Seja bem-vindo. Hoje é

Contador único p/ IP

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Para quem acha que a crise é história…


Um trecho da análise dos jornalistas Andrew Torchia e Paul Carrel, da Reuters londrina mostra bem os níveis de risco que a economia mundial corre, porque à crise econômica se soma o “estouro” dos tesouros nacionais, que livraram o sistema financeiro da bancarrota em 2008:
“Os índices de atividade em todo o mundo caíram para perto ou abaixo da linha de equilíbrio que separa a expansão da contração. Nesta semana, o juro dos bônus britânicos atingiu o menor nível já registrado, salientando o nervosismo dos investidores e o cenário ruim de crescimento.
Em alguns pontos, a situação é mais preocupante do que em 2008: há o risco de um rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, além de um ataque do mercado de bônus à Itália, terceira maior economia da zona do euro, que colocou em questão a viabilidade da zona do euro no longo prazo. O preço das ações de bancos nos Estados Unidos e na Europa estão de volta aos mesmos níveis da época do colapso do Lehman.
“A diferença (entre 2008 e agora) é que essa não é apenas uma crise monetária e bancária, agora você tem uma crise monetária, bancária e soberana”, disse a analista da Natixis Sylvain Broyer.”

Se conselho fosse bom…


O “Financial Times” e o FMI dão hoje o mesmo conselho ao Brasil: “tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas vocês precisam botar o pé no freio”.
É mais ou menos a tradução que se pode fazer do que disseram:
“O desafio para o Brasil é como administrar seu sucesso”, diz o FT, segundo a BBC.
“As perspectivas para a economia brasileira são positivas, mas há sinais de superaquecimento, avaliou o Fundo Monetário Internacional”, segundo a Agência Reuters.
Ora, como diria o Nélson Rodrigues, até as pedras da calçada sabem que os riscos e problemas agudos da economia brasileira não são os internos, mas o do mundo desenvolvido que estes nossos “muy amigos” representam.
Não há pressão inflacionária interna – exceto a do etanol – digna de significação, o que há é pressão cambial sobre os juros brasileiros, porque não há o que fazer com o capital sobrante no mundo desenvolvido, cuja economia virou um atoleiro.
Parece que a Presidenta Dilma Roussef estava adivinhando que nos dariam estes conselhos e já dispensou a ajuda, em seu discurso de ontem:
Aos que pensam que, em um momento de incerteza internacional como o que vivemos, o mais prudente é não agir e esperar a onda passar, eu contra-argumento, amparada na experiência que tivemos durante o período do governo do presidente Lula, em 2008 e 2009: é justamente em uma situação de tensões no mundo que devemos mostrar, além do indispensável bom senso, uma boa dose de ousadia.
Em 2008, enfrentamos a crise com desonerações e estímulos ao consumo. Hoje a situação é outra, mas não estamos dispensados de ser ousados. É claro que não vamos abdicar dos fundamentos do nosso modelo de desenvolvimento, baseado no controle da inflação, no rigor fiscal, no crescimento econômico com inclusão social e na preservação do nosso mercado interno. Mas este é, sem dúvida, o momento certo para desenvolver tecnologia e inovação. Este é o momento certo de agregação de valor na indústria nacional.”
É isso aí. Nosso mercado, nossa indústria, nossos empregos, nossa renda e nosso consumo são os combustíveis para fazer a roda girar. Se abrirmos mão deles, se frearmos demais o carro, voltamos a ser o Brasil da Roda Presa.

Fonte: Tijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário