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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Coitado, Serra teve de responder sobre o mensalão do PT no JN

O candidato José Serra foi o entrevistado de hoje no Jornal Nacional. Teve direito aos mesmos 12 minutos de suas adversárias Dilma e Marina.

Foi uma entrevista muito tranqüila. Serra parecia estar com dois amigos de longa data.

Isso conta a seu favor.

E conta contra a dupla Willian Bonner e Fátima Bernardes. Que mais uma vez fez direitinho o papel a eles destinado pelo tal de Ali,o Kamel.

A primeira pergunta foi “tão difícil”, que parecia combinada.

Bonner indagou ao tucano por que ele evitava críticas a Lula e até fazia elogios se era candidato da oposição.

De maneira muito polida, Serra disse que isso se devia ao fato de que em eleição se deve olhar para frente e que quem quer ser candidato não deve andar de garupa. Hum….

E aproveitou para dar uma elogiada em Lula, mas ao mesmo tempo disse umas cinco vezes que Lula não é candidato e a partir de primeiro de janeiro do ano que vem não será presidente.

Era tudo que o tucano poderia desejar como primeira pergunta.

Se eu fosse seu assessor colocaria a pergunta embaixo da santa, rezaria e faria promessa pedindo que o Bonner a escolhesse.


Quem sabe foi isso que aconteceu. O assessor de comunicação é muito religioso e os santos resolveram intervir.

Bonner não teve como não atender a um pedido dos céus.

Mas a entrevista ainda teve momentos melhores.

Errei feio quando escrevi ontem que o entrevistador poderia falar do caso da Farc para buscar levar o PT para dentro da entrevista com Serra.

Sou mesmo um idiota.

Eles já tinham escolhido o mensalão como eixo das três entrevistas. E não tiveram dúvida. Lascaram a seguinte pergunta para Serra:

- O senhor se aliou ao PTB que estava envolvido no mensalão do PT, o senhor não acha isso uma contradição…

Vejam a sutileza do jornalista….mensalão do PT.

Serra, claro, também saiu-se muito bem. Disse que ele tem uma história e um programa de governo e que quem se alia a ele sabe qual é o seu comportamento. E que não faz concessões nem loteia cargos.

O que é mentira deslavada.

Quando assumiu a prefeitura de São Paulo, Serra trouxe de todos os cantos do estado ex-prefeitos para assumir as subprefeituras.

O objetivo era turbinar sua base para a futura disputa que almejava, o governo do estado.

Se isso não é lotear cargos, sinceramente, difícil saber o que caracteriza tal ação.

Óbvio que Bonner não se lembrou desse fato. E deixou Serra desfiar seu discurso sem contraposição.

Por fim, Bonner falou do preço dos pedágios em São Paulo. Eu e muitos paulistas pensamos, agora vai…

E Serra disse que as estradas federais são “estradas da morte”.

Qual foi a intervenção de Bonner: “Governador, então o senhor quer dizer que ou a estrada é boa e cara ou barata e ruim, é isso? Não tem outro jeito? Não tem meio termo?”

Imaginem a cara do Serra ao ouvir essa “provocação” sem tamanho.

Aproveitou para desfilar um sem-fim de possibilidades para deixar as estradas do Brasil tinindo.

E Bonner ficou ouvindo, como bom vassalo Global.

A vida é dura.

Mas não pro Serra e para os tucanos.

Eles têm uma vida bem fácil com a mídia tupiniquim.

Que já perdeu qualquer tipo de parâmetro entre jornalismo e publicidade. Entrevista e campanha.

A Globo ainda vai tentar outras cartadas. Porque nesse do ciclo de entrevistas não atingiu o objetivo desejado.

Serra não foi o melhor. No limite houve empate técnico entre os três candidatos.

E deve-se levar em consideração que Serra jogou em casa, sem time contra e sendo amigo do juiz e dos bandeirinhas.

Ah, claro, ainda contava com a torcida dos donos do estádio. E de boa parte dos seus vassalos.

Fonte: rovai

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