O candidato José Serra foi o entrevistado de hoje no Jornal Nacional. Teve direito aos mesmos 12 minutos de suas adversárias Dilma e Marina.
Foi uma entrevista muito tranqüila. Serra parecia estar com dois amigos de longa data.
Isso conta a seu favor.
E conta contra a dupla Willian Bonner e Fátima Bernardes. Que mais uma vez fez direitinho o papel a eles destinado pelo tal de Ali,o Kamel.
A primeira pergunta foi “tão difícil”, que parecia combinada.
Bonner indagou ao tucano por que ele evitava críticas a Lula e até fazia elogios se era candidato da oposição.
De maneira muito polida, Serra disse que isso se devia ao fato de que em eleição se deve olhar para frente e que quem quer ser candidato não deve andar de garupa. Hum….
E aproveitou para dar uma elogiada em Lula, mas ao mesmo tempo disse umas cinco vezes que Lula não é candidato e a partir de primeiro de janeiro do ano que vem não será presidente.
Era tudo que o tucano poderia desejar como primeira pergunta.
Se eu fosse seu assessor colocaria a pergunta embaixo da santa, rezaria e faria promessa pedindo que o Bonner a escolhesse.
Quem sabe foi isso que aconteceu. O assessor de comunicação é muito religioso e os santos resolveram intervir.
Bonner não teve como não atender a um pedido dos céus.
Mas a entrevista ainda teve momentos melhores.
Errei feio quando escrevi ontem que o entrevistador poderia falar do caso da Farc para buscar levar o PT para dentro da entrevista com Serra.
Sou mesmo um idiota.
Eles já tinham escolhido o mensalão como eixo das três entrevistas. E não tiveram dúvida. Lascaram a seguinte pergunta para Serra:
- O senhor se aliou ao PTB que estava envolvido no mensalão do PT, o senhor não acha isso uma contradição…
Vejam a sutileza do jornalista….mensalão do PT.
Serra, claro, também saiu-se muito bem. Disse que ele tem uma história e um programa de governo e que quem se alia a ele sabe qual é o seu comportamento. E que não faz concessões nem loteia cargos.
O que é mentira deslavada.
Quando assumiu a prefeitura de São Paulo, Serra trouxe de todos os cantos do estado ex-prefeitos para assumir as subprefeituras.
O objetivo era turbinar sua base para a futura disputa que almejava, o governo do estado.
Se isso não é lotear cargos, sinceramente, difícil saber o que caracteriza tal ação.
Óbvio que Bonner não se lembrou desse fato. E deixou Serra desfiar seu discurso sem contraposição.
Por fim, Bonner falou do preço dos pedágios em São Paulo. Eu e muitos paulistas pensamos, agora vai…
E Serra disse que as estradas federais são “estradas da morte”.
Qual foi a intervenção de Bonner: “Governador, então o senhor quer dizer que ou a estrada é boa e cara ou barata e ruim, é isso? Não tem outro jeito? Não tem meio termo?”
Imaginem a cara do Serra ao ouvir essa “provocação” sem tamanho.
Aproveitou para desfilar um sem-fim de possibilidades para deixar as estradas do Brasil tinindo.
E Bonner ficou ouvindo, como bom vassalo Global.
A vida é dura.
Mas não pro Serra e para os tucanos.
Eles têm uma vida bem fácil com a mídia tupiniquim.
Que já perdeu qualquer tipo de parâmetro entre jornalismo e publicidade. Entrevista e campanha.
A Globo ainda vai tentar outras cartadas. Porque nesse do ciclo de entrevistas não atingiu o objetivo desejado.
Serra não foi o melhor. No limite houve empate técnico entre os três candidatos.
E deve-se levar em consideração que Serra jogou em casa, sem time contra e sendo amigo do juiz e dos bandeirinhas.
Ah, claro, ainda contava com a torcida dos donos do estádio. E de boa parte dos seus vassalos.
Fonte: rovai
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