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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Amir Khair: o veneno dos juros altos


Logo após a elevação da Selic pelo Copom para 12,25% ao ano, dia 9 último, a Corretora Cruzeiro do Sul apresentou o ranking das taxas básicas de juros reais de uma amostra representativa das principais economias de 40 países (ver quadro ao lado).
Como sempre o Brasil liderava com 6,8% ao ano seguido pelo Chile com 1,5%, mais de quatro vezes superior. A média do conjunto dos 40 países foi de 0,9% negativa, para os países emergentes 0,5% negativa e para os países desenvolvidos 1,4% negativa. Para os emergentes, excluindo o Brasil, 0,8% negativa.
Isso precisa mudar imediatamente, e o governo pode fazer isso sem correr risco de causar inflação, pois a taxa de juros que comanda o consumo é a taxa do tomador do empréstimo e a decisão de usar o empréstimo depende da prestação caber no bolso do consumidor.
Finalmente segundo o Banco Central (BC) o efeito da alteração da Selic leva nove (!) meses para fazer efeito, afirmação que não tem nenhuma base teórica nem evidência empírica. Portanto, gratuita e sem sentido.
Mas caso o governo entenda que há uma pressão de demanda, que está tensionando a inflação, deveria é usar medidas que tornem as prestações dos empréstimos mais caras, e isso é possível através de medidas macroprudenciais, que permitem exigir do sistema financeiro elevação da relação capital/empréstimo para o consumo e, também reduzir o volume de empréstimos passível de ser usado pelo sistema financeiro, via elevação dos depósitos compulsórios dos bancos no BC.
Os trechos acima são do artigo publicado originalmente do Estadão pelo professor Amir Khair, cuja leitura é indispensável para entender porque, a esta altura, a política monetária do Banco Central já saiu do terreno da prudência quanto a uma elevação da inflação e ingressou no território do risco de comprometer o porcesso de expansão econômica brasileira. A integra, você pode ler na seção Artigos.

Já estamos em deflação. E vamos seguir com “jurão”?



Há tempos a gente vem alertando sobre o perigo recessivo que aparece no horizonte da economia brasileira, como resultado da constinuidade de um política de elevação de juros  que, em nome de evitar que uma inflação pontual se generalizasse, está fazendo perder o ímpeto do crescimento em grau maior que o indispensável à prudência.
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) da Fundação Getúlio Vargas ficou negativo em 0,22%, em junho, contra uma taxa positiva, em maio, de 0,55%.Isso não acontecia desde 2009, quando o Brasil sofria os efeitos da grande crise mundial.
O IGP-10 é calculado com base nos preços verificados entre os dias 11 de maio e 10  de junho. É iniciado e encerrado dez dias antes do IGP-M, um dos indicadores mais importantes de inflação e o indexador dos reajustes de aluguéis.
A queda de preços ocorreu tanto no segmento empresarial (bens industriais e materias primas) quanto no consumo. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou -0,69%, em junho, contra 0,26% em  maio. Já o Índice de Preços ao Consumidor  registrou variação de 0,10%, em junho, ante 0,98%, em maio. Alimentos e transportes registraram as maiores quedas.
Claro que seria apressado mudar toda a política monetária em função de um único indicador, mas este é um sinal que não pode ser ignorado. Se o Governo, apesar da ANP, evitar um repique dos preços do etanol, tudo indica que também não teremos inflação longe do zero em julho.
Na crise mundial, o BC resistiu ao Governo Lula e só com três meses de atraso aceitou baixar a taxa de juros e reaquecer a economia. Agora, insiste em ficar afirmando sua “austeridade” para agradar os lobos financeiros afirmando que o “ajuste” (leia-se, manutenção de juros altíssimos) será prolongado.
Daqui a pouco, quando estiver numa máquina melhor, a gente coloca um gráfico da evolução da inflação, mostrando isso que está explicado aí.
Fonte: Tijolaço

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