nas bombas, “desova-se” o etanol, como anidro, na venda mais forte de gasolina, que a Petrobras tem de  “segurar”, apesar do preço internacional elevado do petróleo.
O setor privado está fazendo dinheiro fácil à custa do consumidor e do poder público.
É hora de acionar o gatilho da MP da presidenta Dilma e reduzir a mistura de etanol anidro na gasolina. Uma pena, porque tem efeito ambiental negativo. Mas um efeito que se anula, porque vai facilitar a opção pelo etanol hidratado, menos poluente.
A especulação com o etanol está rolando solta, porque a ANP está empurrando com a barriga a determinação da presidenta de intervir neste mercado. Mercado que está oligopolizado e que, apesar de ser de cana, não tem nada de doce nas suas regras.
Fonte: Tijolaço

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