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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os “cortes” na Petrobras são o que O Globo quer

O Globo acha que colocará Dilma contra a Petrobras? Sonhar não custa nada.

O Globo, hoje, só falta soltar fogos para “a notícia que ainda não ocorreu”  do corte de US$ 35 bilhões nos investimentos da Petrobras nos próximos quatro anos.
Veja que primor de redação e repare nos detalhes que eu sublinho:
“O Conselho de Administração da Petrobras exigiu que a empresa revise seu Plano de Negócios para o período 2011-2015 e corte cerca de US$ 35 bilhões em investimentos, segundo fontes da estatal. O pedido foi feito na sexta-feira passada em reunião do Conselho em São Paulo e foi acompanhado de orientações expressas por parte do governo federal para que a companhia não aumente os preços da gasolina e do diesel. O objetivo é conter a escalada da inflação. As vendas desses dois combustíveis representam cerca de 60% da receita da Petrobras. Sem poder reajustá-los, a empresa terá menos recursos disponíveis para realizar seus investimentos. Daí a necessidade do corte.”
Como se vê, não há decisão tomada, mas já “virou fato”.
A matéria peca no fato e na razão do fato.
 jornal Extra, das Organizações Globo, reproduziu, semana passada, uma matéria do Valor Econômico, veja só:
RIO – O aumento da cotação do petróleo elevou as receitas da Petrobras em US$ 1,94 bilhão, isso somente com as exportações realizadas e com a venda da produção realizada no exterior, já que os preços no mercado interno não foram reajustados.
O problema essencial não está, portanto, aí.
O que o Governo quer é uma distensão nos prazos do investimento, preocupado com a injeção rápida de mais demanda na economia.
E quer que a Petrobras seja, como deve ser, parceira deste esforço.
Mas daí a dizer que o Governo ou a presidente Dilma vai deixar de lado a expansão do parque de refino brasileiro, é uma rematada tolice.
Primeiro, porque a demanda interna já estyá exigindo que nossas atuais refinarias trabalhem em carga máxima. Logo, não aumentar a capacidade de refino ia significar nos tornarmos importadores constantes – diferente de importação eventual, por picos de consumo – de derivados de petróleo, e lá se iam os nossos esforços para melhorar o saldo comercial brasileiro.
Segundo, porque é desconhecer o que a própria Presidenta destacou como prioridade de seu Governo, já em sua primeira entrevista depois de eleita.
“Outra obra que já passou da terraplenagem e iniciou as grandes instalações é a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (…) e as duas premium, a Premium do Ceará e a Premium do Maranhão, que são cruciais para o pré-sal. Porque nós não podemos ser exportadores de óleo bruto, porque se  se agente for exportador de óleo bruto, nós vamos perder muito dinheiro. Nós temos de ter duas refinarias Premium não por uma mania de grandeza, como algumas vezes a oposição falou da Petrobras, mas por uma estratégia. Por que é que você tem de refinar? Você tem de refinar porque quando se refina, o preço do petróleo sobe mais que o custo do refino e te permite entrar em outra área delicada, que é a petroquímica.”
Portanto, o que Dilma falou sobre as refinarias está aí, claro e gravado. Você pode ouvir aqui, mais ou menos aos 40 minutos da gravação.
O resto é desejo da mídia de “fabricar” uma política para a Petrobras que não é a política do Governo.
PS. Depois de publicado este post, chegou a meu conhecimento uma nota da Petrobras, que reproduzo: A Petrobras esclarece sobre notícias divulgadas na imprensa sobre a revisão do seu Plano de Negócios (PN 2011-15):Conforme afirmou ontem (17/05) o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa, e de acordo com comunicado divulgado ao mercado no dia 13/05, o Conselho de Administração da Petrobras solicitou aos executivos da Companhia estudos e análises adicionais para o PN 2011-15. Segue a frase textual do diretor: “nós fomos demandados pelo Conselho de Administração para reexaminar, prosseguir com estudos de sensibilidade. Um desses estudos incorpora a redução do CAPEX (investimento), mas não é a única questão a ser examinada, existem diversas variáveis em estudo. Como dito, nós faremos as análises de sensibilidade, apresentaremos ao Conselho, e a decisão será tomada. ” Qualquer número em relação aos investimentos previstos ou informação a respeito de detalhes do Plano são mera especulação.
Fonte: Tijolaço

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